segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Colar para bovinos espanta moscas tsé-tsé no Quênia

As moscas tsé-tsé, que provocam a chamada doença do sono nos humanos, dificultam o crescimento dos bovinos, bem como a criação e afetam a produtividade do leite, entre outros inconvenientes, através de uma doença chamada nagana.

Foi isolado um componente que mantinha as moscas afastadas dos antílopes aquáticos. O colar bovino, que pode ser confundido com um badalo, exala o mau cheiro dos antílopes aquáticos graças a uma mistura artificial intragável de cinco substâncias químicas encontradas no mercado. "Se a vaca usa o colar, é como se vestisse a pele de um antílope aquático, e as moscas não a atacam", explica Christian Borgemeister, diretor-geral do Centro Internacional de Fisiologia de Insetos e Ecologia (ICIPE), encarregado do projeto.

"A verdade é que o cheiro é horroroso", reconhece o cientista, que realiza análises mensais das cabeças de gado que fazem parte deste programa, financiado pela União Europeia com 1,5 milhão de euros. O raio de ação do perfume espanta-moscas é de entre 50 e 100 metros ao redor do colar, segundo as estimativas do cientista chefe do ICIPE, Rajinder Kumar, embora os responsáveis do projeto recomendem que cada animal tenha o seu.

"Antes do programa, as vacas morriam habitualmente. Comprava remédios e sprays para afugentar as moscas, mas meu gado continuava morrendo. Agora isso acabou", contou à Agência Efe Esther Mulinge, que tem 45 anos e dez vacas
O efeito - afirmam os beneficiados - é logo notado: ao pastar sem perturbações, os animais podem alcançar até 350 quilos, contra os 250 de antes de iniciar os testes com os colares, e, por isso, seu preço de venda chega a 42 mil xelins - antes não passava de 28 mil. "Agora consigo quatro litros de leite de cada vaca por dia. Antes? Uma xícara", relata um fazendeiro, ressaltando que não costuma sacrificar os animais para obter carne, mas opta por comprá-los jovens e criá-los para aumentar seu valor no mercado com a passagem dos anos.
Os colares protegem ainda os criadores de gado quando estão perto dos ruminantes que os usam e, para reduzir o número de moscas no ambiente, os cientistas também desenvolveram as chamadas "vacas artificiais": barracas com lonas na cor azul - que atrai os insetos - borrifadas com a substância repelente.
E embora a queda da nagana entre as vacas com colar seja de 90%, os cientistas, embora otimistas, ainda não sabem como funcionará em áreas castigadas por outras variedades da mosca tsé-tsé.


domingo, 30 de dezembro de 2012

Nanopartículas inibem metástase de câncer em ratos

Pesquisadores espanhóis elaboraram um tratamento com nanopartículas que inibe 100% das metástases linfáticas em ratos com linfoma de células de manto.

O tratamento é feito com um remédio baseado em nanopartículas que são inseridas no fármaco antitumoral edelfosina, administrado oralmente. De acordo com os pesquisadores, essas nanopartículas são capazes de se acumular nos gânglios linfáticos e destruir seletivamente as células tumorais, sem atingir as células boas.


Segundo a pesquisadora, enquanto a administração diária do fármaco sem nanopartículas reduzia as metástases em 50%, a administração a cada quatro dias das nanopartículas com edelfosina eliminou 100% das metástases linfáticas"

Os autores acreditam que esses resultados abrem uma nova porta para pesquisa e desenvolvimento de tratamentos mais eficazes e seguros contra diversos tipos de câncer. Eles acrescentam que a eficácia dos nanossistemas está sob análise em casos outros casos de câncer como um tipo de leucemia e de câncer de mama.

FonteVeja

sábado, 29 de dezembro de 2012

Cientistas identificam bactéria ligada à obesidade

Obesidade: Entre 2006 e 2009, quatro milhões de brasileiros atingiram o estágio da obersidade mórbida, segundo o Ministério da Saúde

Um grupo de pesquisadores de Xangai identificou uma bactéria cuja presença nos intestinos pode ser a causadora da obesidade. Em testes feitos em laboratório, os cientistas, que são da Universidade Jiao Tong, na China, descobriram que os ratos que normalmente resistem à obesidade, inclusive quando consomem alimentos com muitas calorias, terminaram engordando após receberem injeções com uma bactéria humana chamada enterobactéria. Esses achados foram publicados na edição desta semana do periódico International Society for Microbial Ecology.

Antes de fazerem experimentos com ratos, os pesquisadores chineses haviam encontrado grandes quantidades dessa bactéria no intestino de uma pessoa que sofria de obesidade mórbida. A partir dessa descoberta, então, a equipe resolveu observar o que o microrganismo provoca no corpo de roedores. Para isso, os animais receberam injeções contendo a enterobactéria ao longo de 10 semanas. Os resultados confirmaram a relação entre essa bactéria e um maior risco de obesidade.

Dieta - Em outra etapa do estudo, os pesquisadores selecionaram um voluntário obeso que, durante nove semanas, conseguiu perder 30 quilos seguindo uma dieta à base de cereais e alimentos medicinais chineses tradicionais. De acordo com o artigo, com a dieta e a perda de peso, a presença da enterobactéria no intestino dessa pessoa chegou a um nível indetectável. O próximo passo dos pesquisadores, eles afirmam, é identificar mais bactérias que influenciam no risco da obesidade.

Para saber mais clique aqui

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Experimento consegue eliminar sintomas do diabetes tipo 1



Cientistas suíços conseguiram reprogramar o sistema imunológico de roedores para eliminar uma doença autoimune, feito que pode abrir caminho para novos tratamentos contra condições para as quais ainda não há cura, como diabetes tipo 1. O estudo, desenvolvido na Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça, foi publicado na edição desta semana do periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
 
Injeções de insulinaAs doenças autoimunes são aquelas em que o sistema imunológico ataca as células do próprio organismo. No estudo, os pesquisadores modificaram uma proteína que, uma vez inserida em camundongos com diabetes tipo 1, foi capaz de eliminar completamente os sintomas da doença nos animais. Isso ocorreu porque a substância atacou os linfócitos T, células do sistema de defesa cuja disfunção agride as células do pâncreas, acarretando esse tipo de diabetes.
 
"Nosso método comporta poucos riscos e não deve produzir importantes efeitos colaterais, na medida em que não atacamos o sistema imunológico de forma conjunta, mas unicamente o tipo de linfócitos T implicados nesta doença", disse Stephan Konton, um dos autores do estudo.
 
Para os pesquisadores, a técnica é promissora em tratar, em humanos, esse tipo de diabetes, como também outras doenças autoimunes, como a esclerose múltipla. Essa condição também resulta de uma disfunção dos linfócitos T, que passam a atacar a mielina, uma substância que envolve e protege as fibras nervosas do cérebro, da medula espinal e do nervo óptico. De acordo com os autores, os primeiros testes clínicos da pesquisa deverão ocorrer em 2014.
 
Clique aqui para saber mais.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Eletricidade gerada em pântanos

No dia 23 de novembro, a pesquisadora Marjolein Helder defendeu seu PhD com a pesquisa a respeito de eletricidade gerada por plantas, pela Wageningen University. A Célula de Combustível Planta-Micróbio retira eletricidade do solo enquanto a planta cresce, da seguinte maneira: a matéria orgânica não utilizada, produzida pela planta em sua fotossíntese, tem 70% de excreção realizada pelas raízes,  onde localizam-se bactérias que realizam a degradação desse resíduo orgânico, causando assim a liberação de elétrons. Marjolein Helder e seus colegas inseriram eletrodos próximos de onde ocorre essa degradação e assim conseguiram gerar eletricidade através da diferença de potencial gerada.

Atualmente, o processo gera 0,4 Watts por metro quadrado de área de crescimento das plantas, mais do que se gera com a fermentação de biomassa. A intenção é que no futuro este metro quadrado gere em torno de 3,2 Watts para que assim, em 100 metros quadrados, consiga se gerar energia para abastecer uma casa com consumo média de 2800 kWh/ano. A vantagem desse método é que pode-se usar diversas escalas e também espécies de planta, como a própria grama. Inicialmente os testes estão voltados para pequenas áreas como telhados de prédios que contém jardins ou áreas remotas em países em desenvolvimento, para posteriormente se chegar ao uso de pântanos inteiros, por exemplo. A técnica ainda precisa ser aperfeiçoada para que se torne completamente renovável e sustentável mas, mesmo assim, esta pode vir a se tornar um bom rival dos painéis solares em áreas remotas.

Marjolein Helder ainda ressalta o papel social desta tecnologia: ela pode ser facilmente integrada nas áreas habitadas, tem um custo baixo para ser utilizado em países pobres que contém áreas de difícil abastecimento de energia e ainda não compete com áreas de agricultura, assim não competindo com comida ou biocombustíveis. Acredita-se que as Células de Combustível Planta-Micróbio vão poder ser implementadas em larga escala após 2015.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Nutricosméticos: as possiveis cápsulas da beleza


O mercado de cosméticos é altamente dinâmico, com o lançamento de novos produtos em velocidade acelerada. Nos últimos anos, novos conceitos também foram surgindo, como é o caso dos nutricosméticos.

Seguir uma alimentação equilibrada é o método mais recomendado pelos médicos para quem deseja evitar doenças e prevenir o envelhecimento. Isso porque as vitaminas e os minerais contidos nos alimentos ajudam a combater os radicais livres, moléculas que degeneram as células sadias do nosso organismo. No entanto, a maioria das pessoas não consome a quantidade necessária de nutrientes capaz de oferecer proteção total.

Sabendo disso, a indústria da beleza investiu na criação dos nutricosméticos, ou seja, doses de vitaminas, minerais, aminoácidos, ácidos graxos e proteínas que visam repor possíveis deficiências. Eles são o resultado da convergência entre as indústrias de cosméticos e alimentos, e são caracterizados pela ingestão de pilulas, alimentos ou suplementos com o propósito de melhorar aspectos estéticos da pele e apêndices (antirrugas, antiacne, anticelulite, entre outros). 

"O objetivo é nutrir o organismo para garantir a saúde do corpo e a boa aparência. O conceito é a beleza de dentro para fora", diz Mauricio Pupo, professor de cosmetologia, diretor da Ipupo Consult (SP), consultoria especializada no desenvolvimento de nutricosméticos para o mercado brasileiro. 

As cápsulas são um complemento da rotina de beleza. "A pílula antigordura, por exemplo, ajuda a acelerar o me­ta­bolismo e, assim, diminui medidas. Mas, para reduzir pra valer o peso na balança, é necessário associá-la a dieta e ginástica", explica Luciana Guanaes, dermatologista da AmaDerm Medicina Avançada (RJ).

Contudo verifica-se que a comunidade científica tem se esforçado em apresentar esclarecimentos e comprovações sobre os efeitos dos produtos com este conceito, ou seja,a pesquisa das capsulas da beleza ainda tem muito a crescer nos proximos anos, sendo um mercado promissor para os amantes da beleza.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Bebê golfinho nasce por técnica de seleção de sexo

Um golfinho nasceu este mês no parque americano Discovery Cove, em Orlando, na Flórida, por meio de uma técnica chamada "sperm-sexing", que separa os cromossomos (X e Y) que definem o sexo do bebê e, portanto, é capaz de escolher se ele será macho ou fêmea.

O animal é uma fêmea da espécie nariz-de-garrafa que chegou ao mundo no início de dezembro, pesando 16 kg e medindo 1 metro de comprimento.

Segundo cientistas do Centro de Pesquisa Reprodutiva dos parques Busch Gardens e SeaWorld – ao qual pertence o Discovery Cove –, o método permite controlar a diversidade genética e evitar a extinção de várias espécies marinhas.

O novo filhote é o 15º do mundo concebido por esse processo de pré-seleção de sexo e inseminação artificial. Entre os golfinhos nativos do Discovery Cove, inaugurado em 2000, ele é o 25º a nascer.

No parque, os visitantes também podem nadar com os animais, praticar snorkel com arraias e peixes tropicais, e alimentar pássaros exóticos.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Marca-passo biológico



Pesquisadores do instituto Cedars-Sinai, em Los Angeles, publicaram trabalho onde células no coração de porcos-da-índia foram induzidas a se transformar em marca-passos com a ajuda de um vírus modificado. O grupo de cientistas acredita que a técnica também funcione para corações humanos.

Devido a doenças ou ao próprio envelhecimento, o ritmo de emissão de sinais elétricos que proporcionam o bombeamento no coração acaba sendo alterado e a solução para o problema, atualmente, é o uso de marca-passos artificiais. A equipe americana tem esperanças de que a nova técnica possa criar marca-passos biológicos.

Para isso, um gene que está associado à formação de células que regulam o batimento cardíaco foi injetado em um vírus geneticamente modificado, para este então infectar as células do músculo cardíaco dos porcos-da-índia.

A maioria dos porcos-da-índia que receberam as injeções do gene tiveram algumas células do coração modificadas, passando a apresentar batimentos cardíacos originados do seu novo marca-passo.

Diferentemente do marca-passo eletrônico, o marca-passo biológico apresenta a vantagem de não ter a necessidade de alimentação, como as baterias, nem apresenta problemas como desalojamento e quebras, além de poder crescer com o paciente. O pesquisador Hee Cheol Cho ressalta, porém, que deverão ser feitas muito mais pesquisas antes que o método possa ser testado em humanos.

 Para saber mais, clique aqui

domingo, 23 de dezembro de 2012

Cavalo de Tróia


Em associação a mitíca batalha grega em que os gregos penetravam no território de tróia disfarçados dentro de um cavalo, uma técnica não muito recente chamada de "Cavalo de Tróia" envia uma série de espécies de agentes invasores disfarçado ao interior das células cancerigenas para que a destruam.


Tal disfarce é necessário para que as cepas viráis(espécies) consigam chegar ao interior do câncer sem que dispertem uma reação contrária dos glóbulos brancos, que poderiam destruí-los.


Porém, muitos dos testes, sempre realizados em camundongos, mostraram que ainda há uma necessidade de prever a profundidade dentro do tumor para que os vírus sejam eficazes.


Mas o que chama a atenção nisso tudo é  a recente notícia de um tratamento de câncer de próstata realizado em camundongos com o auxílio dessa técnica. As cepas virais foram disfarçadas como glóbulos brancos, isso porque, além de passarem despercebidos pelo sistema imunológico, são também estes que vão aos locais onde há danificação de um estrutura celular para repara-la(neste caso os tumores).


A equipe formada na Grã-Bretanha que realizou tal experimento conseguiu com êxito acabar por completo com o câncer de próstota de todos os 40 camundongos que passaram pelo tratamento de "Cavalo de Tróia".


Apesar do sucesso, a equipe ainda possui a grande missão de tentar realizar o mesmo feito em humanos. Muitos estudiosos se dividem quando o assunto é se tal tratamento será ou não eficáz no humanos assim como nos camundongos.

Leia mais.

sábado, 22 de dezembro de 2012

Dispositivo portátil realiza inúmeros testes a partir de uma única gota de sangue


Pesquisadores do Methodist Hospital Research Institute, nos EUA, desenvolveram um dispositivo do tamanho de um cartão de crédito que permite que médicos testem os níveis de insulina, colesterol e até mesmo sinais de infecção viral ou bacteriana ao mesmo tempo, por meio de uma gota de sangue. O novo teste, que recebeu o nome de V-Chip, pode tornar possível fornecer exames em áreas remotas e outras situações de necessidade.

"V-Chip é preciso, barato e portátil. Ele requer apenas uma gota de uma amostra, e não um frasco de sangue, e pode fazer 50 testes diferentes de uma só vez", afirma o pesquisador principal Lidong Qin

Ensaios semelhantes são tipicamente feitos usando equipamentos grandes e complexos, como espectrômetros de massa, ou exigem análise de fluoroscopia, que também deve ser feita em um laboratório. O V-chip, por outro lado, pode ser transportado dentro do bolso. Ele é composto por duas peças finas de vidro. Entre elas estão compartimentos de quatro aspectos: peróxido de hidrogênio, até 50 diferentes anticorpos para proteínas específicas, fragmentos de DNA ou RNA e a enzima de catalase, soro ou sangue e um corante.

Inicialmente, os compartimentos são mantidos separados um do outro. A mudança nas placas de vidro leva eles a entrarem em contato, criando um caminho contíguo de uma das extremidades do V-chip para a outra.  Conforme a substância de interesse, por exemplo, a insulina, une-se a anticorpos ligados à lâmina de vidro, a catalase se torna ativa e divide o peróxido de hidrogênio nas proximidades em água e gás oxigênio.  O oxigênio empurra a coluna do corante. Quanto mais insulina está presente, mais oxigênio é criado, e mais longe o corante é empurrado para cima do vidro. Testes mostram que a distância é mais ou menos proporcional à quantidade de substrato presente, neste exemplo, a insulina.

O resultado final é um gráfico de barras visual, fácil de ler e preciso. "A sensibilidade do V-chip pode ser melhorada se os canais mais estreitos e longos forem usados. Nossos próximos passos são tornar o dispositivo mais simples, que quase não precise de instruções", conclui Qin.

Fonte: iSaude

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Como o DNA pode melhorar a qualidade dos alimentos?


O DNA (ácido desoxirribonucléico) é uma molécula em forma de dupla hélice, como se fosse uma longa escada retorcida, localizada no núcleo das células. Nele estão contidos os genes, sequências de DNA que guardam todas as informações referentes à vida de qualquer organismo e que são também responsáveis pela produção das proteínas, que por sua vez, conferem a estrutura e o funcionamento a todos os seres vivos, desde os mais simples, como as bactérias, até os mais complexos, como o homem. 

A partir da década de 70, com o desenvolvimento da Biotecnologia moderna (Engenharia genética ou Tecnologia do DNA recombinante) aprimoraram-se as técnicas que possibilitaram a manipulação da estrutura do DNA, permitindo que genes de um organismo fossem retirados e inseridos num segundo organismo completamente diferente. Nasciam então, os organismos geneticamente modificados (OGMs) ou, simplesmente, Transgênicos. Abriu-se um leque enorme de aplicações para essa tecnologia: cura de doenças genéticas, produção de vacinas mais sofisticadas e fábricas biológicas para a produção de moléculas de interesse comercial.

O avanço de técnicas de Engenharia genética e a descoberta de que a Agrobacterium tumefaciens, uma bactéria presente no solo, é capaz de transferir segmentos de seu próprio DNA para certas plantas, possibilitaram a utilização desse microrganismo para inserir nos vegetais genes responsáveis por características desejáveis, como a resistência a doenças e pragas. A partir disso, a aplicação desse mecanismo tornou-se cada vez mais comum na agricultura, o que possibilitou adaptar os cultivos ao tipo de ambiente, às necessidades socioeconômicas, aos interesses do agricultor,e até mesmo à valorização e aprimoramento nutricional dos alimentos.

Ainda, as plantas que receberam genes da bactéria Bt (Bacillus thuringiensis) tornaram-se capazes de produzir toxinas letais a determinados tipos de insetos, mas inofensivas ao ser humano e a outros animais. Dessa forma, a utilização da Biotecnologia tornou-se, para os agricultores, uma maneira de aumentar a produtividade da lavoura, além de reduzir consideravelmente os custos de produção.Hoje já existem, no Brasil e no mundo, espécies biotecnologicamente cultivadas para aumentar a qualidade de alguns alimentos. Há determinadas variedades de soja e girassol, que, por sua maior quantidade de óleos insaturados (ácido oléico), são mais indicados para pessoas propensas a problemas cardiovasculares.

Já o tomate, melhorado para resistir ao transporte, pode ainda ganhar em peso e sabor, além de permanecer firme por mais tempo. No caso do milho e do algodão, cultivam-se variedades resistentes a pragas, o que reduz o uso de inseticidas. Ainda uma nova variedade de arroz recebeu genes da planta narciso (Narcissus pseudonarcissus) e da bactéria Erwinia uredovora, resultando no arroz dourado (golden rice), rico em betacaroteno, o agente precursor da vitamina A, importante na prevenção da cegueira noturna e no combate à desnutrição.

Apresentando grande potencial para a produção de alimentos com melhores propriedades nutricionais e funcionais, a Biotecnologia permite ainda uma maior proteção ambiental, na medida em que reduz o uso de defensivos e possibilita aumentar a produtividade das lavouras  de maneira que o agricultor produza mais em menos espaço e evite a abertura de novas áreas de cultivo, o que, por sua vez reduz o desmatamento.

Hércules Antonio Ferrarezi Gonçalves

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Cientistas desenvolvem gel que neutraliza o vírus da AIDS


Mais um avanço no campo da ciência e saúde: pesquisadores e cientistas de vários centros, institutos e universidades da Bélgica, Estados Unidos e França criaram um gel microbicida com potencial neutralizador para o vírus da AIDS. 

O gel é composto por um peptídio que funciona como a molécula CD4, receptora do vírus HIV no organismo. Quando o vírus se insere em uma dessas moléculas "falsas" trazidas pelo gel, ele é destruído.

Os pesquisadores iniciaram os testes in vitro e, logo depois, passaram a utilizar primatas para infusão de doses do vírus HIV. Seis macacas foram expostas a doses com alta carga viral logo após utilizarem o gel, para depois serem submetidas aos testes. Destas, cinco conseguiram escapar da infecção. O gel funciona apenas em animais que nunca foram portadores da doença, atuando como uma espécie de vacina.

O teste desempenhou um papel de grande importância nestes animais, uma vez que o objetivo de reduzir o risco de contágio foi atingido. Espera-se que possa ser utilizado em humanos a fim de reduzir riscos de contágio durante o ato sexual, para que, finalmente, possa ser desenvolvida uma vacina efetiva contra a AIDS.
De acordo com os cientistas, o resultado constitui uma "via de prevenção promissora", mesmo estando ainda em fase de testes. É necessário fazer muitos outros experimentos para conseguir criar uma vacina definitiva para humanos, porém não é impossível.

Saiba mais clicando aqui

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Regeneração de Cartilagem com Células Tronco


     Pesquisadores das universidades espanholas de Granada e Jaén demonstraram pela primeira vez que as células-tronco retiradas do joelho de pacientes com osteoartrite são capazes de regenerar a cartilagem danificada. 

     A osteoartrite — ou artrite degenerativa — é uma doença comum em pessoas de meia idade, que leva à perda da cartilagem que recobre as articulações e cuja função é proteger e amortecer o contato dos ossos.

     Para conseguir promover a regeneração, os pesquisadores, em colaboração com o Hospital Clínico Universitário de Granada e o Banco Setorial de Tecidos de Málaga, ambos na Andaluzia, isolaram as células-tronco da gordura localizadas na articulação do joelho de pacientes submetidos à intervenção cirúrgica para a implantação de próteses de joelho. Uma amostra de cartilagem foi colhida do mesmo paciente, e isolaram-se os condrócitos (células de cartilagem). 

     Técnica — As células-tronco adultas têm a capacidade de se converter em células de cartilagem, osso e músculo e, com o uso desta capacidade, os pesquisadores conseguiram a conversão das células-tronco em condrócitos. A técnica usada consistiu na abertura de pequenos buracos nas células-tronco e sua exposição ao extrato celular feito com os condrócitos dos joelhos afetados. 

     Porém, apenas criar as células que compõem o tecido não é suficiente para regenerá-lo. Para que isso ocorra, as células não podem estar distribuídas em ordem aleatória, mas dispostas em uma determinada forma. Para tanto, os cientistas utilizaram uma espécie de suporte 3D, que garante a manutenção e a formação de tecido cartilaginoso. Esses suportes, feitos de material biodegradável, são utilizados como implantes em lesões na cartilagem e no joelho. O fato de estas células crescerem em tais suportes faz com que o processo de implantação delas seja facilitado, o que será primeiro testado com animais, para depois desenvolver o tratamento de pacientes.

Saiba mais aqui