quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Chip monitora os sinais vitais e pode ser colado aos curativos


Em busca de uma redução nos custos de aparelhos que monitorem sinais vitais, os pesquisadores da Universidade Estadual do Oregon, nos Estados Unidos, chegaram a uma engenhoca interessante. O chip da imagem acima é capaz de acompanhar o paciente de forma simples e é pequeno o suficiente para ser colado aos curativos aplicados nele.


O tamanho diminuto se deve à ausência de uma bateria. E é aí que mora o truque. O dispositivo é energizado por rádio-frequência, emitida por um telefone celular, e sem necessidade de contato físico entre o chip e o aparelho. Segundo os cientistas, o recarregamento pode ser feito de uma distância de até quatro metros sem alterações no funcionamento.


A ideia é que, quando estiver sendo produzido em massa, o pequeno aparelho custe US$ 25 (cerca de R$ 50), enquanto a solução mais econômica já existente sai por, pelo menos, quatro vezes mais.
Ainda, a Universidade Estadual do Oregon quer trabalhar na sensibilidade do chip, permitindo que ele monitore não apenas os sinais vitais, mas também ondas cerebrais e auxilie em encefalogramas.

Apesar de já terem um protótipo pronto para apresentações, os pesquisadores do projeto querem ir além. Uma das principais metas para 2013 é acabar com a necessidade de um celular para prover energia ao aparelho, substituindo isso pelo calor do corpo humano ou pelo movimento dos pacientes.

Ainda, a Universidade Estadual do Oregon quer trabalhar na sensibilidade do chip, permitindo que ele monitore não apenas os sinais vitais, mas também ondas cerebrais e auxilie em encefalogramas.


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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Dispositivo captura células cancerosas circulantes no sangue

A metástase é um processo relacionado a disseminação de tumores malignos ocasionado pelas células tumorais circulantes (CTCs). As CTCs são células raras que se soltam de um tumor original e se espalham pelo corpo, originando novos tumores. Por isso, a detecção dessas células no início da doença pode fornecer informações importantes sobre o tipo de câncer e sua progressão.

Nos últimos anos, pesquisadores da UCLA, nos Estados Unidos, desenvolveram o "NanoVelcro", chip capaz de isolar CTCs para análise, trabalhando como um velcro.

Recentemente, a equipe melhorou o "NanoVelcro" através da substituição do nanofio original de silicone por um novo tipo de polímero, o qual é mais eficiente na fixação das células cancerosas presentes na amostra de sangue. Utilizando um feixe de laser miniaturizado, foi possível imobilizar CTCs únicas. 

A ideia é que os médicos possam personalizar o tratamento através dessa análise, feita a partir de amostras de sangue de cada paciente. "Com esta tecnologia, estamos chegando mais perto do objetivo de uma biópsia líquida altamente aplicável, onde podemos coletar amostras de células cancerosas por uma coleta de sangue simples e entender os genes que lhes permitem crescer", concluem os pesquisadores.

Fonte: iSaúde

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Curiosidades: o poder dos microscópios



Não há duvida de que a citologia, ciência que estuda as células, depende muito de instrumentos de ampliação, e que o avanço nos estudos dessa ciência acompanham o progresso das tecnologias de equipamentos microscópicos. Desde os primeiros trabalhos, até anteriores que os de Hooke, cientista britânico que criou o termo “célula”, e Leeuwenhoek , considerado pai da microbiologia, os microscópios foram se aperfeiçoando e alcançando novas escalas.

Na microscopia óptica encontram-se desde microscópios mais simples, como os de bancada, aos mais complexos como os de fluorescência, possibilitando a observação de pequenas organelas presentes nas células, da ordem de 200 nanômetros.

Com o surgimento do microscópio eletrônico foi possível obter resoluções ainda muito maiores, chegando a 0,7 ângstrom. Para isso, utilizam-se feixes de elétron e lentes magnéticas para a formação das imagens. A combinação de técnicas de microscopia eletrônica permite a observação de componentes celulares como as enzimas, proteínas e açúcares. Atualmente é possível realizar a tomografia eletrônica de uma célula para detectar elementos químicos em suas organelas.
         
Mais recentemente, cientistas suíços desenvolveram um novo aparelho que une a microscopia holográfica ao processamento digital, criando imagens 3D de tecidos vivos de escala nano. As imagens são geradas sem a utilização de contrastes como o GFP (proteína verde fluorescente), eliminando o risco de serem distorcidas por substâncias estranhas presentes nas amostras. Com esse avanço, é possível observar em tempo real a reação de uma célula individual às substâncias introduzidas.

Apesar das mais diversas inovações, não se fala num único microscópio mais potente que os demais. Existem os microscópios de alta resolução, com características que os fazem capazes de alcançar escalas subângstrom, para observação de processos importantes da nanotecnologia, como átomos em redes cristalinas. As diferentes performances estão relacionadas ao propósito dos aparelhos.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Prótese cerebral pode permitir que tetraplégicos sintam a textura de objetos

Miguel Nicolelis, pesquisador

Ratos geralmente não podem ver a luz infravermelha, mas eles têm conseguido "tocar" esta luz em um laboratório da Universidade de Duke. Os ratos passaram a " sentir" a luz como uma sensação de toque após o neurobiólogo brasileiro, hoje um dos mais importantes pesquisadores da área em todo mundo, Miguel Nicolelis e sua equipe sintonizarem um detector de infravermelho ligado à eletrodos implantados na parte do cérebro que processa informações relacionadas com o sentido do tato em mamíferos.
" Uma das principais falhas das atuais próteses humanas controladas pelo cérebro é que os pacientes não podem sentir a textura do que tocam. Nosso objetivo é dar a tetraplégicos não apenas a capacidade de mover seus membros novamente, mas também de sentir a textura dos objetos colocados em suas mãos ou experimentar as nuances do terreno sob seus pés," afirma Nicolelis.
O estudo, publicado, em fevereiro, na revista Nature, mostra que o córtex dos ratos responde tanto ao sentido do tato simulado criado pelos sensores de luz infravermelha quanto ao próprio toque, como se o córtex fosse dividindo-se uniformemente de modo que as células do cérebro passem a processar os dois tipos de informações.
" Chegamos à conclusão que em vez de estimularmos um tipo particular de célula neuronal para gerar uma função desejada, a estimulação de uma ampla gama de tipos de células pode ajudar a região cortical a se adaptar a novas fontes sensoriais," disse Nicolelis.
Os estudos do pesquisador brasileiro já mostraram como as células cerebrais se conectam com eletrodos externos para interfaces cérebro-máquina e próteses neurais em pacientes humanos e primatas, dando-lhes a capacidade de controlar os membros, reais e virtuais, usando apenas suas mentes. Ele e sua equipe mostraram que os macacos, sem mover qualquer parte de seus corpos reais, poderiam usar a sua atividade elétrica do cérebro para guiar as mãos virtuais de um avatar, tocando objetos virtuais e reconhecendo suas texturas.
O trabalho atual, de interface cérebro-máquina, é parte de um esforço internacional chamado Walk Again Project (projeto andar novamente), que tem como objetivo construir um exoesqueleto de corpo inteiro, ajudando pessoas paralisadas a recuperar suas habilidades motoras e sensoriais. A expectativa da equipe é usar o primeiro exoesqueleto na cerimônia de abertura da Copa do Mundo de Futebol, em junho de 2014, no Brasil.
Miguel Nicolelis é professor de neurobiologia, engenharia biomédica e de psicologia e neurociência da Universidade de Duke. Ele também é fundador do Centro de Neuroengenharia de Duke. O brasileiro é formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e doutorado pelo Instituto de Ciências Biomédicas da própria USP.
Fonte: ISaúde

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Salmão com gene de enguia

Biólogos acreditam estar prestes a conseguir produzir o primeiro peixe geneticamente modificado para consumo humano. A empresa de biotecnologia americana AquaBounty trabalha no Canadá para criar ovas de um salmão transgênico do Oceano Atlântico. Essas ovas podem se tornar salmões parecidos com seus primos naturais, mas devem chegar ao seu tamanho máximo duas vezes mais rápido.


A FDA, agência que regula alimentos e medicamentos nos EUA, acaba de declarar que o salmão transgênico "não tem impacto significativo", o que costuma ser o último passo antes de um aval final. Se isso se confirmar, o salmão será o primeiro animal geneticamente modificado aprovado para consumo humano.
O salmão em questão, da espécie selvagem encontrada no Atlântico, contém genes extras da espécie Chinook, do Pacífico, e de enguia, o que fazem o peixe crescer mais rápido ao longo de todo o ano. Segundo a AquaBounty, todos os salmões modificados serão fêmeas estéreis criadas em ambientes fechados.
Enquanto a empresa espera a decisão da FDA, outros pesquisadores do mundo têm estudado genes animais para produzir comida, remédios, materiais, melhorar criações de gado ou mesmo criar animais de estimação supostamente melhores.
Fonte: BBC

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Descoberta bactéria que vive em temperaturas abaixo de zero

A descoberta pode trazer avanços sobre a busca da vida fora do planeta Terra. Pela primeira vez, foram encontradas bactérias vivendo na Antártida.

Encontrada em no lago Whillans a 800 metros de profundidade, a bactéria foi recolhida juntamente com água e resíduos minerais em uma amostra para pesquisa.  John Priscu, da Universidade Montana State, nos EUA, líder da expedição científica, analisou a amostra em microscópio e realizou testes químicos, que mostraram que elas estavam vidas e metabolizando energia.

Visando mais estudos, como análise do DNA, o cientista pretende determinar o tipo de bactéria encontrada e como ela vive. Como não há luz solar no lago, ela deve se alimentar de fontes externas, como o derretimento das geleiras ou sedimentos das rochas ao redor do lago.

Chris McKay, cientista da Nasa, afirmou que essa análise pode dizer se as bactérias do lago vão ajudar a descobrir vida extraterrestre. "Se a bactéria estiver usando uma fonte de energia local, vai ser muito interessante. Se estiver só consumindo matéria orgânica vinda de outros locais, nem tanto."

No Sistema Solar, há registros de água líquida subterrânea, encontradas abaixo de grandes camadas de gelo. Nessas condições, há a possibilidade de de bactérias usarem fontes de energia local para sobreviver.

Os cientistas acreditam que o material recolhido agora dê uma pista de um ecossistema até agora desconhecido.

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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Manipulação genética cria células resistentes ao HIV em laboratório

Por meio de manipulações genéticas, cientistas conseguiram desenvolver em laboratório células do sistema imunológico resistentes ao vírus HIV.

O vírus entra nos linfócitos T utilizando como porta dois tipos de proteína que ficam na superfície da célula, conhecidas como CCR5 e CXCR4. Sem esses receptores, o vírus não é capaz de entrar. Os pesquisadores quebraram a sequência de DNA do receptor CCR5 e lá inseriram três genes conhecidos por conferirem resistência ao vírus da aids.
Depois desse verdadeiro trabalho de "recorta e cola" genético, a entrada do vírus na célula é bloqueada, o que o impediria de destruir o sistema imunológico do paciente. Os pesquisadores observam que a terapia não teria a capacidade de curar a infecção, mas sim de reproduzir o efeito do tratamento com o coquetel, com mais eficácia e menos efeitos colaterais.
O que realmente acendeu a esperança pelo sucesso de uma terapia genética contra o HIV foi o caso do paciente Timothy Ray Brown, americano diagnosticado com HIV em 1995. Enquanto se tratava da infecção, Brown - que vivia em Berlim - desenvolveu leucemia. Seu oncologista encontrou um doador de medula óssea que possuía uma mutação genética que naturalmente protege seu portador contra o vírus. Depois que se encerrou o tratamento, ele teve a grata surpresa de ver que, além de ter conseguido curar a leucemia, o vírus não era mais detectado. Ele é considerado como o único caso de cura do HIV.
A existência da mutação Delta 32 na proteína CCR5, que protege contra o HIV, foi descoberta em 1996. Estudos mostram que ela surgiu provavelmente há cerca de 500 anos no norte da Europa. A teoria é que a peste negra também poupava as pessoas que tinham essa mutação. Ela está presente em 1% da população europeia.
Fonte: Estadão

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Descoberta da USP pode ajudar a tratar cardiopatia


Uma das sequelas mais graves da doença de Chagas é a cardiopatia decorrente de uma inflamação crônica no músculo do coração – a miocardite –, que destrói o órgão lentamente. Pesquisa recém-concluída na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), ajudou a compreender melhor a participação do sistema imunológico nesse processo, abrindo caminho para novos tratamentos.
Segundo os resultados divulgados em dezembro na revista PLoS Neglected Tropical Diseases, dois tipos de linfócitos – as células T reguladoras (Treg) e as células T auxiliares ou “helpers” 17 (Th17) – são os principais responsáveis por modular a intensidade do ataque ao parasita causador da doença: o Trypanosoma cruzi.
Quando esses linfócitos estão diminuídos no organismo do hospedeiro, o ataque ao T. cruzi é mais intenso e, consequentemente, a agressão do próprio sistema imunológico ao coração também é maior. Já os portadores de doença de Chagas com maiores quantidades de Treg e de Th17 circulantes apresentam melhor prognóstico e um quadro assintomático na fase crônica da doença.
“Em camundongos infectados por T. cruzi, mostramos que, se o funcionamento dessas células é inibido, o animal morre em decorrência da miocardite. Mas quando a atuação dessas células está exacerbada também é ruim, pois o organismo não consegue controlar a multiplicação dos parasitas. Essas células são necessárias, mas na quantidade certa”, explica João Santana Silva, professor da FMRP-USP e coordenador da pesquisa apoiada pela FAPESP.
Posteriormente, com base na análise de amostras de sangue de pacientes com doença de Chagas, os cientistas viram que também em humanos há uma relação clara entre a quantidade de Treg e de Th17 circulante e a gravidade da miocardite.
“Com base nesse conhecimento, é possível predizer quais pacientes assintomáticos são mais suscetíveis a desenvolver cardiopatia. A descoberta também abre caminho para o desenvolvimento de medicamentos capazes de aumentar a produção de Treg e Th17 e modular a resposta imunológica”, diz.
A doença de Chagas, cujo transmissor é o besouro barbeiro (Triatoma infestans), é a principal causa de miocardite. Segundo dados da Fiocruz, estima-se que haja aproximadamente 20 milhões de pacientes infectados na América Latina. Entre 25% e 35% devem desenvolver alterações cardiovasculares.
De acordo com Silva, acreditava-se no passado que não havia necessidade de tratar chagásicos assintomáticos, pois a principal droga usada contra o parasita – o benzonidazol – causa fortes efeitos colaterais e é contraindicada em muitos casos. Além disso, os benefícios do tratamento não estavam bem definidos.
Estudos recentes, no entanto, mostram que todos os portadores de Chagas evoluem, mesmo que muito lentamente, para a cardiopatia. “A velocidade do processo degenerativo vai depender da produção de células Treg e Th17”, conta Silva.
Essas células, assim como os demais linfócitos, são produzidas na medula óssea e compõem o grupo dos chamados glóbulos brancos. “Até pouco tempo atrás, eram conhecidos apenas dois tipos de células T auxiliares: a Th1 e a Th2. Recentemente foi descoberta a existência de vários outros tipos, sendo os mais importantes Treg e Th17. Quando o Projeto Temático começou, pouco se sabia sobre o papel dessas células recém-descobertas”, diz Silva.
Depois de ativadas pelo contato com o patógeno, explicou o pesquisador, as células T auxiliares produzem uma série de mediadores que ativam outros tipos de leucócitos e disparam a resposta imunológica específica contra o antígeno.
“As células Th17 estão envolvidas em doenças autoimunes, como artrite e diabetes. Por isso, acreditava-se que a presença delas no organismo estava relacionada com um mau prognóstico. Em nossa pesquisa, porém, vimos que, na infecção por T. cruzi e na leishmaniose, ela é benigna. Atua em parceria com a Treg para frear a resposta imunológica prejudicial”, afirma Silva.
A produção de Treg e de Th17 pode ser influenciada por fatores genéticos, doenças prévias, alimentação e pela microbiota intestinal, explicou Silva. No caso da doença de Chagas, a interação com o parasita também é fator determinante. “Em camundongos vimos que algumas linhagens do parasita estimulam mais a produção dessas células. Isso é determinado logo no início da infecção”, disse.
Estudos paralelosEnquanto a busca por uma droga capaz de modular a produção de Treg e de Th17 não começa, os pesquisadores da FMRP, em parceria com o Instituto de Química de São Carlos, também da USP, trabalham no desenvolvimento de novos medicamentos capazes de matar o T. cruzi de forma mais eficiente e com menos efeitos colaterais do que o benzonidazol.

“Um dos fármacos em teste tem uma molécula de rutênio que libera óxido nítrico – a mesma substância produzida pelas células para matar o parasita –, além de benzonidazol acoplado. Testes feitos em camundongos mostraram que ele foi capaz de matar o T. cruzi com uma dose mil vezes menor que a do benzonidazol isolado”, comenta Silva.
De acordo com o pesquisador, a grande vantagem do candidato a fármaco é a liberação lenta e direcionada dos compostos ativos, diminuindo assim seus efeitos colaterais.
Paralelamente, o grupo coordenado por Silva também investiga o papel das células Treg e Th17 em alguns tipos de câncer e de doenças infecciosas, como a leishmaniose.
Ao analisar amostras de biópsias feitas em portadores de leishmaniose cutânea, causada pelo protozoário Leishmania braziliensis, os cientistas constataram a presença de Treg e de Th17 nas lesões de pele.
“Acreditávamos que os pacientes desenvolviam as lesões pela falta de Treg e de Th17, mas vimos que elas estão lá e estão muito ativas. Se não estivessem, a lesão seria muito maior”, diz Silva.
Em experimentos feitos com camundongos infectados com L. braziliensis na região auricular, os cientistas bloquearam a ação da Treg e da Th17. A doença agravou-se de tal forma que alguns animais ficaram sem a orelha.
No momento, o grupo investiga o papel desses linfócitos nas infecções pelo Leishmania chagasi, que causa uma forma mais grave da doença conhecida como leishmaniose visceral.
“Também no caso da leishmaniose é possível pensar em uma terapia com citocinas (moléculas produzidas pelas células de defesa) para estimular a atividade do sistema imunológico dos afetados”, afirma Silva.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

A força da biodiversidade

A notícia de capa da Nature, do dia 6 de fevereiro, veio ilustrar a importância da biodiversidade em culturas. A pesquisa da Universidade de Guelph, baseada em dez anos de estudo, aponta o risco da monocultura, que mesmo parecendo muito estável e produtiva, tende a entrar em colapso. Escrita por Profs. Andrew MacDougall e Kevin McCann, a pesquisa confirma que manter várias de espéicies numa mesma área, ajuda a evitar impactos irreversíveis após a influência humana, como mudanças de clima e invasão de pragas.

McCann afirma que existem muitas culturas que são produtivas e estáveis, ano após ano, no entanto, de reperte acontece uma grande perturbação e toda a biodiversidade que foi perdida, faz falta.  

Os estudos mostraram que a biodiversidade evita invasão por outras espécies, como pode acontecer em um área só de gramíneas, como também, afeta possibilidade de queimadas. Uma área com maior diversidade de espécies tem menos lixo orgânico perene, enquanto a monocultura acumula esse lixo, facilitando o alastramento do fogo. 

Leia mais detalhes dessa pesquisa aqui.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Diário de um Engenheiro: Riscos do uso de Agrotóxicos para os Trabalhadores Agrícolas


O uso de agrotóxicos para controle de pragas na agricultura é intensivo em todo o Brasil. Segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (SINDAG), entre 2010 e 2011 houve um aumento médio de 15% nas vendas de agrotóxicos em geral, impulsionadas principalmente pelas culturas de soja, cana, milho, algodão e café. 

Os trabalhadores agrícolas apresentam um grande risco de intoxicação, devido ao contato intenso com agrotóxicos concentrados. A pele é o órgão mais exposto durante as pulverizações, elaboração das caldas ou limpeza do equipamento de pulverização e durante o descarte de embalagens vazias. Contudo, para produtos altamente voláteis ou que apresentam baixa absorção pela derme, a via inalatória pode ser mais importante. 

As dermatoses, como as dermatites de contato, são patologias frequentes entre os usuários de agrotóxicos. Outras formas menos frequentes também podem ocorrer, como urticária, hipopigmentação da pele, e alterações em unhas e cabelos. 

Apesar do consumo intensivo de agrotóxicos, os registros oficiais sobre intoxicações são limitados para os casos agudos e quase inexistentes para as intoxicações crônicas. Segundo a Organização Mundial da Saúde, para cada caso notificado de intoxicação, existem outros cinquenta não notificados. De acordo com o Sistema Nacional de Informações Toxicológicas (SINITOX), na região Sul do Brasil, no ano de 2000, foram registrados 1.496 casos de intoxicações por agrotóxicos, o que corresponde a 7,98 % de todos os casos de intoxicação humana nesta região. Outro obstáculo é a insuficiência de recursos humanos e laboratoriais para estabelecer diagnósticos pode interferir na identificação da intoxicação. Este fator é influenciado pelo grande interesse em desenvolver tecnologias para aumento da produção na agropecuária, geralmente sem levar em consideração os impactos à saúde e à segurança do trabalhador. 

Alguns compostos químicos, para causarem efeitos tóxicos, requerem exposições repetidas, enquanto outros requerem uma única exposição. Assim, o efeito toxicológico de um composto pode estar relacionado ao padrão de exposição (dose, frequência e duração) e de absorção, metabolismo, e cinéticas de distribuição e eliminação, toxicodinâmica e toxicinética. Os agrotóxicos mais tóxicos geralmente estão envolvidos nos Eventos de Alta Exposição na Agricultura (EAEA), que podem resultar de práticas como manuseio na troca ou lavagens de roupas contaminadas juntamente com roupas dos familiares, estocagem de pesticidas no domicilio do agricultor. As três causas principais para os EAEA são a falha do trabalhador em seguir as recomendações dos fabricantes, que acompanham as embalagens, falta de experiência do aplicador e outros eventos aleatórios, como por exemplo, a ruptura de mangueiras. Outro dado preocupante é o baixo índice de escolaridade dos trabalhadores rurais brasileiros, que torna essa população altamente suscetível aos riscos de acidentes com agrotóxicos. Um estudo realizado em 2001 com trabalhadores rurais do Rio de Janeiro mostrou que a maioria (64%) não lia os rótulos dos agrotóxicos que utilizavam, além de não utilizarem de maneira adequada os equipamentos de proteção. 

Os riscos do uso de agrotóxicos podem ser minimizados por meio da utilização correta e racional dos produtos. A falta de informação por parte dos trabalhadores rurais quanto ao risco a que estão expostos quando manipulam agrotóxicos, deve-se na maior parte das vezes à baixa escolaridade, que dificulta, ou mesmo impossibilita, o acesso às informações de extrema importância para a sua segurança e dos envolvidos direta e indiretamente com a atividade agrícola. O monitoramento constante do impacto da utilização de agrotóxicos na saúde humana e no meio ambiente é um objetivo a ser alcançado. 

Portanto, é de extrema importância a divulgação dos riscos que os agrotóxicos oferecem, bem como o esclarecimento aos agricultores em relação às medidas de prevenção de acidentes com esses produtos. 

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) lançou uma cartilha, disponível em seu site, com orientações para trabalhadores rurais que trabalham com agrotóxicos. O objetivo é que eles saibam como evitar intoxicações. 

A cartilha cita quais são os principais sintomas de intoxicação aguda, seja pela respiração, boca ou contato com a pele, e como a pessoa deve agir. 

O material orienta o agricultor a comprar o agrotóxico seguindo as recomendações de um agrônomo, que vai indicar a substância adequada para o tipo de plantação e a dose certa. Outras dicas são sobre o transporte, armazenamento e descarte correto das embalagens. 

Beatriz Villani Cleante 
Graduando em Engenharia Biotecnológica

Bibliografia: 

Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Cartilha sobre Agrotóxicos. Brasília, DF, 2011. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/9e0b790048bc49b0a4f2af9a6e94f0d0/Cartilha.pdf?MOD=AJPERES>. Acesso em 3 out. 2012. 

FARIA, N. M. X. et al. Trabalho rural e intoxicações por agrotóxicos. Caderno Saúde Pública, Rio de Janeiro, p.1298-1308, set-out. 2004. Disponível em: <http://www.scielosp.org/pdf/csp/v20n5/24.pdf>. Acesso em 3 out. 2012. 

FARIA, N. M. X. et al. Intoxicações por agrotóxicos entre trabalhadores rurais de fruticultura, Bento Gonçalves, RS. Revista Saúde Pública, Bento Gonçalves, RS, 15 set. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rsp/2009nahead/7200.pdf>. Acesso em 3 out. 2012. 

SINDICATO NACIONAL DA INDÚSTRIA DE PRODUTOS PARA DEFESA AGRÍCOLA. Disponível em: <http://www.sindag.com.br>. Acesso em 3 out. 2012. 
Sistema Nacional de Informações Toxico Farmacológicas. Disponível em: <http://www.sinitox.icict.fiocruz.br>. Acesso em 3 out. 2012. 


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Bioinseticida

O controle de pragas na agricultura é de extrema importância para que se mantenham a produtividade e o rendimento das culturas. Vários tipos de inseticidas químicos, que tenham boa eficiência, também são apontados, no entanto, como prejudiciais à saúde humana e/ou ao meio ambiente. Dessa forma, outras alternativas são requeriadas a fim de diminuir a dependência desse tipo de pesticida. Nesse sentido, há uma busca por proteínas e moléculas inseticidas já presentes na natureza, que são efetivas contra os insetos e não trazem prejuízo a mamíferos, insetos benéficos e outros organismos.

Nas últimas 5 décadas, uma formulação de spray com Bacillus thuringiensis (Bt) tem se mostrado eficiente  e comercializado com boa safistafação por parte dos agricultores. Essa bactéria possiu corpos parasomais (ou cristais parasomais), dentro de sua célula, com propriedades inseticidas. Diversas espécies de Bt possuem essas moléculas, estima-se que mais de 60000 já foram isoladas e cultivadas, em todo o mundo. Sabe-se que essas toxinas matam subgrupos de Lepidoptera, Coleoptera, Díptera e nematóide.

O mecanismo de ação da toxina é simples. A bactéria produz seus esporos e excreta-os no solo. A larva do inseto ingere esse esporo e por ação das suas próprias proteases, ativam a toxina. Essa por sua vez, se liga a um receptor na membrana celular das células do intestino, promovendo um fluxo rápido de íons, desestabilizando as células e consequente, causando a morte.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Curiosidades: o monóxido de carbono



O monóxido de carbono (CO) é um gás inodoro e incolor, resultado da combustão incompleta, que ocorre na presença de poucas quantidades de oxigênio, de combustíveis como gasolina, querosene, carvão ou madeira. Está presente na fumaça de cigarros e acontece em significativa proporção em grandes centros urbanos, pela emissão nos escapamentos dos automóveis.


Em presença de grandes quantidades de monóxido de carbono, os sintomas começam a aparecer: tontura, dores de cabeça e até desmaios. Por ser imperceptível aos sentidos humanos, trás um alto risco de intoxicação num processo lento, de maneira que a vitima só percebe após inalar altas doses.


A toxicidade desse gás é devido a sua afinidade com as moléculas de hemoglobina, cuja função é o transporte de oxigênio pelo corpo. O CO toma o lugar do oxigênio nessas moléculas, formando a carboxihemoglobina, atrapalhando a oxigenação dos tecidos.


O monóxido de carbono pode, porém, colaborar com algumas de suas propriedades, existindo propostas de uso terapêutico dessa molécula, partindo do princípio de que esta é produzida pelo próprio organismo e tem participação em alguns processos biológicos. Em alguns testes feitos em ratos, a inalação de doses menores que a da capacidade de transporte de oxigênio pela hemoglobina pôde desencadear a proteção de alguns tecidos contra lesões orgânicas, diminuindo as áreas de enfartes e reduzindo a inflamação em casos de asma. O dado mais interessante é da boa recuperação de pacientes que receberam órgãos de vítimas de intoxicação por CO, o que pode propor a utilização desse gás para a preservação de órgãos para transplante.
 
Com isso, questiona-se se existe um limiar de segurança para o uso desse tipo de terapia em humanos. Apesar da facilidade de acesso ás moléculas, fornecê-las de maneira segura às células ainda é uma dificuldade a ser enfrentada. 


Referência

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Farmacogenética torna possível aplicar terapias individualizadas


Um medicamento indicado para uma pessoa nem sempre pode ser eficaz para outra que sofra da mesma doença. O que tem efeito positivo em um paciente pode desencadear reações indesejáveis em outro.
A farmacogenética (ou farmacogenômica) pode identificar os fatores genéticos que explicam a variabilidade individual na resposta aos medicamentos. A maior parte da resposta aos medicamentos é poligênica. Para alguns medicamentos, porém, há uma situação monogênica. A variação genética pode ser em um gene.
“O que temos hoje em dia é uma discussão em torno de pares: um gene, um medicamento”, disse o farmacologista Guilherme Suarez-Kurtz, chefe do Programa de Farmacologia do Instituto Nacional do Câncer (Inca), que participou do simpósio Medicina Translacional, realizado pela Academia Brasileira de Ciências em novembro.
“Um paciente, por apresentar essas características genéticas, tem um risco aumentado de sofrer efeitos colaterais. A genotipagem prévia vai mostrar que a variabilidade genética desse paciente pode aumentar o risco de efeitos tóxicos. É uma mudança de paradigma, uma nova e mais precisa variável”, disse Suarez-Kurtz à Agência FAPESP.
A genotipagem prévia pode, assim, possibilitar a aplicação de terapias individualizadas. “A forma de se usar essas informações no acompanhamento do paciente se dá sugerindo uma alteração de medicamento ou uma alteração de dose, ou dizer simplesmente que este paciente não pode fazer o tratamento, porque ele vai ter efeitos colaterais e irá interromper a terapia”, explicou.
O fator genético não explica toda a variabilidade na resposta aos medicamentos. “A resposta aos medicamentos é um fenótipo complexo, um processo que envolve vários fatores. Fatores demográficos (como peso, idade, sexo) e clínicos, função renal, função hepática, hábitos alimentares, tabagismo, alcoolismo, enfim, são inúmeros os fatores que podem afetar a resposta aos medicamentos. As variáveis genéticas são um desses fatores. Então, para alguns medicamentos o fator genético é determinante, enquanto para outros o importante a se levar em conta é a idade, e para outros o peso”, concluiu o cientista.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Cientistas revertem envelhecimento em ratos


A experiência relatada de cientistas da Universidade da Califórnia pode contribuir para o desenvolvimento de tratamentos de doenças degenerativas associadas ao envelhecimento, em que mesclou células-tronco de sangue de ratos com idades mais avançadas com um gene de longevidade que culminou o potencial de regeneração dessas células.

Os pesquisadores determinaram que uma proteína, denominada SIRT3, da classe das sirtuínas, desempenha um papel importante ao auxiliar as células-tronco de sangue envelhecidas a lidarem com o estresse.

Quando os investigadores incluíram a proteína naquelas células dos ratos mais velhos, o tratamento estimulou a formação de novas células de sangue, o que propicia uma reversão da deterioração, relacionada com a idade, podendo abrir novos caminhos para tratamento de doenças.

“Já sabemos que as sirtuínas regulam o envelhecimento, mas nosso estudo é o primeiro que demonstrou que as sirtuínas podem reverter a degeneração vinculada com o envelhecimento”, disse Danica Chen, professora de Ciência e Toxicologia na Universidade da Califórnia.

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