quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Transplante de células pode melhorar diabetes


        Uma nova técnica para evitar a rejeição e aumentar a segurança nos transplantes de ilhotas de Langerhans (grupo de células do pâncreas responsável pela produção de insulina) está sendo estudada por pesquisadores do Núcleo de Terapia Celular Molecular (Nucel) da Universidade de São Paulo (USP), coordenado por Mari Sogayar.
        O objetivo do transplante é fazer com que os portadores de diabetes tipo 1 não precisem mais tomar injeções de insulina diariamente. Com isso, os médicos conseguem também evitar a rejeição às células transplantadas e eliminar a obrigação do paciente ter que tomar remédios imunossupressores.
Segundo a coordenadora, a administração dos remédios para evitar a rejeição é complicada porque, além de serem medicamentos caros, provocam efeitos colaterais indesejáveis.
        A intenção da nova técnica é “enganar” o organismo ao encapsular as ilhotas de Langerhans e torná-las invisíveis ao sistema imunológico, que assim não consegue atacá-las. O método é rápido e nada invasivo, já que consiste em introduzir uma cápsula com as ilhotas por meio de uma agulha e um cateter na região próxima ao fígado.
        “A cápsula é feita de um material extraído de algas, com uma estrutura que permite que o oxigênio entre nas células e que a insulina ultrapasse a barreira. O tecido impede ainda que o sistema imunológico destrua as ilhotas”, explicou.
        Por enquanto a técnica foi testada apenas em camundongos tornados diabéticos, que, de acordo com a coordenadora, reverteram a doença depois de receberem as cápsulas. Os animais permaneceram normais por um período longo, de 200 dias - mais da metade da vida. “Após 200 dias removemos as cápsulas e o animal voltou a ficar diabético”.
        O desejo da equipe agora é testar em animais maiores, como porcos, e com êxito,  pleitear a eficácia em seres humanos.

Fonte:
http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/transplante-de-celulas-melhoraria-diabetes-12092011-6.shl

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