Estudo realizado por pesquisadores brasileiros da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) aponta pela primeira vez que uma toxina presente no cérebro de pessoas que sofrem de doença de Alzheimer pode provocar também sintomas da depressão. A pesquisa mostra ainda que camundongos que receberam a toxina, chamada de oligômeros de Abeta, para simular sintomas de Alzheimer e depressão e que foram tratados com um medicamento antidepressivo apresentaram melhoras na perda de memória e nas alterações de humor.
O cérebro de pessoas com Alzheimer sofre acúmulo desta toxina e ataca as sinapses, que são o meio pelo qual acontece a comunicação entre um neurônio e outro. O “ataque” ocasionado pelas toxinas deixa os neurônios desconectados e causa falhas de memória.
O professor titular do Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ e autor responsável pelo estudo diz que já era sabido que os oligômeros causavam essa falha de cognição, o que foi descoberto é que, além disso, eles causam depressão.
Os resultados, feitos em cem camundongos, mostraram que as cobaias apresentaram perda de memória e alterações compatíveis com o comportamento depressivo. A conclusão foi obtida após a aplicação de testes que são utilizados comumente para diagnosticar casos de depressão em roedores, como o nado forçado, suspensão do camundongo pela cauda e preferências pelo açúcar, onde, os dois primeiros tipos de testes, o roedor saudável luta para sobreviver (seja para sair do ambiente com água ou tentar reverter sua posição ao ficar pendurado), enquanto o camundongo depressivo apresenta poucas reações. Já no terceiro teste, o roedor saudável busca a água com sacarose (açúcar), indicando que busca algo que lhe dê mais prazer. O camundongo doente não expressa reação quanto à água açucarada.
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