segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Regulamentação de Organismos Geneticamente Modificados

Eles estão nos alimentos que compramos no supermercado, nos remédios e vacinas que previnem de graves doenças e até no combustível dos veículos que usamos como meios de transporte. Embora estejam presentes no cotidiano dos brasileiros, os organismos geneticamente modificados (OGM), seus benefícios e aplicações ainda são desconhecidos por grande parte da população. E quando trata-se do uso dos produtos geneticamente modificados na produção agrícola, mais conhecidos como transgênicos, a falta de informações científicas sobre o tema corrobora para aumentar o receio da população, às vezes desnecessário, sobre os possíveis riscos que estes produtos oferecem à saúde e ao meio ambiente.


"O nosso desafio é mostrar ao cidadão que ele está consumindo um produto seguro. Antes de chegar às prateleiras, uma série de estudos e testes foram realizados. O Brasil possui vários centros de excelência em pequisa na área de biotecnologia, além de um sistema regulatório bastante exigente e sólido", afirmou a diretora-executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), Adriana Brondani. O CIB é uma organização não-governamental que tem como objetivo promover a divulgação de informações científicas sobre biossegurança, biotecnologia e seus benefícios.

A aprovação dos transgênicos no Brasil é de responsabilidade, desde 2005, da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CNTBio). Trata-se de uma instância colegiada, ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, formada por cientistas e especilistas na área. "Temos uma regulamentação segura e responsável", afirmou Adriana Brondani.

O Brasil é o segundo maior produtor mundial de transgênicos, atrás apenas dos Estados Unidos. Entre os produtos  mais cultivados estão a soja, o milho e o algodão. A Europa, apesar de ser pioneira em pesquisas na área de biotecnologia, cujos primeiros registros de organismos geneticamente modificados datam de 1983, na Bélgica, possui um sistema regulamentatório complexo, onde os aspectos políticos prevalecem em relação ao científico.

"As pessoas contrárias ao cultivo dos transgênicos exercem uma forte pressão no governo, que prefere não contrariar a população. As proibições dos transgênicos muitas vezes são ilegais porque o governo não consegue comprovar cientificamente que os produtos são nocivos à saúde e ao meio ambiente", afirmou a pesquisadora da Universidade de Gent, na Bélgica, Sylvia Burssens. Ressaltou ainda que os europeus sentem dificuldade em enxergar os benefícios dos transgênicos, já que não sofrem com a falta de alimentos e também que até hoje, não há nenhuma evidência científica associando os OGMs a maiores riscos para o meio ambiente ou para a alimentação.



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