quinta-feira, 31 de maio de 2012

Bioeletrônica: Primeiro circuito integrado químico

Cientistas suecos criaram o primeiro circuito integrado químico.
O chip é capaz de fazer cálculos e operações lógicas como um circuito integrado eletrônico comum.
Bioeletrônica: Primeiro circuito integrado químico controla neurônios
Quanto totalmente desenvolvido, o processador químico
poderá controlar a liberação de moléculas diretamente
 nas células, por exemplo, controlando o acionamento de
nervos e músculos.
A diferença crucial é que, em vez de eletricidade, o circuito usa compostos químicos circulando através de canais iônicos, similares aos existentes nos seres vivos.
O chip químico é uma decorrência natural de um trabalho divulgado em 2010, quando Klas Tybrandt e seus colegas criaram um transístor iônico, cujo funcionamento depende não de uma corrente de elétrons, mas de um fluxo de íons.
Os transistores iônicos transportam tanto íons positivos quanto negativos, assim como biomoléculas, controlando os neurônios.
Nesses últimos dois anos, os pesquisadores trabalharam na combinação dos transistores iônicos negativos e positivos, criando circuitos complementares e portas lógicas similares à organização dos transistores de silício nos chips eletrônicos.
O consumo de energia é baixo e o circuito é totalmente funcional nas condições de altas concentrações salinas típicas dos seres vivos.
Mas a grande vantagem de um processador químico é que ele poderá controlar diretamente as sinalizações celulares, abrindo o caminho para a conexão de circuitos eletrônicos diretamente a seres vivos.
E não apenas a aplicação de fármacos ou a chamada "entrega de medicamentos", mas o roteamento e liberação de padrões complexos de moléculas, de fato controlando o comportamento dos "circuitos fisiológicos".
Embora ainda esteja nos estágios iniciais de desenvolvimento, o processador químico terá potencial para mudar totalmente a forma como são controladas as próteses e os implantes médicos, abrindo possibilidades inteiramente novas para os campos da biônica e da biomecatrônica.
Onde hoje existe um circuito eletrônico para disparar uma corrente elétrica e acionar um nervo, por exemplo, poderá haver a saída de um transístor químico, por onde poderão sair substâncias químicas específicas - os íons - de acordo com a função que se deseja ativar nas células vivas.
"Nós poderemos, por exemplo, enviar sinais para as sinapses, em pontos onde o sistema de sinalização não esteja mais funcionando por alguma razão," disse Magnus Berggren, que coordenou o desenvolvimento do chip químico.
Antes disso, nos próprios laboratórios, os cientistas poderão estabelecer condições onde os experimentos terão níveis de controle que não são possíveis hoje, por exemplo, testando a aplicação de um quimioterápico e, simultaneamente, fármacos adicionais que limitem seus efeitos colaterais.
Os testes iniciais do chip químico, a exemplo do que já ocorrera com os transistores iônicos, foram feitos usando o neurotransmissor acetilcolina.
O chip químico é capaz de controlar a liberação da acetilcolina, por sua vez controlando células musculares, que são ativadas quando entram em contato com a substância.
O próximo passo da pesquisa será construir todas as portas lógicas químicas, de forma a montar um processador químico completo.
Como seu funcionamento deverá ser similar ao dos processadores eletrônicos, sua fabricação e adoção deverá ser muito mais rápida do que os chamados "processadores biológicos".
Para conferir a matéria na íntegra, clique aqui!

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Saúde de recém-nascidos é melhorada com vacina para gripe

Um relatório publicado na edição de junho do periódico American Journal of Public Health mostrou que vacinas para gripe administradas em gestantes ajudou na saúde do recém-nascido, mesmo antes do seu nascimento. O estudo foi feito com 55.570 mães de um único filho, sendo que 23.340 destas receberam a vacina durante a gestação, entre novembro de 2009 e abril de 2010.
Essa análise mostrou que as mães que receberam a vacina contra H1N1, tiveram menos partos prematuros, óbitos fetais e recém-nascidos com tamanho inferior ao normal. Após levar em contas os outros fatores, como a idade da mãe, tabagismo e hipertensão, foi possível concluir que o risco do parto ocorrer antes da 32ª semana de gestação foi 27% menor em mães vacinadas do que as não-vacinadas, e o risco de óbito fetal foi 34% menor.
A autora do estudo, Deshayne B. Fell, epidemiologista da Better Outcomes Registry & Network, de Ottawa, afirmou que a vacina é segura e eficaz, além de não trazer efeitos colaterais para o feto. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA recomendam que a vacina contra a gripe seja dada em todas as gestantes.

Para ler mais, clique aqui.

domingo, 27 de maio de 2012

Entre a vaca louca e o Alzheimer

Pesquisadores do Brasil e do exterior buscam origem comum e formas de combater doenças neurodegenerativas. No Brasil, a bioquímica paulista Vilma Regina Martins passou os últimos 15 anos investigando o papel  desempenhado no organismo pela proteína príon celular, a versão saudável da proteína causadora do mal da vaca louca. Em parceria com equipes de vários estados brasileiros, verificou que o príon é fundamental para o desenvolvimento e amadurecimento de neurônios e para o equilíbrio do sistema de defesa (veja artigo referente aqui).

Agora ela e seus colaboradores hipotetizam que a interferência na PrPc, ou príon celular, pode ajudar a bloquear o desenvolvimento de outras enfermidades do sistema nervoso central, como o Alzheimer e o glioblastoma, o tumor cerebral mais agressivo que se conhece.

Experimentos feitos em células neuronais in vitro e in vivo (em animais) indicam que a alteração na quantidade de uma proteína que se liga à PrPc e a ativa impede a morte de neurônios, mesmo na presença de compostos tóxicos. Um fragmento dessa outra proteína também tem se mostrado eficiente em testes in vitro para parar a reprodução dos astrócitos, que se multiplicam descontroladamente, gerando o glioblastoma.

O controle da infecção da vaca louca nos diferentes ambientes se une a estudos sobre estruturas e a conversão do príon celular em príon infeccioso. Um exemplo são os estudos desenvolvidos na Universidade de Alberta que tenta identificar por que a proteína saudável se desenovela e assume outra estrutura, tóxica aos neurônios. No caso do príon, acredita-se que o simples contato com uma proteína alterada gere um príon defeituoso.

O príon pode estar relacionado também com outras doenças, como o mal de Parkinson e a esclerose lateral amiotrófica. Segundo a Vilma, parece haver um mecanismo comum por trás dessas enfermidades.

Ainda pode haver um outro elo entre o mal da vaca louca e a doença de Alzheimer. Neste caso clínico, a PrPc encontra-se saudável, ao contrário do caso da vaca louca - na qual os príons infectados, ao entrar em contato com os saudáveis, tornam-os defeituosos - porém o efeito protetor exercido por ela é bloqueado pelo oligômero beta-amiloide.

O artigo completo pode ser acessado clicando-se aqui.

sábado, 26 de maio de 2012

Frasco de ketchup do futuro

O candidato a PhD no MIT, Dave Smith, e sua equipe de engenheiros criaram o LiquiGlide: um fraco em que o ketchup e a maionese não grudam nas paredes internas.
O LiquiGlide na verdade é uma cobertura feita de materiais bastante escorregadios e seguros para alimentos. A cobertura serve para embalagens de plástico, vidro e outros materiais. Seu criador, Dave Smith, disse à Fast Company que o LiquiGlide é “meio que um líquido estruturado – é rígido como um sólido, mas é lubrificado como um líquido”.
O objetivo de longo prazo, além de entrar na indústria de US$17 bilhões de embalagens, é criar um sistema de anti-entupimento em oleodutos e tubos de combustível, e criar um para-brisas melhor e que não produza uma camada de gelo em lugares frios.  
Saiba mais em: 
http://www.liqui-glide.com/
http://www.gizmodo.com.br/veja-o-frasco-de-ketchup-do-futuro-em-acao/ 
http://www.fastcoexist.com/1679878/mits-freaky-non-stick-coating-keeps-ketchup-flowing

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Probióticos auxiliam a combater efeito colateral de antibióticos

Uma meta-análise publicada semana passada no periódico The Journal of the American Medical Association mostrou que os microrganismos probióticos, que oferecem benefícios a saúde humana, também são capazes de reduzir um efeito colateral do uso de antibióticos, a diarreia.
Essa análise foi feita com 82 estudos diferentes e mostrou que os probióticos encontrados principalmente em iogurtes são capazes de reduzirem em até 42% taxa de diarreia associada ao uso de antibióticos. Os estudos utilizaram pacientes de todas as faixas etárias e que faziam uso dos mais variados antibióticos.
Entretanto, o estudo não mostrou um probiótico que tivesse uma eficácia maior que os outros, nem marcas de iogurtes que melhor auxiliariam no tratamento à diarreia. Grande parte dos estudos nem documento qual a cepa de probiótico que estava sendo testada. Além disso,os probióticos pode causar efeitos colaterais graves, mas nenhum desses estudos relatou esses efeitos.
De acordo com a coautora do projeto e pesquisadora da RAND Corp., Sydne J. Newberry, o estudo não mostra se é melhor usar determinado tipo de probiótico e que deve-se trabalhar muito mais ainda para que essa afirmação possa ser feita.

Fonte: INFO Online

Doenças do coração: Novas esperanças


Como sempre as buscas por avanços na área da saúde podem surgir das maneiras mais inesperadas e resultam em técnicas que abrem as portas para uma diversidade ainda maior de estudos e novas possibilidades. Um exemplo foi que cientistas afirmaram ter conseguido transformar, em laboratório, células da própria pele de pacientes em tecido de coração. Em última análise, eles esperam que as células-tronco possam ser utilizadas para tratar pacientes com insuficiência cardíaca.
Especialistas têm usado cada vez mais células-tronco para tratar uma variedade de problemas cardíacos e outras condições como a diabetes, doença de Parkinson ou Mal de Alzheimer.
No mais recente estudo, uma equipe de Israel usou células da pele de dois homens com insuficiência cardíaca e as misturou, em laboratório, a um coquetel de genes e produtos químicos. As células-tronco que eles criaram eram idênticas às células musculares saudáveis do coração. Quando estas células foram transplantadas para um rato, eles começaram a fazer ligações com o tecido do coração no entorno.
O professor pesquisador Lior Gepstein, disse: "O que é novo e instigante nessa pesquisa é que mostramos que é possível retirar células da pele de um paciente idoso com insuficiência cardíaca avançada e chegar a uma amostra de laboratório de células saudáveis e jovens -- em estágio equivalente ao das células do coração quando o paciente nasceu".
Os pesquisadores dizem que mais estudos são necessários antes que possam começar os testes em seres humanos.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Uso de microcápsulas para revestir ilhotas do pâncreas pode impulsionar tratamento do diabetes





A CellProtect, uma jovem empresa de biotecnologia originada de pesquisas iniciadas no Nucel, uma spin-off no jargão econômico, depositou seu primeiro pedido de patente no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). O alvo da proteção intelectual é uma nova formulação de microcápsulas que talvez possa elevar o transplante de ilhotas do pâncreas, hoje um procedimento de uso experimental e sujeito a inúmeras restrições, à condição de tratamento eficaz e seguro para pacientes do diabetes, em especial os do tipo 1, incapazes de produzir insulina e dependentes de injeções regulares do hormônio para controlar a doença. Feitas à base de alginato, material obtido de algas marrons, as cápsulas podem ser usadas para revestir as ilhotas e, assim, permitir a realização de transplantes sem a necessidade de reduzir as defesas imunológicas do receptor com o emprego de drogas.

O primeiro problema desse tipo de implante, que envolve células obtidas a partir do pâncreas de um doa-dor humano recém-falecido, é justamente controlar a rejeição. Derrubar o sistema imunológico do receptor de um implante é um procedimento caro e delicado,  que fragiliza o doente e o predispõe a pegar infecções. O segundo é manter as ilhotas, onde ficam as células beta responsáveis pela produção da insulina, funcionando a contento por um bom tempo. De acordo com os pesquisadores da universidade e da empresa, que desenvolveram conjuntamente as microcápsulas, esses dois empecilhos são contornados com o emprego de implantes de ilhotas revestidas. “Controlamos o diabetes em camundongos que receberam o transplante e as ilhotas estão produzindo insulina há mais de 300 dias”, afirma a bióloga Mari Sogayar, professora titular do Instituto de Química da USP, coordenadora do Nucel e consultora da CellProtect. “Agora gostaríamos de testar a abordagem em animais maiores e, se tudo der certo, em pacientes humanos.”

Em todos os procedimentos de implante de células do pâncreas feitos no país, o material biológico injetado não estava protegido por um revestimento. Agora, em parceria com a CellProtect,  que ajudou a fundar ao lado de outros pesquisadores e ex-alunos da pós-graduação, a bióloga quer dar um passo adiante e passar a usar as microcápsulas nos transplantes. “Com elas, conseguimos controlar os compostos que podem entrar e sair dos poros desse revestimento”, diz o médico e pesquisador mineiro Thiago Rennó dos Mares Guia, presidente da CellProtect e colaborador do Nucel. “As células beta são muito delicadas e precisam de um suprimento adequado de nutrientes e oxigênio para se manter vivas.”

Por provocar poucas reações do sistema imunológico, o alginato é um composto de base comumente usado em revestimentos destinados a serem implantados em seres humanos.

As ilhotas do pâncreas não precisam ser colocadas dentro das microcápsulas. São embebidas numa solução viscosa de alginato e íons de cálcio e bário e, em seguida, gotejadas numa torneira especial, de onde saem envolvidas por uma esfera do biomaterial. 

Devido a suas dimensões e propriedades fisico-químicas, os diminutos furinhos nas paredes das esferas de alginato funcionam como uma membrana seletiva. Evitam a entrada nas microcápsulas de elementos nocivos, como os anticorpos e os macrófagos (células que engolem elementos estranhos ao organismo), mas deixam passar a glicose, o oxigênio e outros nutrientes indispensáveis para a manutenção das células beta. Permitem ainda, e isso é fundamental, que a insulina fabricada pelas ilhotas seja expulsa do interior do invólucro. Dessa forma, o hormônio que estava em falta no organismo chega à corrente sanguínea do diabético.

Para saber mais, acesse Revista Fapesp.

sábado, 19 de maio de 2012

Vacinas do futuro


Vários estudos estão sendo iniciados para a criação de novas vacinas, pretendendo-se utiliza-las em um futuro bem próximo.  Em Cuba, por exemplo, já se utiliza uma vacina contra o cancer de pulmão e já está sendo estudada uma outra contra tumores na próstata. Até o alcoolismo está na mira de alguns pesquisadores.
Em  Londres,  Jan Nilsson, da universidade sueca de Lund, e  Prediman K. Shah, diretor da divisão de Cardiologia do Instituto Cedars-Sinai, em Los Angeles, estudam a criação de uma vacina que previna ataques cardíacos, que evite a aterosclerose, doença progressiva causada pelo acúmulo de gorduras na parede dos vasos sanguíneos.
Shah também desenvolveu um projeto em 2005, que ainda está em desenvolvimento, onde cientistas descobriram uma população que possui um gene mutante,  chamado de  A-1-Milano. Este gene produz um colesterol bom que protege a parede dos vasos sanguíneos contra o acumulo de gorduras. Modificou-se um vírus em laboratório para que ele carregasse o gene mutante, e posteriormente o vírus foi injetado em ratos e implantou o gene no DNA nos animais, que começaram a produzir a proteína do A-1 Milano.
Mas, atualmente, a grande meta da medicina é a prevenção da aids, através da criação de uma vacina. Alguns estudos já foram iniciados e os primeiros testes em camundongos deram resultados positivos. O próximos passo é testar a injeção em macacos rhesus, geneticamente muito mais parecidos com o ser humano e que podem ser infectados com a aids símia.
Tal pesquisa está sendo realizada na USP, liderada por Edecio Cunha Neto. Ele explica que o projeto usa fragmentos do DNA do vírus e os coloca em outros vírus atenuados que já são usados em vacinas (o da febre amarela, o adenovírus e o próprio vaccínia), o que o professor espera que aumente a resposta imunológica nos primatas.
Os cientistas vão testar todos esses vírus e tentar descobrir qual dá a melhor resposta. "Hoje a gente acredita que a melhor resposta vá surgir por combinação de vários vetores vacinais diferentes. Vai ser a nossa porta para identificar qual é a combinação que vamos precisar para ter a melhor resposta de todas".
Mas, até que estas vacinas cheguem aos humanos, vai levar tempo e muito dinheiro.

para saber mais, acesse:
http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5753665-EI8147,00-Vacinas+do+futuro+prometem+prevenir+de+derrame+a+alcoolismo.html 

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Vespas e outros no controle biológico


A empresa Bug Agentes Biológicos, com sede em Piracicaba, no interior paulista, atua no controle biológico de pragas e desenvolveu um método eficiente para multiplicar insetos capazes de dizimar outros seres semelhantes que atacam plantações de cana-de-açúcar e outras lavouras. 

 “A tecnologia adotada para multiplicar a vespa do gênero Trichogramma galloi, que ataca uma praga comum em canaviais, contribuiu para em apenas dois anos de comercialização desse inseto, tratar no Brasil uma área equivalente a 500 mil hectares de cana-de-açúcar”, diz o engenheiro agrônomo Alexandre de Sene Pinto, um dos sócios da Bug.
A ação do T. galloi é diferenciada porque a vespa ataca os ovos da mariposa conhecida como broca-da-cana (Diatraea saccharalis), inoculando neles seus próprios ovos e impedindo que o inseto, na sua fase de lagarta, ecloda e ataque a planta. Os insetos usados no controle biológico parasitam lagartas e congêneres adultos que já tiveram a chance de atacar a plantação. A multiplicação e a comercialização de vespas do gênero Trichogramma não é algo inédito no mundo – aqui no Brasil a técnica foi desenvolvida décadas atrás no Laboratório de Biologia de Insetos da Esalq-USP.
A inovação da Bug foi desenvolver um método eficiente e economicamente viável de multiplicar a espécie T. galloi. “Isso é mais difícil de ser feito, porque essa vespinha se desenvolve muito bem nos ovos da broca-da-cana, cuja criação em laboratório é muito onerosa. Para vencer esse obstáculo, utilizamos ovos de um hospedeiro alternativo, uma traça de farinha, de fácil criação, chamada Anagasta kuehniella, para multiplicar a vespa. Com isso, conseguimos reproduzi-la em escala industrial”, diz Alexandre.
O controle biológico, como o nome sugere, é uma atividade que emprega agentes – insetos, ácaros, fungos, vírus e bactérias – para combater pragas que destroem as mais variadas plantações. Além da cana, o método também é empregado nas lavouras de soja, milho, plantas frutíferas, hortaliças e outras. Ele faz parte do manejo integrado de pragas,  conceito surgido nos Estados Unidos e na Europa nos anos 1960 como alternativa à aplicação de agrotóxicos para controlar insetos e outras pragas presentes no campo.
“A maioria dos inseticidas não consegue alcançar nenhuma dessas vantagens e os demais falham em algumas delas, especialmente no que se refere aos impactos secundários, que, de alguma forma, geram desequilíbrios ambientais”, afirma Alexandre Pinto. Combater pragas com organismos vivos é uma atividade em expansão no Brasil. As estatísticas são imprecisas, mas estima-se o seu emprego em mais de 7 milhões de hectares de lavouras, apresentando vantagens ambientais em relação ao uso de inseticidas.
Os ovos parasitados são colocados em embalagens perfuradas criadas e patenteadas pela Bug. Elas são feitas de cartelas biodegradáveis formadas por três camadas superpostas de papelão. A camada intermediária tem “túneis” milimétricos, que formam cápsulas capazes de armazenar 2 mil ovos. As cartelas são vendidas aos agricultores, que as instalam na planta. Depois que as vespinhas eclodem dos ovos, elas saem voando pelos furinhos da cartela (veja o infográfico no fim da matéria). “A liberação deve ser feita semanalmente, durante três semanas seguidas, numa média de 50 mil vespas por hectare. Como o inseto só voa 10 metros durante sua curta vida, de uma semana, as cartelas precisam ser posicionadas num raio de 20 metros uma das outras”, explica o sócio da Bug.
No caso do Trichogramma galloi, os técnicos da Bug precisam criar em laboratório tanto as vespas quanto os hospedeiros alternativos, as traças. No início do processo indivíduos adultos da traça são colocados para acasalar em caixas plásticas contendo farinha de trigo e levedura – essa mistura é a dieta das traças. Nesses recipientes as fêmeas colocam seus ovos, que, numa etapa posterior, serão parasitados pela vespinha T. galloi. Após a emergência dos primeiros adultos da traça, eles são separados, peneirados para a eliminação de restos de farinha e transferidos para caixas coletoras de ovos. Essas caixas são produtivas por cinco a sete dias, período de vida das traças adultas, quando os ovos desse inseto são recolhidos e esterilizados com luz ultravioleta, inviabilizando o embrião da traça. Em seguida, os ovos são oferecidos à vespinha, que põe de um a dois ovos dentro do ovo da traça.
Quando a fêmea adulta do Trichogramma encontra os ovos da broca-da-cana, ela os parasita, inoculando dentro deles seus próprios ovos. Com isso, impede que a lagarta se prolifere. Em sua forma adulta, a broca é uma mariposa de hábitos noturnos, de cor amarelo-palha. As fêmeas colocam os ovos nas folhas. As lagartas, depois de algum tempo, penetram na cana, onde se abrigam e se alimentam, prejudicando o canavial.
© HERALDO NEGRI / BUG
Vespa Cotesia flavipes ataca a broca-da-cana
Mercado atrativo
Cotesia flavipes é o principal inseto oferecido por grande parte das empresas brasileiras que atuam no controle biológico de pragas. É o caso da Biocontrol, de Sertãozinho, fundada em 1994. “Comercializamos a Cotesia e os fungos Metarhizium anisopliae e Beauveria bassiana. Os três fazem o controle biológico de pragas de canaviais”, diz Maria Aparecida Cano, uma das sócias da empresa, que também presta assessoria de produção de insetos e microrganismos para as usinas de açúcar e etanol do estado de São Paulo.
Para ler a matéria completa, acesse o site da Pesquisa Fapesp.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Brasil e mais 5 decifram genoma do inseto da Doença de Chagas



Com a decodificação da genoma do barbeiro, os pesquisadores acreditam que, se conseguirem estabelecer os motivos pelos quais o barbeiro transmite o parasita da doença, poderão estudar mecanismos para inibir a ação deste. Permitirá também  "idealizar novas técnicas de controle do inseto e estudar a interação com o parasita causador da doença".


A informação sobre a decodificação pode ser acessada em um site, que se encontra a disposição da comunidade científica, para que assim, possam também interpretar os dados. Os cientistas acreditam que ainda resta um longo caminho a ser trilhado, mas, a decodificação abre a possibilidade de "encarar uma luta mais eficaz ao conhecer mais sobre o Mal de Chagas".


Além do Brasil, a Argentina, Uruguai, Estados Unidos, Canadá e Reino Unido defifraçam o genoma. Um grupo de 30 cientistas participou da pesquisa. Em março, a Argentina anunciou que começou a produzir um remédio para tratar a Doença de Chagas.




Referência bibliográfica: noticias.terra.com.br

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Excesso de açúcar pode afetar o cérebro, sugere estudo

Comer açúcar demais pode consumir toda a sua energia cerebral, revelaram cientistas americanos que publicaram um estudo nessa última terça-feira (15) no "Journal of Physiology", demonstrando como uma dieta com base em xarope de milho rico em frutose afetou a memória de cobaias. 

Cientistas da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) alimentaram dois grupos de ratos com uma solução contendo xarope de milho rico em frutose - um ingrediente comum em alimentos processados - e água potável durante seis meses.
Um grupo de ratos tomou também um suplemento de ácidos-graxos ômega-3, que estimula a memória, na forma de óleo de linhaça ou ácido docosahexaenóico (DHA), enquanto o outro grupo não fez o mesmo.
Antes do início da ingestão de açúcar, os ratos passaram por um treinamento de cinco dias em um complexo labirinto. Os roedores foram colocados novamente no labirinto seis semanas depois de ingerirem a solução doce para ver como se saíam.
"Os animais que não tomaram DHA foram mais lentos e seus cérebros demonstraram um declínio na atividade sináptica", afirmou Fernando Gomez-Pinilla, professor de neurocirurgia na Escola de Medicina David Geffen, na UCLA.
"Suas células cerebrais tiveram dificuldade em enviar sinais entre si, prejudicando sua capacidade de pensar com clareza e lembrar o caminho que tinham aprendido seis semanas antes", acrescentou.
Uma análise mais detalhada nos cérebros dos ratos revelou que aqueles que não foram alimentados com suplementos de DHA também desenvolveram sinais de resistência à insulina, hormônio que controla os níveis de açúcar no sangue e regula a função cerebral.
"Uma vez que a insulina consegue penetrar a barreira sangue-cérebro, o hormônio pode sinalizar os neurônios, gerando reações que comprometem o aprendizado e causam perda de memória", disse Gomez-Pinilla.
Em outras palavras, comer frutose demais pode interferir na capacidade da insulina de regular como as células usam e armazenam açúcar, o que é necessário para o processamento de pensamentos e emoções.
"A insulina é importante no corpo para controlar o açúcar no sangue, mas pode desempenhar um papel diferente no cérebro, onde parece afetar a memória e o aprendizado", disse Gomez-Pinilla.
"Nosso estudo demonstra que uma dieta rica em frutose afeta tanto o cérebro quanto o corpo. Isto é algo novo", acrescentou.
"Nossas descobertas mostram que o que você come afeta como você pensa", emendou Gomez-Pinilla.
"Ingerir uma dieta rica em frutose a longo prazo altera a capacidade do cérebro de aprender e lembrar informações. Mas adicionar ácidos-graxos ômega-3 nas refeições pode ajudar a minimizar os danos", acrescentou.
O xarope de milho rico em frutose é comumente encontrado em refrigerantes, condimentos, comida de bebê e lanches processados.


Fonte: G1 - Ciência e Saúde

terça-feira, 15 de maio de 2012

Pesquisas contra a malária: primeira vacina deve sair entre 3 e 5 anos

A malária é uma doença infecciosa aguda que, mais do que nunca, tem merecido todas as atenções. Causada por protozoários do gênero Plasmodium, que são transmitidos através da picada do mosquito Anopheles, a doença tem sido foco de diversos estudos, muitos deles tendo como pauta o combate. Nos Estados Unidos, uma pesquisa publicada no ano passado na revista “Science” com fungos modificados mostrou que é possível matar o micro-organismo causador da malária infectando mosquitos com o fungo transgênico, eliminando o parasita dentro do inseto. O processo foi de inserção de dois genes do fungo Metarhizium anisopliae, que infecta insetos: um produz um anticorpo e o outro, uma toxina obtida de escorpiões.


“É bastante inovador, porém os testes ainda são muito preliminares e não sabemos qual será a aplicação desta técnica. Por outro lado, o uso de vírus e proteínas recombinantes já são formas mais estabelecidas de vacinação e apresentam um grande potencial de funcionarem como vacinas para humanos”, comenta Ricardo Gazzinelli, doutor em Bioquímica e Imunologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e chefe do Laboratório de Imunopatologia da Fiocruz Minas (Laim/Fiocruz Minas/Fiocruz).

Isso se houver interesse da comunidade científica mundial ou de empresas farmacêuticas, acusadas por muitos anos de negligenciar doenças como a malária. Se algo der errado, a sugestão é dar atenção aos avanços da biologia molecular. Com eles, o interesse no estudo dessas doenças deve estimular a retomada de financiamentos para as pesquisas. A avaliação é de Laura Rodrigues, professora de epidemiologia de doenças infecciosas e chefe da Faculdade de Epidemiologia e Saúde da População da London School of Hygiene and Tropical Medicine, que deu entrevista à Agência FAPESP. Para Ricardo Gazzinelli, a biologia molecular é uma área que revolucionou a pesquisa na área biomédica. Ele acredita também que o interesse econômico em vacinas vem aumentando:

Isso se houver interesse da comunidade científica mundial ou de empresas farmacêuticas, acusadas por muitos anos de negligenciar doenças como a malária. Se algo der errado, a sugestão é dar atenção aos avanços da biologia molecular. Com eles, o interesse no estudo dessas doenças deve estimular a retomada de financiamentos para as pesquisas. A avaliação é de Laura Rodrigues, professora de epidemiologia de doenças infecciosas e chefe da Faculdade de Epidemiologia e Saúde da População da London School of Hygiene and Tropical Medicine, que deu entrevista à Agência FAPESP. Para Ricardo Gazzinelli, a biologia molecular é uma área que revolucionou a pesquisa na área biomédica. Ele acredita também que o interesse econômico em vacinas vem aumentando:

Dr. Ricardo Gazzinelli, bolsista de Produtividade em Pesquisa 1A do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), estuda o papel do sistema imunológico na patogênese da infecção (ou seja, o mecanismo da doença). Além disso, trabalha no desenvolvimento de uma vacina contra a malária causada por P. vivax, uma das duas principais causas da malária. O P. falciparum predomina na África e é mais letal. O P. vivax está na América Latina e Ásia e, se não tratado, pode causar doença grave e morte. No Brasil, cerca de 80% dos casos de malária são causados pelo P. vivax “Esta é uma vacina que utiliza proteínas recombinantes e vetores virais expressando proteínas deste parasita e está sendo testada. Além disto, consideramos que, durante a malária, ocorre uma ativação exagerada do sistema imune, que é a causa de muitos dos sintomas durante esta infecção. Com isto em mente, tentamos entender este processo, para que possamos prevenir a doença interferindo com um sistema imune”, explica Ricardo Gazzinelli.

Ainda não há previsão nem de ser provada a possibilidade de prevenção através de fungos transgênicos nem da vacina em teste na Fiocruz Minas ser lançada para a prevenção:
“Difícil fazer esta previsão. No caso da malária com P. falciparum, tem uma vacina produzida pela GlaxoSmithKline (GSK) que está sendo testada em humanos, na África, e vem apresentando resultados animadores. Se tudo der certo, talvez tenhamos uma vacina comercial para malária em um horizonte de três a cinco anos”.

“Isto é verdade também no caso da malária, porque permitiu o maior entendimento da biologia do parasita, a interação parasita/hospedeiro, assim como o desenvolvimento de métodos de controle, como por exemplo, vacinas e geração de mosquitos refratários a infecção com Plasmodium. Como a malária, entre outras, é uma doença de pobres, que não possuem recursos para adquirir medicamentos, o interesse ecônomico é pequeno. Mas esta tendência está mudando. As empresas que passam a trabalhar com estas doenças negligenciadas têm uma série de benefícios. Em segundo lugar, o poder aquisitivo dos países do terceiro mundo está aumentando e, como doenças como a malária afetam o setor produtivo e acarreta perdas econômicas grandes, acredita-se que os governos dos países afetados poderiam subsidiar as campanhas de vacinação pública contra estas doenças.”

segunda-feira, 14 de maio de 2012

O implante de retina que restaura a visão com a ajuda da energia solar

Implante retinal.

Implantes eletrônicos que restauram a visão de cegos não são novos, mas um dos seus maiores entraves é a necessidade de uma fonte de energia externa. Agora, isso está prestes a mudar graças a um time de pesquisadores que construiu um implante digital a partir de pixels fotovoltaicos infravermelhos — assim, ele gera a sua própria energia.
Implantes digitais para o olho são feitos para substituir os receptores sensíveis a luz na retina, os quais se danificam por problemas de doença como a degeneração macular e a retinite pigmentosa em pessoas mais velhas, culminando na cegueira. Os implantes geralmente têm a forma de pequenas matrizes CCD, como aquelas vistas em câmeras digitais, as quais podem ser ligadas ao nervo ótico para prover uma sensação similar à da visão real.
O problema, porém, é que elas precisam de energia, o que significa anexar uma fonte de energia externa que acaba deixando o processo mais complexo. Agora um time de pesquisadores da Universidade de Stanford, da California, desenvolveu um sensor que se auto-energiza — e o mostrou em perfeito funcionamento em ratos.
Na realidade, o sistema, que é explicado em detalhes na Nature Photonics, trabalha usando um par de óculos capaz de obter informações visuais. Eles então retransmitem os dados para um chip implantado no olho usando um feixe de luz infravermelha de baixa intensidade — porque a luz natural é mil vezes mais fraca perto do que é necessário para fazer o implante funcionar. O implante detecta essa luz infravermelha e a converte em uma suave atividade elétrica ao longo da sua superfície, que por sua vez estimula os neurônios permitindo ao paciente “ver”.
Até agora, os pesquisadores testaram o dispositivo nas retinas de ratos cujos fotorreceptores foram destruídos e ele foi capaz de ativar os neurônios da maneira com que os pesquisadores esperavam.
Infelizmente, é difícil dizer o quão boa a visão realmente fica. Nesse sentido, um dos pesquisadores explicou à New Scientist que, ainda que os implantes transmitam a geometria corretamente, as cores com frequência aparecem aleatoriamente porque mais de um neurônio pode ser estimulado ao mesmo tempo. O próximo passo para eles, claro, é estender os experimentos animais a seres humanos.
Extraído de: Gizmodo Brasil

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Comunicação Interrompida

Os pesquisadores brasileiros, Marco Prado e Glaucia Hajj, e seus colaboradores em São Paulo e no Rio de Janeiro demonstram nos últimos anos que o príon celular (PrPC) é fundamental para o desenvolvimento saudável e a sobrevivência dos neurônios. No ano passado o grupo comprovou que o beta-amiloide impede o funcionamento adequado do PrPC, fenômeno que parece ser comum nos estágios iniciais do Alzheimer, antes que as células comecem a degradar e morrer.
Morco Prado e a bioquímica Vilma Martins, do Hospital A. C. Camargo, em São Paulo, aguardam para os próximos meses a publicação de dois artigos importantes sobre o papel do príon celular em doenças cerebrais. Um deles representa um passo à frente das ideias discutidas em Veneza. Nesse trabalho, sobre o qual Vilma e Marco só falam sem dar detalhes, eles apresentam evidências de que interferir na comunicação entre o beta-amiloide e o PrPC pode evitar os efeitos tóxicos causados pelo oligômero, que se forma nos estágios iniciais do Alzheimer.
Os pesquisadores brasileiros foram os primeiros a investigar as proteínas que, assim como o beta-amiloide, também se ligam ao PrPC – em especial, a stress inducible protein-1 ou STI-1. Vilma estuda essa proteína desde os anos 1990, quando começou a trabalhar com o oncologista Ricardo Brentani, e foi a primeira a produzir sua versão sintética. No início deste ano, ela e Marco obtiveram nos Estados Unidos a patente provisória para utilizá-la como um neuroprotetor.
Em experimentos feitos nesses 15 anos, Vilma e sua equipe demonstraram que a STI-1 é uma companheira quase inseparável do príon celular. Produzida por outra célula cerebral – o astrócito –, ela viaja no meio extracelular até a superfície do neurônio, onde adere à proteína príon celular e dispara comandos químicos que favorecem a sobrevivência da célula. Vilma tenta agora usá-la para bloquear o efeito tóxico do beta-amiloide.

Continue lendo em: http://revistapesquisa.fapesp.br/2012/04/10/comunica%C3%A7%C3%A3o-interrompida/

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Roupa repelente feita por cientista africano pode ser arma contra malária


       A parceria entre um cientista e uma estilista da África levou ao desenvolvimento de uma roupa que repele o mosquito transmissor da malária. A doença é um problema sério de saúde pública no continente, e mata cerca de 650 mil pessoas por ano, segundo estimativas. 
      Assim como a dengue, a malária é uma doença tropical transmitida por mosquitos. Os insetos do gênero Anopheles picam o ser humano e podem passar os protozoários Plasmodium, causadores da doença. A malária provoca febre, dores nas articulações e pode levar à anemia e, em alguns casos, à morte.

    O tecido projetado pelo queniano Frederick Ochanda, professor da Universidade Cornell, em Ithaca, nos Estados Unidos, é mais eficiente que os repelentes usados na pele, porque dura mais. O pesquisador recorreu à nanotecnologia. Ele usou compostos que integram metais e moléculas orgânicas e conseguiu carregar o tecido com grande quantidade de substâncias repelentes. O novo tecido recebe até três vezes mais inseticidas do que as redes normalmente usadas para afastar mosquitos nas casas africanas – essas redes duram cerca de seis meses.
      Matilda Ceesay, estudante de moda da mesma universidade, desenhou a capa, que foi apresentada em um desfile no campus, no fim de abril. Ceesay nasceu em Gâmbia.
      No futuro, os dois esperam que o tecido sirva para levar a novas tecnologias contra a malária. Ochanda pretende desenvolver um tecido que possa responder a mudanças de temperatura ou de luz. Dessa forma, seria possível reforçar a proteção à noite, que é quando os mosquitos buscam comida – e picam mais.
     “Um objetivo da ciência em longo prazo é encontrar soluções para ajudar a vida e a saúde humanas, então esse projeto é muito gratificante para mim”, afirmou Ochanda, em material de divulgação da universidade.

Veja também: Os tecidos do futuro

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Cientistas desenvolvem novo método para detectar toxina no mar

Molécula de ácido domoico
Cientistas americanos desenvolveram um novo método para detectar a presença de uma toxina na água, que pode trazer graves consequências não só para os animais que vivem no mar, mas também para os seres humanos que se alimentam deles.
O ácido domoico é produzido por uma espécie de alga e se acumula nos mexilhões. Quem come estes animais contaminados fica sujeito aos efeitos da substância. Em altas concentrações, ela pode causar uma doença que provoca convulsões, perda de memória e, nos casos mais graves, a morte.
Ainda não se sabe, no entanto, se o ácido também é nocivo em baixa quantidade. É esta a importância da recente descoberta dos pesquisadores da Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês), publicada pela revista científica “PLoS One”.
No estudo, os cientistas expuseram peixes-zebra a baixas concentrações do ácido domoico. Eles constataram que os peixes produziram um tipo de anticorpo em resposta à substância.
Na fase seguinte da pesquisa, eles fizeram exames de sangue em leões-marinhos que vivem na costa oeste dos EUA, no litoral da Califórnia, e descobriram um anticorpo parecido também nestes animais.
“Esse estudo abre caminho para criar exames de sangue confiáveis para a exposição a baixas concentrações de ácido domoico, o que pode ajudar cientistas a avaliar os afeitos da exposição crônica, tanto na vida selvagem quanto nas pessoas que se alimentam de frutos do mar”, definiu a autora Kathi Lefebvre, em material divulgado pela NOAA.

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terça-feira, 8 de maio de 2012

Olhos castanhos 'protegem' contra tipo agressivo de câncer de pele

Pessoas com olhos castanhos têm menor risco de desenvolver melanoma, um tipo agressivo de câncer de pele. A conclusão é de um estudo publicado pela revista científica “Nature Genetics”.
O objetivo da equipe liderada por Richard Spritz, da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, era estudar o vitiligo, uma doença que causa perda de pigmentos e, portanto, manchas claras na pele e nos cabelos. Na pesquisa, eles descobriram que as pessoas com olhos claros correm menor risco de ter essa doença.
Olhos castanhos representam menor chance de melanoma

“Geneticamente, o vitiligo e o melanoma são opostos polares. Algumas das variações genéticas que aumentam a probabilidade de que uma pessoa tenha vitiligo diminuem a do melanoma, e vice-versa”, explicou Spritz, em material de divulgação da universidade.
O estudo analisou pouco menos de 3 mil pessoas com ascendência europeia nos Estados Unidos, com diferentes cores de olhos, e identificou 13 novos genes relacionados ao vitiligo.
O vitiligo é uma doença autoimune, ou seja, o próprio sistema de defesa do corpo provoca a perda de pigmento. Pessoas com vitiligo também têm maior risco desenvolver outras doenças autoimunes, como diabetes tipo 1 e lúpus. Isso reforça a importância do estudo da genética do vitiligo, pois ele poderia explicar mais também sobre essas outras doenças.

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segunda-feira, 7 de maio de 2012

Falta de exposição ao sol pode causar miopia

A troca das atividades ao ar livre por outras em ambiente fechado, assim como estudo na sala de aula estão relacionados com o alto índice de miopia, considerando que nove entre dez jovens asiáticos prestes a se formar no ensino médio são míopes.
Segundo os autores da pesquisa o aumento da leitura e escrita, fatores genéticos não podem ser condenados a tendência do desenvolvimento da miopia como prega o senso comum, mas sim, condições ambientais, como a falta de exposição solar.
A dopamina é uma substância que previne a miopia, evitando que o olho cresça alongado, distorcendo o foco de luz que entra no globo ocular. A luz brilhante estimula a liberação da dopamina, e, consequentemente a exposição a luz solar previne a ocorrência da miopia.
Os estudantes de Cingapura propriamente ditos como nove em dez míopes passam apenas trinta minutos ao ar livre. Já os estudantes australianos afetados por miopia correspondem a apenas 10%, dados que podem ser ratificados pela exposição solar de três horas.
As crianças asiáticas são mais afetadas pelo fato que vão a escola, na qual não estarão em contato com o ambiente externo,e, subsequente as aulas vão para suas casas e não saem. A cultura é de ficarem confinados estudando e assistindo televisão, como explicam cientistas.
China, Taiwan, Hong Kong, Japão, Cingapura e Coréia do Sul são as localidades mais afetadas(entre 80-90%) por jovens com miopia que estão prestes a deixar a escola. Dentre estes com a incidência, de 10 a 20% sofrem de alta miopia, podendo ficar cegos.
No entanto, os cientistas tranquilizam aos que gostam de estudar e ler muito que não estão em risco imediato. É preciso estar entre duas a três horas em ambientes externos por dia, não importando o quanto se estude. É possível e necessário conciliar a exposição a luz solar com as atividades escolares, sem que nenhum dos dois fatores sejam comprometidos.

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domingo, 6 de maio de 2012

Aprender segunda língua pode aumentar poder do cérebro

O tronco cerebral reagiu mais em estudantes capazes de falar duas línguas
Os cientistas da Northwestern University dizem que o bilinguismo é uma forma de treinamento do cérebro - uma "ginástica" mental que apura a mente.Falar duas línguas afeta profundamente o cérebro e muda a forma como o sistema nervoso reage ao som, segundo revelaram testes de laboratório.

Especialistas dizem que o estudo publicado na revistaProceedings of the National Academy of Sciences fornece evidências "biológicas" para isso.A equipe de pesquisadores monitorou as respostas do cérebro de 48 estudantes voluntários saudáveis - 23 dos quais bilíngues - a sons diferentes.Foram usados eletrodos no couro cabeludo para traçar o padrão das ondas cerebrais.Sob condições laboratoriais silenciosas, os dois grupos - o bilíngue e o de alunos que somente falavam inglês - responderam da mesma forma.
Mas em um contexto de conversa barulhenta, o grupo bilíngue foi muito superior em processar os sons.Eles eram mais capazes de sintonizar informações importantes - a voz do orador - e bloquear outros ruídos que distraem - as conversas de fundo.De acordo com a professora Nina Kraus, que coordenou a pesquisa, "a experiência do bilíngue é aprimorada, com resultados sólidos em um sistema auditivo que é altamente eficiente, flexível e focado no seu processamento automático de som, especialmente em condições complexas de escuta".As diferenças de resposta dos dois grupos foram visíveis no cérebro. As reações do tronco cerebral dos que falam duas línguas foram intensificadas.
A pesquisadora e co-autora do estudo Viorica Marian disse: "As pessoas fazem palavras cruzadas e outras atividades para manter suas mentes afiadas. Mas as vantagens que temos descoberto em falantes de mais de uma língua vêm simples e automaticamente de conhecerem e usarem dois idiomas"."Parece que os benefícios do bilingüismo são particularmente poderosos e amplos, e incluem a atenção, seleção e codificação de som", completou. Músicos parecem ganhar um benefício semelhante quando ensaiando, dizem os pesquisadores.Pesquisas anteriores também sugerem que ser bilíngue pode ajudar a afastar a demência.

sábado, 5 de maio de 2012

Pesquisadores brasileiros desenvolvem novos materiais poliméricos


Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) estão desenvolvendo uma nova classe de materiais poliméricos, que apresentam melhores propriedades mecânicas, ópticas e de transporte do que os convencionais, e ainda pode auxiliar a baratear o custo dos polímeros biodegradáveis disponíveis atualmente no mercado.

Essa troca ainda esbarra no alto custo dos poucos tipos de polímeros que são degradados em poucos anos pela ação de microrganismos e agentes naturais (biodegradáveis) – enquanto a decomposição dos polímeros convencionais leva séculos.

Os novos materiais, compostos por partículas cerâmicas e poliméricas de ordem nanométricas, são adequados para aplicações em embalagens, uma vez que o sistema permanece transparente, limitação essa que diversos polímeros comerciais apresentam.

“A combinação de nanopartículas com a matriz polimérica confere melhores propriedades mecânicas, ópticas e de transporte ao plástico final. No caso, por exemplo, de produtos como sacolas plásticas, também possibilita diminuir a quantidade de polímero biodegradável e o custo do material final, melhorando suas propriedades mecânicas e de transporte e mantendo a capacidade de mais rápida degradação em comparação com os polímeros tradicionais”, disse Rosário Elida Suman Bretas, coordenadora do projeto.

Assim, ao misturá-los com outros polímeros em escala nanométrica que apresentam um comportamento mais adequado para serem utilizados como embalagem, originando o que se chama de nanoblenda, é possível melhorar as propriedades e manter o sistema polimérico transparente.

A mistura de plástico e cerâmica pode ter uso na medicina no desenvolvimento de nanofibras e também na área ambiental como sensor de medição de PH (acidez).

Entretanto, um dos desafios tecnológicos com que os pesquisadores se defrontam para realizar essas misturas de polímeros é compatibilizar as características deles. Apesar de terem a mesma origem (são todos orgânicos), eles apresentam propriedades e características diferentes.


sexta-feira, 4 de maio de 2012

Benefícios da atividade física

Em relatório foi publicado na edição do dia 24 de abril do periódico Neurology e envolveu 716 pessoas com idade média de 82 anos e sem deficiência cognitiva. Todos usaram actígrafos de pulso – dispositivo que mede o movimento – por aproximadamente 10 dias para estabelecer o nível de atividade física diária. Durante os quatro anos seguintes, 71 participantes desenvolveram Alzheimer.

Pesquisadores descobriram que a probabilidade de os participantes que estavam entre os 10 por cento menos ativos desenvolverem Alzheimer mais que dobrava em relação aos 10 por cento mais ativos. A associação se manteve mesmo após os pesquisadores levarem em consideração idade, gênero, escolaridade, doenças vasculares, depressão e frequência de atividades sociais.
O Dr. Aron S. Buchman, principal autor do estudo, afirmou que estudos com animais também descobriram que a melhoria do ambiente, incluindo a atividade física, protege contra a deterioração cognitiva – possivelmente devido ao aumento do tamanho dos vasos sanguíneos e do número de neurônios no cérebro.
"Não medimos apenas a atividade física, mas qualquer atividade realizada no período de 24 horas", afirmou Buchman, que é professor adjunto de ciências neurológicas do Centro Médico da Universidade Rush, em Chicago. "Mesmo as pessoas muito idosas, que não conseguem participar de exercícios formais, podem se beneficiar."

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quinta-feira, 3 de maio de 2012

Paciente é tratado com células-tronco de embriões humanos

Médicos começaram a tratar o primeiro paciente nos Estados Unidos a receber células-tronco embriônicas, mas os detalhes sobre o teste clínico inovador estão sendo mantidos em sigilo, disse nesta segunda-feira a companhia de biotecnologia Geron Corp.
A Geron possui a primeira licença da Administração de Alimentos e Drogas dos EUA para o uso das células controversas no tratamento de pacientes com lesões recentes na medula espinhal.
"O paciente foi cadastrado no Shepherd Center, hospital com 132 leitos e centro de pesquisas clínicas sobre reabilitação de lesões cerebrais e da medula espinhal, situado em Atlanta, Geórgia", disse a Geron em comunicado à imprensa.
"O Shepherd Center é um dos sete centros potenciais nos EUA que poderão cadastrar pacientes no teste clínico." A Universidade Northwestern, em Chicago, também está pronta para cadastrar pacientes.
As células-tronco usadas pela Geron vêm de embriões humanos excedentes de tratamentos de fertilidade. Foram manipuladas para se tornarem precursoras de determinados tipos de células nervosas.
A esperança é que as células-tronco se desloquem até o local de uma lesão medular recente e liberem compostos que ajudem os nervos lesionados da medula a se regenerarem.
O teste de Fase 1 não terá por objetivo curar pacientes, mas determinar se as células são seguras para uso. Pelas diretrizes definidas para o teste, os pacientes devem apresentar lesões muito recentes.
A Geron disse que o Shepherd Center vai manter em sigilo as informações sobre o pacientes.
"Quando começamos a trabalhar com células-tronco embriônicas humanas, em 1999, muitos previram que várias décadas se passariam antes de a terapia celular ser aprovada para testes clínicos com humanos", disse em comunicado o presidente e executivo-chefe da Geron, Thomas Okarma.
Como a Geron fez todo seu trabalho com verbas próprias, ela não é sujeita às limitações impostas ao financiamento federal de pesquisas com células-tronco embriônicas humanas.
O governo dos EUA está atualmente envolvido em uma disputa legal em torno das células-tronco. Semanas depois de tomar posse, em 2009, o presidente Barack Obama emitiu uma ordem executiva reduzindo as restrições ao financiamento federal das pesquisas com células-tronco embriônicas humanas.
Os adversários do uso das células-tronco dizem que é errado utilizar um embrião humano para produzir as células, e dois pesquisadores processaram os Institutos Nacionais de Saúde. Uma corte federal de apelações decidiu continuar a autorizar o financiamento federal dos estudos até que a ação seja julgada.
Reuters

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Células solares líquidas?


Uma "gota" de células solares líquidas dispersa-se
pela solução condutora, estando pronta para ser
impressa sobre plástico ou outras superfícies


Cientistas do Laboratório Nacional Los Alamos, nos Estados Unidos, descobriram, há cerca de 6 anos, nanocristais capazes de revolucionar as células solares. Esses nanocristais utilizados na construção de células solares produzem uma "avalanche de elétrons", ou seja, cada fóton absorvido produz entre dois e três elétrons, gerando uma corrente elétrica muito maior que as correntes geradas pelas células solares tradicionais.


Esses pontos quânticos medem cerca de 4 nanômetros (ou seja, em uma cabeça de alfinete cabem 250 bilhões deles) e são sólidos. Por serem tão pequenos,  flutuam em meio líquido, o que possibilita sua aplicação como se fosse uma tinta, possibilitando a produção de células solares eficientes e baratas.

Os cientistas, agora, buscam um líquido estável e condutor elétrico para que essa matéria-prima possa ser usada.

Em labotatório, os pesquisadores vêm usando moléculas orgânicas para evitar que os nanocristais se aglomerem (e, causando perda da área de contato com os fótons), porém essas mmoléculas orgânicas são más condutoras de eletricidade, reduzindo, assim, o rendimento do potencial das células solares desenvolvidas.

Para tentar solucionar isso, cientistas da Universidade do Sudeste da Califórnia, David Webber e Richard Brutchey, desenvolveram uma solução que funciona como revestimento desses pontos quânticos (mesmo resultado que as moléculas orgânicas davam). A vantagem é que esse líquido, além de funcionar em temperatura relativamente baixa (permitindo a fabricação de células solares de plástico, e não só de vidro), é feito de seleneto de cádmio, um material semicondutor elétrico, o que otimiza a transferência de elétrons e faz com que o rendimento das células seja mais alto.

O ponto negativo da descoberta é que o cádmio é tóxico e, por isso, sofre restrições em sua aplicabilidade em escala industrial. Por esse motivo, as pesquisas continuam e os pesquisadores estão trabalhando em outros semicondutores, dessa vez não tóxicos e que trabalhem bem em baixa temperatura.