Tratar pessoas soropositivas cujos parceiros não foram
infectados pelo vírus HIV reduz significantemente os riscos de transmissão da
aids, aponta um estudo conduzidos por pesquisadores chineses. Testes clínicos
já haviam mostrado os benefícios do tratamento, mas a pesquisa, publicada no
jornal especializado Lancet, é a primeira "aplicação real" de um
programa desse tipo.
Os
pesquisadores monitoraram casais por até 9 anos. Em 24 mil pares, o indivíduo
soropositivo recebeu tratamento desde o início do período estudado para testar
os benefícios do processo, enquanto 14,8 mil não receberam por não preencher os
requisitos solicitados pelo governo para serem incluídos no programa de
tratamento.
No grupo tratado, houve 1,3 casos de transmissão por 100 pessoas
a cada ano, enquanto no outro grupo, a taxa de transmissão foi de 2,6. Segundo
os autores do estudo, isso equivale a uma redução de 26% no risco de
transmissão, um índice bastante reduzido se comparado aos 89% obtidos nos
testes clínicos. Eles ainda dizem que os efeitos protetores da terapia
antirretrovírus pareceram durar somente um ano, com as taxas de transmissão se
igualando entre os dois grupos nos últimos do estudo.
Melhorar o acesso ao tratamento antirretrovírus é a chave para
fazer com que esses índices caiam ainda mais, de acordo com a OMS. O remédio
contra a aids reduz a presença do HIV no sangue e reduz as chances de
contaminação.
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