Todo equipamento eletrônico, desde uma pilha até um tablet, funciona por meio da transmissão de elétrons (partículas muito pequenas carregadas negativamente que compõe os átomos) para gerar informações. Já o corpo humano e os demais organismos vivos transmitem informação através de prótons (partículas maiores que os elétrons, carregadas positivamente, que compõe o núcleo dos átomos) e íons (partículas maiores, formadas por átomos de diferentes elementos químicos, carregadas tanto positiva quanto negativamente).
Cientistas da Universidade de Washington, nos EUA, e da Universidade de Waterloo, no Canadá, começaram a desenvolver um dispositivo eletrônico que funcione a partir da transmissão de prótons! Esse trabalho pode revolucionar o mercado de próteses e os tratamentos para paralisias, por possibilitar a troca de informações de eletrônicos com seres vivos.
Esse protótipo é feito de quitosana, uma açúcar encontrado em crustáceos, e de silício, o que o torna ainda inviável para aplicação em humanos, porém só a possibilidade de se estabelecer uma corrente de prótons já é um avanço enorme. E os pesquisadores pretendem testar com outros materiais que não provoquem rejeições ou danos físicos em seres humanos.
Para saber mais, clique aqui!
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Transmissão de Dados Orgânica
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domingo, 30 de outubro de 2011
Câncer está ligado a bactéria
O doutor Robert A. Holt, da Agência do Câncer da Colúmbia Britânica, vem questionando a possibilidade do câncer de cólon poder ser causado por uma infecção bacteriana.
Para tanto, ele se baseou em descobertas que uma bactéria que não é predominante no cólon (uma região com uma alta cultura bacteriana) tem uma semelhança enorme com as células cancerígenas. O pesquisador fez-se uso de novas ferramentas de análise gênomica para descobrir que havia material génetico de micróbios nas células dos tumores.
A bactéria Fusobacterium, que existe em grandes quantidades na células cancerígenas mas não no ambiente normal, são capazes de penetrar nas células afetadas, uma descoberta preocupante pois a capacidade de penetrar em células existe pricipalmente nas bactéria causadoras de doenças para o ser humano.
Entretanto, essas descobertas por si só não provam que a bactéria é a causadora do câncer. As bactérias podem apenas viver nas células afetadas pelo cancêr pois elas oferecem o ambiente ótimo para a vida da Fusobacterium.
Simultaneamente, o doutor Matthew Meyerson, do Instituto do Câncer Dana-Ferber, de Boston, também obteve os mesmos resultados. A única diferença é que o dr. Holt utilizou pacientes canadense e o dr. Meyerson, americanos, vietnamitas e espanhois de Barcelona, o que mostra que esse aumento da Fusobacterium nas células cancerígenas não é causada pelo ambiente.
Fonte: INFO Online
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sábado, 29 de outubro de 2011
Pesquisas criam artérias a partir de cana e porco
Olá, bom
dia, leitores do blog! Hoje, o assunto será a construção de tecido consituídos
por biopolímeros ou com as moléculas constituintes de vaso sanguíneo, no caso
dos porcos, substituindo artérias. Equipes formadas por médicos, biomédicos e veterinários de
universidades públicas do país desenvolvem há oito meses testes com os dois
tipos de prótese de artéria.
"O
objetivo é diminuir a progressão da doença vascular e restabelecer a circulação
onde haja obstruções e até risco de amputação ou infarto", afirma o
cirurgião vascular Esdras Marques, da UFPE (Universidade Federal de
Pernambuco), autor da nova técnica com base na cana.
Ele
explica que, para criar a artéria, a cana-de-açúcar é moída para retirar o
melaço. Nele se coloca uma bactéria, cultivada em laboratório, que
"come" o melaço e gera, como subproduto, um biopolímero, espécie de
membrana.
A
partir dessa membrana, a artéria é construída por pesquisadores da UFRPE
(Universidade Federal Rural de Pernambuco).
Depois de esterilizada, ela é introduzida nas artérias e veias femorais de cachorros, no Núcleo de Cirurgia Experimental da UFPE. "A prótese se mostrou muito resistente, adaptando-se perfeitamente ao organismo. Até agora, não tivemos problemas de rejeição", afirma Marques.
Versão
suína:
Pesquisadores da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
desenvolvem um trabalho com o mesmo objetivo, mas com material de origem suína.
A artéria é retirada do porco e, por meio de técnicas de bioengenharia, as
células do animal são eliminadas. Restam só as moléculas que constituem os
vasos, minimizando a rejeição.
Na primeira fase da pesquisa, células humanas obtidas de placentas
doadas foram adicionadas ao material, reconstituindo as artérias suínas. A
etapa seguinte foi testar a prótese em ovelhas.
Desde
março, três ovelhas receberam os transplantes na carótida (artéria que passa
através do pescoço), feitos na faculdade de Veterinária da UENF (Universidade
Estadual do Norte Fluminense).
"A
primeira [artéria] entupiu em dois dias por falta de anticoagulante. Já o
transplante das outras duas foi um sucesso porque aplicamos anticoagulante
antes e depois da operação", disse o cirurgião vascular André Marchiori, que
também é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Vascular.
A reportagem completa pode ser acessada clicando-se aqui.
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sexta-feira, 28 de outubro de 2011
Computador biológico destrói células de câncer
Ao encontrar as células, o computador biológico à base de DNA dispara o mecanismo de autodestruição das células, a chamada apoptose, destruindo o tumor.
Lógica booleana biológica
Zhen Xie e seus colegas do Instituto ETH, da Suíça, projetaram um circuito regulatório que detecta os níveis de um conjunto de microRNAs expressos em uma célula-alvo.
Xie trabalha com o Dr. Yaakov Benenson, um dos pioneiros no campo dos computadores biológicos, "circuitos" à base de moléculas de DNA que operam em células vivas.
"Os fatores miRNA são submetidos a cálculos booleanos em cada célula onde são detectados. O biocomputador combina os fatores usando operações lógicas como AND e NOT, e somente gera o resultado necessário, ou seja, a morte celular, quando o cálculo inteiro com todos os fatores resulta em um valor lógico TRUE," explica o Dr. Benenson.
O principal objetivo da equipe é construir biocomputadores que detectem moléculas que contenham informações importantes sobre o bem-estar das células e processem essas informações para direcionar a resposta terapêutica apropriada quando a célula encontrada for anormal.
Cálculo preciso
Cálculo preciso
Agora, pela primeira vez eles criaram um "circuito" sintético multi-gene, cuja tarefa é distinguir entre o câncer e as células saudáveis e, posteriormente, induzir as células-alvo a se destruírem - sem a aplicação de nenhuma droga quimioterápica, por exemplo.
Os cientistas testaram a sua "rede genética" em dois tipos de células humanas cultivadas em laboratório: células do câncer cervical, chamadas de células HeLa, e células normais.
O biocomputador genético identificou e causou a destruição das células HeLa, mas não afetou as células saudáveis.
O circuito faz uma identificação positiva apenas quando todos os cinco fatores específicos do câncer estão presentes na célula, resultando em uma detecção do câncer de alta precisão.
Os pesquisadores esperam que o desenvolvimento possa servir de base para tratamentos anti-câncer muito específicos, embora o computador biológico sintético ainda esteja longe de poder ser testado em humanos.
Bibliografia:
Multi-Input RNAi-Based Logic Circuit for Identification of Specific Cancer Cells
Zhen Xie, Liliana Wroblewska, Laura Prochazka, Ron Weiss, Yaakov Benenson
Science
2 SEPTEMBER 2011
Vol.: 333 - PP. 1307-1311
DOI: 10.1126/science.1205527
Multi-Input RNAi-Based Logic Circuit for Identification of Specific Cancer Cells
Zhen Xie, Liliana Wroblewska, Laura Prochazka, Ron Weiss, Yaakov Benenson
Science
2 SEPTEMBER 2011
Vol.: 333 - PP. 1307-1311
DOI: 10.1126/science.1205527
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Cientistas identificam extratos bioativos em algas vermelhas
Na Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP,
pesquisadores conseguiram identificar extratos e substâncias com potencial
antiprotozoário e antifúngico em algas vermelhas (Bostrychia tenella)
coletadas em costões rochosos de Ubatuba, no litoral norte do estado de São
Paulo. Os cientistas também conseguiram caracterizar extratos bioativos que
poderão, no futuro, ser potencialmente utilizados na indústria farmacêutica.
Ao todo, os cientistas isolaram e analisaram 63 metabólitos secundários.
Entre os 24 metabólitos fenólicos (substâncias aromáticas) identificados, de
grande interesse são aqueles halogenados, como bromofenois, responsáveis pelas
propriedades de sabor e aroma das algas. Do ponto de vista científico, das 24
substâncias descobertas, três são inéditas na literatura científica e outras
nove são inéditas como produtos naturais.
Muitas destas substâncias podem levar à descoberta de interessantes
protótipos farmacêuticos no futuro. Ainda, além destes nove metabólitos
encontrados pela primeira vez na natureza, mais especificamente nas algas
vermelhas, outras substâncias podem ser citadas, como carotenóides, esteróides,
ésteres e ácidos graxos, também encontrados em óleos vegetais.
Ainda, além destes nove metabólitos encontrados pela primeira vez na
natureza, mais especificamente nas algas vermelhas, outras substâncias podem
ser citadas, como carotenóides, esteróides, ésteres e ácidos graxos, também
encontrados em óleos vegetais.
Estas substâncias podem ser promissoras em futuras pesquisas para a
produção de fármacos para a terpia do câncer e doenças causadas por fungos e
bactérias, como a infecção hospitalar.
Gostou?
Leia a reportagem completa clicando AQUI
Fonte: Agência USP de Notícias
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Maconha ?
Que o uso de drogas tem efeitos diversos no organismo já é um fato. Mas quais são os efeitos científicos delas no nosso corpo? Pesquisadores da Universidade de Farmacologia de Bristol, na Inglaterra, analisaram os efeitos negativos da maconha na memória e no pensamento e os resultados estão associados à alterações tanto na memória quanto na concentração, o que pode gerar problemas tanto sociais quanto neurofisiológicos.
Matt Jones, um dos autores da pesquisa, comparou o funcionamento do cérebro com uma orquestra: cada região faz sua parte em seu momento certo, e o resultado é algo mágico; porém se uma das regiões apresenta-se defeituosa, as redes cerebrais podem ficar 'desorquestradas'.
Para provar sua teoria, Jones e sua equipe administraram em um grupo de ratos um fármaco com princípio psicoativo semelhante ao da cannabis, a maconha, e mediram seus efeitos no sistema nervoso dos animais. Os resultados surpreenderam até os pesquisadores.
Em algumas regiões, a droga causou efeitos sutis, porém na área do hipocampo e do córtex pré-frontal, responsáveis pela tomada de decisões e memória, as ondas cerebrais foram completamente interrompidas.
O cientista ainda explicou: "O abuso da maconha é comum entre os esquizofrênicos, e estudos recentes mostraram que o princípio psicoativo da maconha pode provocar sintomas de esquizofrenia em indivíduos sãos".
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terça-feira, 25 de outubro de 2011
Morango protege estômago de danos do álcool
A universidade de Granada informou que uma equipe de pesquisadores italianos, sérvios e espanhóis confirmou o efeito protetor dos morangos no estômago de um mamífero prejudicado pelo álcool.
Os cientistas forneceram etanol para cobaias de laboratório e comprovaram: Aqueles que haviam previamente comido extrato de morango sofriam menos lesões na mucosa gástrica.
A pesquisadora da Universidade de Barcelona (UB) e coautora do trabalho, Sara Tulipani, explicou que os efeitos positivos dos morangos são associados à capacidade antioxidante, que ativam as próprias enzimas e defesas do organismo.
As conclusões do trabalho mostram que uma dieta rica em morangos pode exercer um efeito benéfico na prevenção de doenças gástricas, de modo que esta fruta poderia atenuar a formação de úlceras estomacais em humanos. A gastrite ou inflamação da mucosa do estômago, além de se relacionar com o consumo de álcool, também pode ser gerada por infecções e pela ação de remédios antiinflamatórios não-esteróides (como a aspirina). "Nestes casos ingerir morangos durante ou depois da patologia poderia aliviar a lesão na mucosa gástrica", sugeriu Maurizio Battino, coordenador do grupo de pesquisa da Universidade Politécnica da Marche (UNIVPM), na Itália.
A equipe detectou menos ulceras nos estômagos dos ratos que, antes de receber o álcool, tinham ingerido durante dez dias extrato de morangos (40 miligramas ao dia por quilo de peso).
Segundo Battino, o trabalho não foi desenvolvido para atenuar os efeitos de uma bebedeira, mas para encontrar moléculas protetoras da mucosa gástrica.
Fonte: UOL - Ciência e Saúde
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Quando a leucemia resiste à quimioterapia
Uma
equipe de pesquisadores do Centro Infantil Boldrini, em Campinas
(SP), descobriu um mecanismo de interação que torna a leucemia
linfoide aguda, câncer desenvolvido na medula óssea, resistente à
quimioterapia. Com o estudo, os pesquisadores esperam desenvolver
novos tratamentos para os pacientes que não conseguem se recuperar
da doença por esse motivo. O trabalho mostra como alguns genes desse tipo de
tumor interagem com uma família específica de células da medula
óssea.
Células do estroma sozinhas (A) são procuradas (B) pelasleucêmicas (cor clara). Em alguns casos, migram para baixo das leucêmicas (setas) para se proteger contra a quimioterapia |
Dentre os três tipos de leucemia que se desenvolvem em crianças e adolescentes, a leucemia aguda é o câncer mais comum nessa faixa etária. Cerca de 70% a 80% dos jovens acometidos pela leucemia linfoide aguda conseguem a cura por meio da quimioterapia. Nos demais, as células cancerígenas se mostram resistentes ao ataque da quimioterapia, ocasionando uma recaída do paciente com relação à da doença. O mecanismo descoberto agora pode ser uma das explicações para essa falha do medicamento e uma direção para novas medicações no futuro.
Coordenado
por José Andrés Yunes, do Centro Infantil Boldrini e da
Universidade Estadual de Campinas, o estudo aborda a influência das
células de estroma (família de células responsáveis por formar a
estrutura básica de um órgão) sobre as células leucêmicas. Mais
especificamente, os pesquisadores estavam interessados em analisar o
efeito do estroma sobre genes da leucemia relacionados à resistência
aos quimioterápicos. Os pesquisadores mostraram que a atividade de
alguns genes de resistência das células leucêmicas aumentou ao
entrar em contato com o estroma. Ou seja, ele acaba colaborando com a
doença, estimulando genes da célula cancerosa a produzirem em
conjunto com a insulina uma proteína chamada IGFBP7, que
potencializa a resistência do tumor ao tratamento quimioterápico.
O
trabalho revelou uma ’cumplicidade’ entre as células leucêmicas
e as células do estroma, graças a essa proteína. As células do
estroma atuam sobre as leucêmicas que por sua vez estimulam o
metabolismo das primeiras, dificultando a ação da quimioterapia.
Isso acontece porque, apesar de o medicamento quebrar um aminoácido
essencial (molécula básica para estruturação de proteínas) para
o desenvolvimento das células cancerosas, a IGFBP7 faz com que o
estroma forneça quantidades maiores do aminoácido. Assim, a
proteína conduz a uma alteração do microambiente tumoral que
atrapalha a ação do quimioterápico, beneficiando a leucemia.
“Entender
esse funcionamento pode abrir a possibilidade de se desenvolver
drogas capazes de neutralizar esse efeito”, conta um dos autores,
Angelo Laranjeira, doutorando da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp) em parceria com o Boldrini. “Resultados preliminares nos
levam a crer que a IGFBP7 também possa estar envolvida na
resistência a outros quimioterápicos”, diz. Segundo Yunes,
medicamentos contra o diabetes talvez possam auxiliar a quimioterapia
no tratamento desses casos de câncer.
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segunda-feira, 24 de outubro de 2011
III Encontro de Empreendedorismo em Biotecnologia
O ano de 2011 foi
declarado pela ONU, como o Ano Internacional das Florestas e a
intenção principal desta declaração é promover nos próximos 12
meses atitudes em prol da conservação e gestões sustentáveis,
visando uma mudança de postura das populações, mas principalmente
das empresas.
Baseado nisso, nos dias 27 e 28 de outubro, a Biotec Júnior realizará o III EEB, com o tema “Gestão Sustentável no Desenvolvimento Biotecnológico“. O evento contará com renomados palestrantes, que abordarão desde a conservação e gestão sustentável, até exemplos de sucesso e as dificuldades enfrentadas por aqueles que desejam empreender. Serão no total sete palestras e uma mesa redonda, com as atividades ocorrendo no período da manhã e da tarde.
O Encontro proporcionará aos participantes a oportunidade de acrescentar aos seus conhecimentos uma visão empreendedora interligada com um desenvolvimento inovador e sustentável, o qual é um grande foco no mundo empresarial atualmente. Para aqueles que se interessam em buscar novas visões em relação a empreendedorismo e sustentabilidade, e conhecer alternativas inovadoras de carreira, o evento será de grande valia.
Inscreva-se já nos plantões no RU de segunda à sexta feira ou no site do evento www.asssis.unesp/eeb.
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domingo, 23 de outubro de 2011
Borracha de cana para carros
A indústria química Lanxess, multinacional de origem alemã, anunciou ontem (5/10) que a partir de novembro começa a fabricar no Rio Grande do Sul uma borracha com base em um derivado da cana-de-açúcar – a primeira do mundo, conforme comunicado da empresa. Trata-se da versão verde de um tipo específico de borracha, descrito quimicamente como monômero de etileno propileno dieno (EPDM, na sigla em inglês), até agora derivada do petróleo. Neste caso, no entanto, a empresa vai utilizar o etileno obtido pela desidratação do etanol. Essa borracha é usada principalmente em mangueiras de motores e para vedar portas, porta-malas e limpadores de para-brisa de automóveis. Poderá também contribuir para a construção civil em fios elétricos e outros itens de borracha que precisem ficar expostos ao calor e às intempéries.
A iniciativa da empresa visa à diminuição de emissão de dióxido de carbono para a atmosfera em relação à borracha feita a partir do petróleo, tornando a fabricação do produto menos problemática do ponto de vista ambiental. O fornecimento do bioetileno será da Braskem, empresa brasileira que desenvolveu tecnologia para produção de insumos para a indústria de polímeros e plásticos baseados no etanol.
As duas empresas estão instaladas em Triunfo, no Rio Grande do Sul, e o etileno será transportado da Braskem à fábrica da Lanxess por meio de uma tubulação. A Lanxess já produz no Brasil 40 mil toneladas da borracha EPDM oriunda de petróleo por ano. Do total produzido, 40% são exportados principalmente para os Estados Unidos e países da América Latina. A empresa espera produzir 10 mil toneladas por ano da mesma borracha em versão “verde”. “Já temos cerca de 2 mil clientes mundiais que estão interessados no produto feito de cana”, disse Guenther Weymans, chefe da unidade de Negócios de Borrachas da Lanxess, no lançamento do produto em São Paulo. Quanto ao preço, os executivos da empresa disseram que o bioetileno é mais caro – não disseram o quanto – e estão negociando o custo com a Braskem. Os investimentos da Lanxess na preparação da fábrica somaram R$ 5 milhões.
Marcos de Oliveira - Revista FAPESP - Edição Online - 06/10/2011
http://revistapesquisa.fapesp.br/?art=71734&bd=2&pg=1&lg=
sábado, 22 de outubro de 2011
Vacina contra a malária
Pela primeira vez, uma vacina contra a malária se mostrou tão eficaz. Patrocinada pela fundação Bill e Melinda Gates, a vacina em questão apresentou 56% de eficácia na proteção de crianças contra esta doença que mata 800 mil pessoas todos os anos na África Subsaariana.
Em desenvolvimento pela GSK e pela PATH em parceria com centros de pesquisa africanos e com a ajuda de mais de US$ 200 milhões doados pela Fundação Bill e Melinda Gates, a vacina foi testada em 7 países africanos.
Essa vacina reduz consideravelmente o contágio entre 5 e 17 meses por impedir que o parasita Plasmodium falciparum infecte, amadureça e se multiplique no fígado e que retorne para a corrente sanguínea, onde atacaria mais hemácias.
A vacina ainda está em desenvolvimento e será preciso aguardar dados sobre efeitos a longo prazo e resultados de outros testes que só sairão em 2012. No entanto, até o momento, a vacina se mostra promissora.
Leia mais!
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Uma nova esperança!
Uma pequena parte de um receptor cerebral, um aminoácido denominado NMDA (N-metil-D-aspartato), acaba de ser anunciado por um grupo de cientistas da Universidade de Buffalo, nos Estados Unidos, como um alvo promissor para o desenvolvimento de novos medicamentos contra Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas.
“É a primeira vez que essa região do cérebro se mostrou útil como um alvo de drogas. Se pudermos encontrar um composto químico que se ligue nessa região e prenda as subunidades dos receptores NMDA, o resultado será muito importante na busca de alternativas de tratamentos para danos provocados por acidentes vasculares cerebrais (AVC), Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas”, disse Gabriela Popescu, principal autora do estudo.
Os dois principais receptores no cérebro para o glutamato, que está envolvido com tais doenças bem como outras condições, são o NMDA e o AMPA, ambos com papéis fundamentais na memória e no aprendizado humano.
O grupo conseguiu obter uma redução expressiva na atividade do NMDA e, consequentemente, uma diminuição na quantidade de cálcio que entra os neurônios em resposta ao glutamato. O excesso de cálcio devido à maior atividade de receptores NMDA é o que eventualmente terminará por matar neurônios, levando aos sintomas comuns que ocorrem após um AVC ou doenças neurodegenerativas.
Com uma nova esperança, os pesquisadores esperam que o novo alvo possa resultar no desenvolvimento de drogas mais eficientes.
Saiba mais: aqui.
Os tecidos do futuro
O futuro é mais real do que se pensava. Tratando-se de
roupas, as inovações estão a todo vapor. Tecidos à prova de insetos,
autolimpantes e auto-remendantes são o foco de espanhóis, estadunidenses e
noruegueses.
O primeiro grupo, do projeto Inseplatex, concentra-se na
proteção que as roupas podem oferecer e visam aperfeiçoar essa proteção
incorporando agentes repelentes ou inseticidas em tecidos sintéticos. A
pesquisa tem como foco tanto profissionais que trabalham diretamente com
insetos – como bombeiros, guardas florestais e agentes de combate à dengue e
malária – quanto pessoas refugiadas que
dependem de ajuda humanitária.
A maior dificuldade do grupo é encontrar uma solução única
de incorporação dos agentes em plásticos e tecidos e estes ainda têm que ser
usados individualmente.
Do outro lado do oceano, na Universidade da Califórnia, uma
equipe aprimorou um tecido de algodão e tornou-o autolimpante. A incorporação
de um composto chamado 2-AQC às fibras de algodão faz com que resíduos de
pesticidas e de produtos químicos quebrem quimicamente e, quando exposto à luz,
bactérias sejam liquidadas, visto que não sobrevivem em presença de espécies
reativas de oxigênio.
Voltando à Europa, mais precisamente na Noruega,
pesquisadores buscam formas de proteger os pescadores locais e, para isso,
testam protótipos de tecidos sintéticos
capazes de se autoconsertar.
Com os constantes esbarrões em equipamentos e nos barcos, é
comum as roupas rasgarem. A solução encontrada foi usar um material à base de
poliuretano disperso em microcápsulas no plástico. Com o rompimento da capa, as
cápsulas são rompidas na área danificada, liberando o selante que endurece em
contato com a água ou com o ar, consertando a roupa.
As pesquisas também visam a produção em larga escala para a
sociedade em um futuro não muito distante.
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Cientista busca vacina antidroga
Imagine uma vacina contra o tabaco: pessoas tentando parar de fumar
acenderiam um cigarro e não sentiriam nada. Ou uma vacina contra a cocaína,
impedindo que os viciados aproveitassem as sensações do efeito da droga.
Embora nenhuma
delas esteja iminente, ambas estão sendo discutidas, bem como outras vacinas
para combater outros vícios. Enquanto cientistas historicamente focaram seus
esforços de vacinação em doenças como poliomielite, varíola e difteria – com
grande sucesso –, hoje eles estão trabalhando em injeções que poderão, algum
dia, libertar pessoas dos vícios das drogas.
Pode-se
dizer que seria mais um dos inúmeros métodos existentes para o combate às
drogas, como os adesivos e o chiclete de nicotina que auxiliam na hora de parar
de fumar. Mas poderá ser a solução, juntamente com a vontade de querer se
livrar das drogas ilícitas, em um futuro próximo. Como as doses contra doenças, estas vacinas agiriam
estimulando o sistema imunológico a produzir anticorpos que desativariam o
narcótico antes que ele pudesse criar raízes no corpo, ou no cérebro.
Diferente das vacinas
preventivas, como as conhecidas para o sarampo e caxumba, esta injeção seria
administrada depois que o usuário já houvesse sucumbido a uma droga e, como o
vício é considerado um causador de mudanças físicas no cérebro, os médicos
defendem cada vez mais soluções para o problema contra as drogas. Em julho, foi
relatada a produção de uma vacina que reduzia os efeitos da heroína em ratos e
os que receberam esta dose não sentiram os efeitos analgésicos da heroína e
pararam de procurar a droga, presumindo que os roedores deixaram de sentir
qualquer efeito. Não obstante, tentaram realizar vacinas contra a obesidade,
obtendo resultados positivos em animais, porém não se sabe ao certo se no
humano seria viável.
Portanto, é uma idéia
inovadora, em que muitas pessoas poderiam se libertar do vício e bastante
promissora, já que os estudos, apesar de demorados, podem ser concretizados com
sucesso.
terça-feira, 18 de outubro de 2011
Onde acaba o mundo?
A descoberta de que o Universo está se expandindo de forma mais acelerada de bilhões de anos para cá rendeu o prêmio Nobel de Física 2011 aos cientistas Saul Perlmutter, Adam G. Riess e Brian P. Schmidt. Essa descoberta tem um profundo impacto não só para a física e a
cosmologia, como também para nossa relação com o Cosmos. Jamais havia
passado pela cabeça de alguém, nem mesmo pela dos três pesquisadores que
ganharam o Nobel, que isso poderia acontecer. A razão era simples: se
lançamos uma sonda espacial com velocidade maior do que 11 Km/s, que é a
velocidade de escape da superfície da Terra (energia de movimento maior
que a energia gravitacional), ela se afasta com velocidade uniforme. Se
a velocidade for um pouco menor, a sonda vai se desacelerando e volta a
cair na Terra. Ela só consegue acelerar se tiver combustível para gerar
uma força capaz de vencer a atração gravitacional. Para o Universo,
também se pensava que só existiam essas duas possibilidades: expansão
uniforme eterna ou desaceleração seguida de colapso (Big Crunch). A
descoberta da aceleração da expansão do Universo por meio da observação
de estrelas supernovas distantes implica na existência de uma “força”
contrária à da gravidade e mais forte que ela. Essa espécie de
“gravidade negativa” é a componente dominante do Universo (73%) e é
chamada de energia escura.
Na década de 1930, Fritz Zwicky já havia descoberto outro problema cosmológico grave: a matéria escura. Ela não absorve nem emite luz, tem gravidade atrativa como a nossa e não é composta de átomos. Os físicos nunca se incomodaram muito com a matéria escura, embora ela seja seis vezes mais importante que a nossa matéria e componha 23% do Universo. Diferentemente da energia escura, existem esperanças de detectar partículas de matéria escura no grande acelerador de partículas LHC (que fica no Centro Europeu de Pesquisas Nucleares, em Genebra, Suíça) num futuro próximo.
Tudo o que costumávamos chamar de Universo – as galáxias, com suas estrelas, planetas e nuvens de gases, a antimatéria (formas diferentes de matéria bariônica) – representa, na verdade, somente 4% do Universo. É desconcertante para a física, que empreendeu tantos esforços para criar suas duas grandes teorias (a Relatividade Geral e a Mecânica Quântica), só poder aplicar essas teorias a 4% do Universo.
O problema da energia escura, entretanto, não parece ter solução no médio prazo. Ela parece estar ligada a uma propriedade de campo, que abrange o espaço-tempo como um todo. Uma alternativa inquietante para o futuro é que a aceleração não pare. Se isso continuar acontecendo, essa força vencerá gradativamente os sistemas ligados pelas forças gravitacional, elétrica e até nuclear. Primeiro, ela desmancharia os grupos de galáxias, depois espalharia suas estrelas pelo espaço, arrancaria os planetas de suas órbitas e sugaria os gases para fora das estrelas. Depois, atingiria os átomos, evaporando a eletrosfera e, finalmente, arrancaria os prótons e nêutrons dos núcleos atômicos. Seria o “Big Rip” (Grande Estraçalhamento), em que o Universo terminaria como uma nuvem amorfa de partículas.
Existem outras possibilidades, inclusive a de que essa fase seja superada por outra, que não é o caso de discutir aqui. Essa alternativa já aconteceu antes. Por exemplo, logo após o Big Bang, quando o Universo tinha 1 milionésimo de bilionésimo de bilionésimo de bilionésimo de segundo, ele sofreu uma expansão acelerada análoga à atual, mas muito mais rápida: a era da inflação. A fase seguinte, que durou 400 mil anos, foi dominada pela luz. Quando o Universo expandiu o suficiente, a luz perdeu seu domínio e a matéria passou a dominar, arrebanhando os gases em forma de estrelas e galáxias. Com a diminuição da densidade da matéria, a gravidade foi perdendo terreno até que, uns 12 bilhões de anos depois, a energia escura tomou as rédeas da expansão. O Universo é mutante e suas fases são dominadas por entidades que, por escaparem ao nosso cotidiano, são difíceis de imaginar.
Fonte: Revista Pesquisa Fapesp
Leia mais detalhes em: http://www.revistapesquisa.fapesp.br/?art=71762&bd=2&pg=1&lg=
Na década de 1930, Fritz Zwicky já havia descoberto outro problema cosmológico grave: a matéria escura. Ela não absorve nem emite luz, tem gravidade atrativa como a nossa e não é composta de átomos. Os físicos nunca se incomodaram muito com a matéria escura, embora ela seja seis vezes mais importante que a nossa matéria e componha 23% do Universo. Diferentemente da energia escura, existem esperanças de detectar partículas de matéria escura no grande acelerador de partículas LHC (que fica no Centro Europeu de Pesquisas Nucleares, em Genebra, Suíça) num futuro próximo.
Tudo o que costumávamos chamar de Universo – as galáxias, com suas estrelas, planetas e nuvens de gases, a antimatéria (formas diferentes de matéria bariônica) – representa, na verdade, somente 4% do Universo. É desconcertante para a física, que empreendeu tantos esforços para criar suas duas grandes teorias (a Relatividade Geral e a Mecânica Quântica), só poder aplicar essas teorias a 4% do Universo.
O problema da energia escura, entretanto, não parece ter solução no médio prazo. Ela parece estar ligada a uma propriedade de campo, que abrange o espaço-tempo como um todo. Uma alternativa inquietante para o futuro é que a aceleração não pare. Se isso continuar acontecendo, essa força vencerá gradativamente os sistemas ligados pelas forças gravitacional, elétrica e até nuclear. Primeiro, ela desmancharia os grupos de galáxias, depois espalharia suas estrelas pelo espaço, arrancaria os planetas de suas órbitas e sugaria os gases para fora das estrelas. Depois, atingiria os átomos, evaporando a eletrosfera e, finalmente, arrancaria os prótons e nêutrons dos núcleos atômicos. Seria o “Big Rip” (Grande Estraçalhamento), em que o Universo terminaria como uma nuvem amorfa de partículas.
Existem outras possibilidades, inclusive a de que essa fase seja superada por outra, que não é o caso de discutir aqui. Essa alternativa já aconteceu antes. Por exemplo, logo após o Big Bang, quando o Universo tinha 1 milionésimo de bilionésimo de bilionésimo de bilionésimo de segundo, ele sofreu uma expansão acelerada análoga à atual, mas muito mais rápida: a era da inflação. A fase seguinte, que durou 400 mil anos, foi dominada pela luz. Quando o Universo expandiu o suficiente, a luz perdeu seu domínio e a matéria passou a dominar, arrebanhando os gases em forma de estrelas e galáxias. Com a diminuição da densidade da matéria, a gravidade foi perdendo terreno até que, uns 12 bilhões de anos depois, a energia escura tomou as rédeas da expansão. O Universo é mutante e suas fases são dominadas por entidades que, por escaparem ao nosso cotidiano, são difíceis de imaginar.
Fonte: Revista Pesquisa Fapesp
Leia mais detalhes em: http://www.revistapesquisa.fapesp.br/?art=71762&bd=2&pg=1&lg=
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Cientistas desenvolvem técnica que pode criar células-tronco personalizadas
Uma equipe de cientistas de Nova York afirmou nesta quarta-feira que estão mais perto de conseguirem criar a chamada célula-tronco personalizada.
A técnica envolve pegar um óvulo humano e combiná-lo com uma célula de outra pessoa.
Segundo os pesquisadores, os resultados podem ser usados para tratar várias doenças, já que seria possível produzir, de maneira personalizada para cada paciente,células saudáveis para substituir as doentes.
Em um artigo para a revista científica Nature, a equipe Fundação de Células-Tronca do Nova York disse ter usado uma tecnologia de clone (chamada transferência de núcleos de célula somática) para criar células-tronco embrionária para combinar com o DNA específico de cada pessoa.
Potencial
As células-tronco têm um grande potencial na medicina, à medida que podem ser desenvolvidas em qualquer outro tipo de célula no corpo.
Ao se criar células do coração, por exemplo, talvez seja possível reparar os danos causados por um ataque cardíaco.
Já há alguns testes clínicos em curso. O primeiro feito com células-tronco embrionárias da Europa está sendo feito em Londres e é relacionado a um tratamento para a perda progressiva da visão.
O teste, porém, não usa as próprias células dos pacientes e por isso é necessário o uso de imunossupressores para evitar o risco de rejeição. E é por isso que o teste da equipe americana é tão importante.
Interrogação
O pesquisador Dieter Egli, do laboratório da Fundação de Células-Tronca de Nova York, afirma que havia até então um grande ponto de interrogação sobre a possibilidade de a técnica do clone ser usada em seres humanos.
“Outras equipes já haviam tentado, mas falharam”, disse, explicando que seu grupo também não conseguiu ser bem-sucedido ao usar as técnicas tradicionais.
Quando eles removeram o material genético de um óvulo e o substituíram com cromossomos de uma célula epitelial, o óvulo se dividiu, mas não passou do estágio de 6 a 12 células.
No entanto, quando eles deixaram o material genético no próprio óvulo e adicionaram os cromossomos epiteliais, o óvulo se desenvolveu até o estágio do blastocisto, que pode contar até 100 células e é usado como fonte para células-tronco embrionárias.
“As células produzidas por nossa equipe ainda não são para uso terapêutico. Ainda há muito a ser feito”, afirmou Egli à BBC. “Vemos isso como um passo adiante na estrada, porque agora sabemos que óvulos podem transformar células adultas especializadas, como células da pele, em células-tronco.”
Fonte: BBC - Brasil
Leia mais em : http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/10/111005_celula_tronco_mdb.shtmldomingo, 16 de outubro de 2011
Encontrado gene que protege rãs de fungo devastador
É mais um ponto para a variabilidade da natureza, um grupo de cientistas encontrou numa espécie de rã o gene que protege contra o fungo que tem sido o terror dos anfíbios pelo mundo fora. O estudo foi publicado na revista Proceedings of the Natural Academy of Sciences.
Há mais de três décadas que os cientistas identificaram que um inimigo novo andava a matar os anfíbios, principalmente sapos e rãs. Mas só na década de 1990 é que se descobriu a causa da quitridiomicose: o fungo Batrachochytrium dendrobatidis.
Desde aí, os cientistas têm tentado encontrar uma resposta para a doença que já matou várias espécies, dizimou populações de um grupo que já tem ameaças que chegue como as alterações climáticas ou a diminuição de habitat.
Anna Savage e Kelly Zamudio, ambos da Universidade de Cornell, no estado de Nova Iorque, deram um passo em frente ao descobrirem um gene que está a salvar certos indivíduos de uma espécie de rãs.
Os investigadores trabalham com um tipo de rãs leopardo, a espécie Lithobates yavapaiensis . E recolheram indivíduos de cinco populações diferentes. No laboratório infectaram estes indivíduos com o fungo. As rãs de três das cinco populações morreram todas, mas alguns indivíduos das outras duas populações sobreviveram.
Através de estudos genéticos, perceberam que as rãs sobreviventes tinham uma variação num dos genes que pertence ao Complexo Maior de Histocompatibilidade. Esta região, que vários grupos de animais partilham, incluindo os mamíferos, tem uma grande importância para o sistema imunitário, porque ajuda os glóbulos brancos a identificar corpos estranhos no corpo provocando uma resposta imunitária e combatendo as infecções.
Os investigadores chamaram de Q ao novo alelo que encontraram – chama-se alelo a cada variante de um dado gene que se encontra na natureza. “Examinámos o ADN onde estava o alelo Q, e descobrimos que tinha existido uma mudança recente”, disse Savage citada pela ABC News. “Esta mudança no ADN dá-nos provas que as rãs podem estar a adaptar-se à quitridiomicose ao evoluírem novas variantes dos genes que combatem melhor [a doença].”
É provável que estas duas populações já tenham sido expostas ao fungo desde a década de 1970 e por isso, ao longo das últimas décadas, tenha havido uma selecção natural muito intensiva. Estes indivíduos conseguem debelar os fungos, uma situação diferente de outros indivíduos de outras espécies que podem ter o fungo, mas não apresentam sintomas da doença.
Esta é a primeira prova que existe pelo menos um potencial para estes animais ultrapassarem a doença com a sua própria genética. Mas os cientistas defendem projectos de conservação para os anfíbios mais susceptíveis a esta doença, que não parecem estar a reagir à epidemia.
Fonte: http://ecosfera.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1513985
Há mais de três décadas que os cientistas identificaram que um inimigo novo andava a matar os anfíbios, principalmente sapos e rãs. Mas só na década de 1990 é que se descobriu a causa da quitridiomicose: o fungo Batrachochytrium dendrobatidis.
Desde aí, os cientistas têm tentado encontrar uma resposta para a doença que já matou várias espécies, dizimou populações de um grupo que já tem ameaças que chegue como as alterações climáticas ou a diminuição de habitat.
Anna Savage e Kelly Zamudio, ambos da Universidade de Cornell, no estado de Nova Iorque, deram um passo em frente ao descobrirem um gene que está a salvar certos indivíduos de uma espécie de rãs.
Os investigadores trabalham com um tipo de rãs leopardo, a espécie Lithobates yavapaiensis . E recolheram indivíduos de cinco populações diferentes. No laboratório infectaram estes indivíduos com o fungo. As rãs de três das cinco populações morreram todas, mas alguns indivíduos das outras duas populações sobreviveram.
Através de estudos genéticos, perceberam que as rãs sobreviventes tinham uma variação num dos genes que pertence ao Complexo Maior de Histocompatibilidade. Esta região, que vários grupos de animais partilham, incluindo os mamíferos, tem uma grande importância para o sistema imunitário, porque ajuda os glóbulos brancos a identificar corpos estranhos no corpo provocando uma resposta imunitária e combatendo as infecções.
Os investigadores chamaram de Q ao novo alelo que encontraram – chama-se alelo a cada variante de um dado gene que se encontra na natureza. “Examinámos o ADN onde estava o alelo Q, e descobrimos que tinha existido uma mudança recente”, disse Savage citada pela ABC News. “Esta mudança no ADN dá-nos provas que as rãs podem estar a adaptar-se à quitridiomicose ao evoluírem novas variantes dos genes que combatem melhor [a doença].”
É provável que estas duas populações já tenham sido expostas ao fungo desde a década de 1970 e por isso, ao longo das últimas décadas, tenha havido uma selecção natural muito intensiva. Estes indivíduos conseguem debelar os fungos, uma situação diferente de outros indivíduos de outras espécies que podem ter o fungo, mas não apresentam sintomas da doença.
Esta é a primeira prova que existe pelo menos um potencial para estes animais ultrapassarem a doença com a sua própria genética. Mas os cientistas defendem projectos de conservação para os anfíbios mais susceptíveis a esta doença, que não parecem estar a reagir à epidemia.
Fonte: http://ecosfera.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1513985
sábado, 15 de outubro de 2011
Cientistas desvendam genoma da bactéria que provocou a 'peste negra'
Epidemia matou 50 milhões de pessoas na Europa entre 1347 e 1351.Atualmente, versão moderna da doença deixa 2 mil mortos por ano.
Uma equipe internacional de cientistas sequenciou o genoma inteiro da bactéria responsável por provocar a peste negra na Europa - doença que matou 50 milhões de pessoas no continente entre 1347 e 1351. Provocada por um ancestral do micro-organismo Yersinia pestis, a doença nada mais é do que a peste bubônica atual.O estudo foi divulgado na revista científica "Nature" e pode ajudar na compreensão das doenças infecciosas modernas.
É a primeira vez que os cientistas conseguem reconstruir o material genético de um micro-organismo que tenha causado doenças no passado. Os pesquisadores têm esperança de que o trabalho possa mostrar a evolução de um parasita durante os anos - incluindo a capacidade que o micro-organismo teria de provocar doenças.
Arcada dentária usada para as pesquisas da peste negra |
Para os pesquisadores, outras pragas que infestaram o mundo medieval nos séculos 6, 12 e 13 da Era Cristã não foram causadas pelo mesmo parasita da peste negra. A pior delas, a praga de Justiniano, deixou 100 milhões de mortos.
Saiba mais em : http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2011/10
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Células que não envelhecem
01/07/2011
Por Mônica Pileggi
Agência FAPESP – Uma pesquisa feita por cientistas dos Estados Unidos e do Brasil acaba
de fornecer novas pistas para um dos fenômenos menos conhecidos de alguns tipos
de câncer: por que os telômeros se alongam, quando deveriam diminuir de
tamanho.
Estudo publicado na Science com coautoria de pesquisadoras da Faculdade de Medicina da USP identifica genes envolvidos na maior durabilidade das células cancerígenas (divulgação).
|
Telômeros são
estruturas constituídas por fileiras repetitivas de proteínas e DNA não
codificante que formam as extremidades dos cromossomos. Sua principal função é
proteger a estrutura do cromossomo. Os telômeros contêm sequências de DNA que,
em células sadias, encurtam-se a cada processo normal de divisão celular.
Sem telômeros, o
encurtamento não ocorre, afetando as funções celulares. Sabe-se que células
cancerosas, que se dividem muito rapidamente, usam grandes quantidades da
enzima telomerase para manter os telômeros intactos. Mas há alguns tipos de
células cancerosas que mantém o comprimento dos telômeros intacto, e isso sem
precisar da ajuda da telomerase.
Sem um aumento na
produção da telomerase, a dúvida é como as células cancerosas conseguem manter
seus telômeros, em um fenômeno de alongamento alternativo dessas estruturas.
O novo estudo
identificou, por meio de uma técnica de marcação histológica molecular chamada
“hibridização in-situ com marcadores fluorescentes específicos de telômeros”
(FISH, em inglês), dois genes encontrados com alta frequência em tumores,
denominados ATRX e DAXX. Esses genes são responsáveis por manter o comprimento
dos telômeros, indica o trabalho.
A pesquisa, cujos
resultados foram publicados no site da revista Science, têm como autoras a
pesquisadora Sueli Mieko Oba-Shinjo e a professora Suely Kazue Nagahashi Marie,
do Departamento de Neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (FMUSP).
Segundo ela, em
alguns tipos de câncer foram detectadas – por sequenciamento ou por imunomarcação
– mutações nos genes ATRX e DAXX. “Todos os genes com grande alteração na
sequência tinham o telômero mais preservado, o que justifica um dos mecanismos
do processo de câncer”, disse Marie à Agência FAPESP.
A mutação foi
detectada inicialmente em carcinomas de pâncreas. Em seguida, o grupo também
identificou a mutação em outros mais de 400 tipos de câncer, entre deles o
glioblastoma multiforme – tumor maligno que ataca o sistema nervoso central e
atinge tanto crianças como adultos – e o oligodendroglioma – que também ataca o
sistema nervoso e tem origem na célula oligodendroglial.
Para os
pesquisadores, o objetivo a ser atingido com esses marcadores é o de detectar a
doença o quanto antes para que seja possível evitar o crescimento do tumor
sólido.
“Essas são mutações
genéticas que só existem nos tumores. Se conseguirmos rastreá-las durante a
evolução do paciente será possível saber, precocemente, se o tumor voltou ou se
está crescendo”, disse Marie.
O estudo foi liderado
por cientistas do Departamento de Patologia do Johns Hopkins Medical
Institutions, em Baltimore. “Descobrir os genes responsáveis pelo alongamento
alternativo dos telômeros é o primeiro passo para compreender esse processo e,
com isso, poderemos ter oportunidades de desenvolver novas terapias contra o
câncer”, disse Nickolas Papadopoulos, do Johns Hopkins.
Projeto Temático
Marie atua há mais de
dez anos na área de genômica e coordenou diversos projetos de pesquisa apoiados
pela FAPESP, entre eles o Temático recém- concluído "Procura
de marcadores moleculares relacionados ao diagnóstico e prognóstico de tumores
do sistema nervoso central".
O artigo que acaba de
sair na Science é a terceira publicação na revista resultante de trabalhos desenvolvidos
pela rede de pesquisas criada a partir do Projeto Temático e que envolve, no
Brasil, além do Departamento de Neurologia da FMUSP, o Hospital do Câncer, em
Barretos, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e a USP de Ribeirão
Preto.
Fonte: Agencia Fapesp
Leia mais em: http://www.sciencexpress.org/
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Que haja luz
19/05/2011
Por Elton Alisson
Agência FAPESP – Os pesquisadores do grupo de Bioluminescência e Biofotônica da
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), campus de Sorocaba, deram um
importante passo para, em um futuro próximo, possibilitar que algumas enzimas
de interesse biomédico, biotecnológico e ambiental emitam luz.
A propriedade é
importante para estudar doenças como o câncer ou infecções bacterianas, por
exemplo. Os cientistas descobriram um dos principais “disjuntores” presentes na
“caixa de força” de enzimas com baixa capacidade de luminescência da mesma
classe das luciferases – responsáveis pela emissão de luz fria e visível em
vagalumes –, que pode ser modificado para aumentar a intensidade de sua luz.
Pesquisadores
brasileiros descobrem um dos “interruptores” que pode fazer com que algumas
enzimas de interesse biomédico e biotecnológico se tornem luminescentes (reprodução)
A descoberta do
estudo, resultado de projeto de pesquisa Luciferases
de coleópteros: evolução estrutural e funcional, e engenharia para fins
biotecnológicos apoiado pela FAPESP por meio de um
Auxílio à Pesquisa – Regular, será publicada no fim deste mês na revistaPhotochemical
and Photobiological Sciences.
Em 2009, o mesmo
grupo clonou e isolou da larva de um inseto não luminescente (besouro) uma
enzima da mesma família das luciferases (a AMP-CoA-ligases), fracamente
luminescente e conhecida como protoluciferase, para estudar como as luciferases
de vagalumes desenvolveram durante a evolução a capacidade de catalisar a
reação de oxidação da luciferina – o composto responsável pela bioluminescência
de insetos – e produzir intensa luz visível.
Nos últimos anos, ao
comparar as sequências de aminoácidos da protoluciferase com a luciferase, os
pesquisadore da UFSCar começaram a identificar partes da estrutura delas que
poderiam estar envolvidas com a determinação da atividade de produzir luz.
Por meio de técnicas
de engenharia genética, a estudante de doutorado Rogilene Prado e o pesquisador
Vadim Viviani, coordenador do projeto, realizaram mutações de aminoácidos da
protoluciferase. Agora, o grupo identificou que a mutação de um desses aminoácidos
aumenta bastante a atividade luminescente da enzima, tornando-a muito
semelhante à de uma luciferase.
“É como se a enzima
protoluciferase fosse um circuito eletrônico, que tem uma bateria, representada
pelo oxigênio, e uma lâmpada, que é a luciferina. Descobrimos agora um dos
principais interruptores presentes na estrutura delas, que é responsável por
ligar a bateria à lâmpada. Ou seja, fazer com que a reação da luciferina e do
oxigênio ocorra, acendendo a luz”, disse Viviani à Agência FAPESP.
Segundo ele, a
descoberta abre a possibilidade de tornar outras enzimas da família
AMP-CoA-ligases de interesse biomédico, biotecnológico e ambiental que não
produzem luz em luminescentes.
Presente em todos os
organismos, incluindo bactérias e o homem, as AMP-CoA-ligases desempenham as
mais variadas funções metabólicas, como a biossíntese de pigmentos (em
plantas), metabolismo de lipídeos, síntese de antibióticos e eliminação de
substâncias tóxicas e compostos químicos estranhos a um organismo ou sistema
biológico (xenobióticos).
Em comum, a primeira
reação que elas catalisam é a ativação de ácidos orgânicos, como os
aminoácidos, ácidos graxos e a própria luciferina do vagalume, que é oxidada
pelas luciferases, produzindo luz. Em função disso, os pesquisadores pretendem
utilizá-las como indicadores de determinados ácidos orgânicos de interesse
biomédico, como os ácidos tóxicos, e biotecnológicos.
“A capacidade de
servir como um indicador para selecionar determinados ácidos orgânicos de
interesse farmacêutico e biotecnológico talvez represente o maior potencial de
aplicações dessas enzimas”, disse Viviani.
Evolução em
laboratório
Segundo o coordenador
do projeto, algumas poucas luciferases de vagalumes norte-americanos, europeus
e japoneses são utilizadas como reagentes analíticos. São usadas para detectar
o estado metabólico de uma amostra biológica e biomarcadores de expressão
gênica, ou para marcar células de câncer em estudos biofotônicos, por exemplo.
Por meio das
pesquisas com o protótipo da enzima luciferase que clonaram e aumentaram a
luminescência, os pesquisadores brasileiros pretendem criar por engenharia
genética uma nova enzima luciferase que tenha a propriedade de emitir luz
comparável às luciferases empregadas atualmente no mercado.
“Com as condições ideais
de evolução, essa protoluciferase poderá se transformar em uma luciferase.
Estamos simulando a evolução dela em laboratório”, disse Viviani.
O grupo de pesquisa
da UFSCar é um dos únicos dedicados ao estudo de enzimas luciferases no Brasil.
No Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) há um outro grupo,
coordenado pelo professor Cassius Stevani, com o qual eles colaboram, que
estuda fungos luminescentes.
Já no mundo, os
grupos de pesquisa na área estão estabelecidos nos Estados Unidos, Europa e
Japão – esse último colabora com os pesquisadores brasileiros. E, segundo
Viviani, nenhum deles ainda conseguiu clonar uma enzima protoluminescente com a
capacidade de emitir luz semelhante à do grupo brasileiro.
Fonte: Agencia Fapesp
Leia mais em: http://pubs.rsc.org/en/Content/ArticleLanding/2011/PP/c0pp00392a
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