Claudio Joazeiro e Mario Bengtson, cientistas
brasileiros que realizam pesquisas no Scripps Research Institute, de La Jolla
(Califórnia), descobriram que determinada proteína encontrada em eucariotos é
responsável pela degradação de outras proteínas tóxicas ao organismo. A falta
dessa proteína (chamada de listerina) na célula acarreta no acúmulo de
substâncias tóxicas no interior das mesmas, podendo causar a morte da mesma; a
falta dessa proteína pode estar relacionada à doenças degenerativas como o
Alzheimer e o Parkinson.
Há alguns
anos atrás, Juazeiro e o pesquisador Steve Kay, descobriram que camundongos com
mutação nos genes LISTER (responsáveis pela produção de listerina) desenvolviam
problemas nos neurônios motores da medula espinhal. Como essa
enfermidade parecia estar relacionada com acúmulo proteico indesejado na
célula, Joazeiro e Bengtson decidiram pesquisar mais sobre essa proteína, que
está presente em praticamente todos os organismos eucariotos. Descobriu-se que
a hipótese estava correta; células sem essa proteína não conseguia degradas
essas proteínas disformes.
A
listerina age juntamente com o ribossomo (proteína responsável pela produção de
proteínas) e com as ubiquitinas (proteínas reguladoras presentes em praticamente
todas as células eucariotas). Ela se liga a um ribossomo e liga às proteínas
modificadas as ubiquitinas, que servem como “etiquetas” de morte para eles.
Há vários anos os cientistas tentam achar a
proteína responsável pela “limpeza” celular, mas nunca o fizeram, pois não
procuraram o que realmente deveriam procurar; procuravam por tmRNAs, que são as
estruturas responsáveis pela degradação proteica em procariotos, quando na
verdade era a proteína listerina a responsável por essa função em eucariotos.
Ainda não foram obtidos resultados conclusivos,
mas há a possibilidade de que doenças degenerativas como as antes citadas
(Alzheimer e Parkinson) estejam ligados à falta de listerinas, uma vez que, em
cérebro de animais o acúmulo de proteínas do tipo Tau é comumente relacionada
com o Alzheimer.
Para ver o artigo na íntegra, clique aqui.
Fonte: Fapesp Online
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