domingo, 31 de julho de 2011

Semente de uva pode ajudar no combate ao Alzheimer

Pesquisadores das universidades da Mount Sinai School of Medicine e da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, mostraram que a substância polifenol, presente na semente das uvas, pode ser eficaz no combate ao desenvolvimento do Alzheimer e reduzir sua evolução.

Os pesquisadores desenvolveram modificaram geneticamente ratos para que esses apresentassem maior produção da proteína beta-amilóide, encontrada nos portadores de Alzheimer, e também responsável pelo déficit de memória característico da doença. Nos animais, os cientistas administraram polifenol extraído da semente de uva e constataram redução dessa proteína.

O pesquisador da Mount Sinai School of Medicine, Giulio Maria Pasinetti, afirmou que o polifenol está disponível comercialmente como suplemento nutricional e não apresenta efeito adverso. “Essa nova descoberta pode apontar um caminho para novos métodos preventivos e de tratamento, e a substância já está sendo testada em estudos que vão da pesquisa básica à prática clínica em pacientes portadores da doença de Alzheimer.”

Artigo original disponivel em: http://www.upi.com/Health_News/2011/07/15/Grapes-may-prevent-delay-Alzheimers/UPI-98301310785920 

sábado, 30 de julho de 2011

Proteção ao Maracujá

      Nesta notícia, pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo), em parceria com o IAC (Instituto Agronômico de Campinas) e a UEL (Universidade Estadual de Londrina) desenvolveram um kit de diagnóstico precoce da doença de difícil controle e de ocorrência generalizada em maracujá, conhecido como bacteriose do maracujá, causado pela bactéria Xanthomonas axonopodis. A cultura infectada, apresenta folhas com lesões e os frutos impróprios para o consumo, que traz prejuízos de 20 a 30% dos produtores, sendo que o Brasil é o maior produtor e consumidor mundial do maracujá, e vem registrando significativa perda no campo por causa da doença, que ao contaminar um maracujeiro, contamina todo o resto da cultura, sendo a única saída a queima de toda a plantação. Por essa razão, esse kit é de grande importância para eliminar possíveis disseminadores da bactéria, evitando maiores perdas de produção.
     Para o desenvolvimento do kit, a pesquisadora responsável Maria Lúcia Carneiro Vieira da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiros (ESALQ-USP), coletou as bactérias em diferentes áreas de plantio do maracujá no Brasil, e através de análises genéticas, procurou-se saber a variabilidade entre todas as bactérias que atacam o maracujeiro, para depois comparar com o genoma de Xanthomonas contaminate de outras culturas, e desenvolver uma técnica específica para a Xanthomonas axonopodis do maracujá. A técnica utilizada nesse kit, é a reação em cadeia da polimerase (PCR), que a partir de uma amostra de folha do maracujeiro, vai amplificar uma sequência específica do genoma do patógeno (Xanthomonas axonopodis), se presente, e assim denunciar a presença do patógeno, e consequente eliminação da planta, para que não contamine outras.
    Para a realização da análise, não será preciso ir até um laboratório que faça o exame. Bastará enviar a amostra a ser analisada pelo correio, e o custo de cada análise ficará em torno de R$ 3,00, preço muito baixo perto de todos os danos que poderão ser evitados.
    Notícia da Pesquisa FAPESP online. Para ler a notícia original clique aqui.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

'Superanticorpo' pode resultar em vacina universal contra gripe

Cientistas encontraram um "superanticorpo", o FI6, capaz de combater todos os vírus da gripe tipo A em humanos e animais, e a descoberta pode abrir caminho para a produção de novos tratamentos antigripais.
Pesquisadores do Reino Unido e Suíça usaram um novo método para encontrar a "agulha no palheiro", e identificaram o anticorpo em um paciente humano capaz de neutralizar os dois principais grupos de vírus da gripe A.
É um passo preliminar, disseram eles, mas crucial para o eventual desenvolvimento de uma vacina universal contra a gripe.
Atualmente, os laboratórios precisam alterar todos os anos a composição das vacinas, de acordo com a cepa do vírus que estiver circulando -- um processo caro e demorado. Já a vacina universal poderia proteger as pessoas durante décadas, ou mesmo pela vida toda, contra todas as cepas de vírus da gripe.
A pesquisa foi realizada pelo Instituto Nacional de Pesquisa Médica do Reino Unido e pela empresa privada suíça Humabs, e seu resultado foi publicado nesta quinta-feira na revista "Science".
Nesse artigo, os pesquisadores explicaram que os anticorpos atingem uma proteína do vírus chamada hemaglutinina. Devido à sua rápida evolução, existem hoje 16 subtipos diferentes da gripe A, divididos em dois grupos. Os humanos geralmente produzem anticorpos contra um subtipo específico.
Pesquisas anteriores já haviam localizado anticorpos que funcionam com vírus do grupo 1 e com a maioria dos vírus do grupo 2, mas não com ambos.
A equipe anglo-suíça usou um método que aplica a cristalografia de raios X para examinar enormes quantidades de amostras de células do plasma humano, aumentando assim suas chances de localizar o anticorpo "universal," mesmo sendo ele extremamente raro.
Ao identificarem o F16, eles o injetaram em ratos e furões, e descobriram que protegia também os animais contra os vírus do grupo 1 e 2.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Cachorro que brilha no escuro pode auxiliar pesquisas genéticas


Cientistas da Universidade Nacional de Seul, na Coreia do Sul, afirmam ter criado um cão modificado geneticamente que brilha no escuro. Segundo os pesquisadores, o animal foi criado com técnica de clonagem e pode ajudar em estudos contra mal de Alzheimer, Parkinson e outras doenças.

Tegon, a fêmea brilhante de beagle, nasceu em 2009 e pode emitir luz verde quando recebe o antibiótico doxiciclina, a cadela fica com um brilho verde fluorescente sob luz ultravioleta. Os pesquisadores afirmam que a habilidade de brilhar pode ser "ligada" ou "desligada" com a adição da substância na ração do animal.
Pata da cadela clonada brilha no escuro

"A criação de Tegon abre novos horizontes já que a inserção do gene que faz o cão brilhar pode ser substituído com genes que acionam doenças fatais em humanos", diz o pesquisador Lee Byeong-chun. Ele afirma ainda que existem 268 doenças que cães e humanos compartilham, e que cachorros com sintomas criados artificialmente podem ajudar na criação de novos tratamentos.

Segundo o pesquisador, Teagon foi criada com a mesma tecnologia de transferência que permitiu aos cientistas criarem o primeiro cão clonado do mundo em 2005.

A pesquisa tomou quatro anos e gastou US$ 3 milhões. Os resultados saíram na publicação internacional 'Genesis'.

Fonte: agência Reuters

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Caldo de Cana em Biocélulas - alternativa para produzir eletricidade

O caldo de cana é um forte candidato a produzir energia elétrica em uma pequena caixa plástica para funcionar como baterias de celulares, notebooks ou tocadores de MP3. O dispositivo onde os açúcares da garapa agem como combustível, denominado de biocélula, é uma das promessas mais recentes no campo das fontes energéticas alternativas. A produção de eletricidade a partir do caldo foi possível com a síntese de uma enzima em laboratório que potencializa a reação química responsável por converter o açúcar em eletricidade, elaborada por um grupo de pesquisa da Universidade Federal do ABC (Ufabc), em Santo André, São Paulo.



A corrida atual dos estudos relacionados com biocélulas a combustível é aumentar a potência e o tempo de funcionamento desses aparelhos, já que a potência ainda é muito baixa, o que impede uma implementação comercial. Porém, é uma promessa de produção de energia elétrica alternativa porque possuem alta eficiência energética ao gastar pouco combustível na conversão de energia em comparação com motor a gasolina ou a diesel, por exemplo. Tudo isso de uma forma silenciosa e sem deixar grandes quantidades de gases ou resíduos poluentes.
Para isso, as biocélulas a combustível precisam de elementos oxidantes e redutores, para perder e ganhar elétrons. Nas células, é instalada uma membrana polimérica denominada de membrana de troca de prótons entre os lados positivo e negativo da biocélula. Como a corrente é contínua, os elétrons flui para o outro lado, sendo recebidos no outro pólo. Na membrana passam apenas o átomo sem elétrons, os prótons.
Sem dúvida, a biocélula representa uma interessante alternativa para produção de energia elétrica capaz de suprir algumas necessidades básicas da sociedade. O investimento em pesquisa e produção de conhecimento deve ser prioridade em qualquer lugar realmente preocupado em equilibrar o bem estar social e ambiental.


Fonte: Agencia Fapesp

terça-feira, 26 de julho de 2011

Folha artificial

Da teoria para a prática. A busca pela fotossíntese artificial acaba de dar mais um importante passo. A novidade foi apresentada neste domingo (27/3) em Anaheim, nos Estados Unidos, por um grupo de cientistas que desenvolveu uma folha artificial capaz de produzir energia.
Sistema capaz de gerar eletricidade como se fosse plantas, permitindo com que as casas tenham sua própria "usina elétrica", é apresentado em reunião da American Chemical Society (Wikimedia)

Na 241ª reunião nacional da American Chemical Society, o grupo liderado por Daniel Nocera, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), descreveu uma célula solar do tamanho de um baralho de cartas capaz de imitar a fotossíntese, processo por meio do qual as plantas convertem luz e água em energia.
A fotossíntese artificial é investigada em centros de pesquisa de diversos países e foi um dos principais assuntos debatidos no Workshop BIOEN/PPP Ethanol on Sugarcane Photosynthesis, realizado pelo Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia em 2009.
“Uma folha artificial funcional tem sido uma espécie de cálice sagrado da ciência há decadas e acreditamos que tenhamos conseguido desenvolvê-la. Nossa folha se mostrou promissora como uma fonte de energia de baixo custo para residências pobres em países em desenvolvimento, por exemplo. Nosso objetivo é fazer com que cada casa tenha sua própria geração de eletricidade”, disse Nocera.
Apesar de ter como base as folhas verdes, o dispositivo apresentado pelos cientistas norte-americanos em nada lembra um vegetal, com exceção do resultado energético.
O equipamento é feito de silício e cheio de componentes eletrônicos e catalisadores, usados para acelerar reações químicas. Colocado em um balde com água sob a luz do Sol, o pequeno aparelho divide a água em seus dois componentes básicos: hidrogênio e oxigênio.
Hidrogênio e oxigênio são armazenados em células combustíveis, que usa os dois elementos para produzir eletricidade.
Nocera conta que a primeira folha artificial foi desenvolvida há mais de uma década por John Turner, do Laboratório Nacional de Energias Renováveis no Colorado, mas que não se mostrou prático para uso amplo por ser instável, gerar pouca energia e usar metais caros.
O novo dispositivo superou esses problemas, segundo o cientista, usando materiais mais baratos (como níquel e cobalto) e tendo operado sem parar por mais de 45 horas sem perda na produtividade.
Por enquanto a folha artificial do grupo de Nocera é cerca de dez vezes mais eficiente na fotossíntese do que uma folha normal. Ainda assim seriam precisos dezenas ou centenas de dispositivos para produzir a mesma energia que uma árvore. Entretanto, Nocera estima que a eficiência possa ser multiplicada no futuro.
“Da mesma forma que a natureza, acho que o mundo no futuro será alimentado pela fotossíntese, na forma de folhas artificiais”, disse.
Fonte: Agencia Fapesp

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Captação de energia através de ondas em movimento







A empresa europeia Fraunhofer-Gesellschaft, que possui sede nos Estados Unidos de 1994, trabalha fornecendo serviços de engenharia e pesquisa e desenvolvimentos a companhias locais e internacionais. A sua ultima inovação foi desenvolver um aparato aos navios e barcos capaz de captar energia provinda das ondas do mar. Basta acoplar os receptores de energia no fundo dos barcos e mandá-los para o mar, eliminando a necessidade de cabos submarinos caros utilizados em outras tecnologias para captura de energia a partir de ondas e barateando o processo. As baterias seriam recarregadas ao longo do dia e descarregadas na costa.


Essa técnica, se implementada, será capaz de inovar a navegação e promover viagens baratas e eficientes pelos oceanos. Além disso, dependendo da quantidade de energia captada, seria possível até mesmo entregar parte dela para rede terrestre.
             De acordo com as pesquisas, um barco de 150 pés conseguiria captar 1 megawatt de energia por hora - o suficiente para abastecer cerca de mil casas. As baterias seriam capazes de armazenar até 20 megawatts.
             O custo também é baixo: cerca de 15 centavos de dólar por kilowatt-hora. Isso é metade do custo da energia solar, e quase 1/3 mais barato que receptores de energia estacionados em alto-mar. Em São Paulo, o custo do kwh cobrado pela Eletropaulo é de 29 centavos - ou seja, a energia captada pelos barcos já seria mais barata que o valor pago por nós, além de trazer todos os beneficios ambientais de uma energia limpa.
O nosso bolso e o meio-ambiente agradecem!!!

Fonte: Fraunhofer Center for Manufacturing Innovation
Para conhecer mais sobre o projeto, a empresa e assistir a um video ilustrativo sobre essa tecnologia, acesse: http://www.fhcmi.org/Projects/02.html.

domingo, 24 de julho de 2011

Filme sensível avisa ao consumidor deterioração dos alimentos

Originária do sudoeste da Amazônia e consumida no Brasil desde muito antes da chegada dos portugueses, a tradicional mandioca, ganhou novas e avançadas funções tecnológicas. Filmes plásticos biodegradáveis feitos a partir do amido desse vegetal poderão ser usados na produção de uma embalagem ativa, capaz de inibir o crescimento de fungos, ou inteligente, que muda de cor quando o alimento começa a estragar.

Embalagem inteligente para uvas que muda de se elas estragarem

Os estudos que resultaram nos filmes plásticos feitos do amido da mandioca, tiveram início em 2004 na Universidade de São Paulo (USP). As películas que o grupo de pesquisa coordenado pela professora Carmen Cecília Tadini, do Laboratório de Engenharia de Alimentos do Departamento de Engenharia Química da Escola Politécnica da USP, desenvolve têm em comum a adição em sua composição de glicerina. Subproduto de várias reações e portanto de custo baixo.

No caso da película antimicrobiana, são os óleos essenciais de cravo e canela que possuem princípios ativos que agem contra microrganismos. Testes feitos em laboratório com o polímero contendo essas essências mostraram que ele é capaz de impedir o crescimento de fungos. “Hoje esses microrganismos são combatidos com substâncias antifúngicas aplicadas no produto embalado”, conta Carmen. “Nos ensaios feitos com os filmes que desenvolvemos constatamos que essa capacidade perdura por até sete dias.”

O segundo plástico é feito a partir da mesma base do primeiro, com amido de mandioca, glicerina e nanopartículas de argila. O que o diferencia é o quarto elemento de sua composição, que é um extrato rico em antocianinas, componente natural de frutas roxas ou arroxeadas, como uva, açaí e amora, por exemplo. “A característica das antocianinas que aproveitamos em nosso trabalho é sua capacidade de mudar de cor, conforme muda o seu pH”, explica Carmen. “Como a alteração do pH é um dos primeiros indicativos de que um produto alimentício está começando a se deteriorar, usamos isso para produzir um filme para embalagens inteligentes. Ela muda de cor quando o alimento começa a estragar. Uma paleta de cores na embalagem pode indicar ao consumidor se o produto está bom ou não.”
Esse projeto teve financiamento da FAPESP e aguarda parceria com empresas para a sua aplicação em escala industrial.

Fonte: Agência Fapesp  
Leia mais em : http://revistapesquisa.fapesp.br/?art=4421&bd=1&pg=1&lg=

sábado, 23 de julho de 2011

Transgênicos- informação mais clara no rótulo


No dia 5 de julho de 2011, durante a reunião na cúpula anual do Codex Alimentarius em Genebra na Suíça, foi decidido que os países possuidores de regras para rotulagem de organismos geneticamente modificados, os transgênicos, não poderão sofrer barreiras na comercialização dos mesmos pela Organização Mundial do Comércio (OMC).
No Brasil a lei de rotulagem de transgênicos está em vigor desde abril de 2004, mas nem sempre é cumprida. Ela é válida quando os alimentos apresentam mais de 1% de ingredientes transgênicos sendo representada por um símbolo (figura 1) a sua origem e composição. O Departamento Nacional de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) é quem fiscaliza o cumprimento desta lei.

Figura 1 – Símbolo que representa presença de transgênico numa proporção superior a 1%. O símbolo é um triângulo amarelo, com a letra T dentro, podendo ser impresso também em preto sobre fundo branco, quando a embalagem não for colorida. Ele deverá constar no painel principal da embalagem, que é o que fica voltado diretamente para o consumidor quando o produto está na prateleira. Deve estar em destaque e em contrate de cores que assegure a correta visibilidade. O triângulo será equilátero. A área a ser ocupada  pelo símbolo transgênico deve representar ,no mínimo 0,4% da área do painel principal, não podendo ser inferior a 10,82531 mm² ( ou triângulo com laterais equivalentes a 5mm). 
Portando, com esta decisão, o consumidor terá todas as informações necessárias para avaliar o produto disposto no mercado, podendo escolher entre comprar um produto geneticamente modificado ou não.

Fonte: Conselho de Informações sobre Biotecnologia e Transgênicos. 

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Perda de DNA simplificou pênis humano favorecendo monogamia

Na reprodução da notícia no site da "Nature", fotos comparam estátua de Davi e um primata; 
a legenda, bem-humorada, explica que falta algo da imagem da esquerda

O cérebro do homem é maior e seu pênis não tem mais as protuberâncias presentes entre os chimpanzés e outros mamíferos. Isso ocorreu devido à perda de sequências do DNA durante a evolução, segundo estudo publicado no site da revista Nature. Tais mudanças poderiam, segundo os cientistas, ter favorecido a formação d e casais monogâmicos e a emergência de estruturas sociais complexas permitindo criar os frágeis bebês humanos.

            Como aconteceu isto? É o que procura descrever Gill Bejerano (Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford, Estados Unidos) e sua equipe. "A morfologia simplificada do pênis" no homem teria favorecido "estratégias monogâmicas de reprodução entre os primatas", revelam os pesquisadores na revista científica britânica.

            A ausência na glande de protuberâncias de queratina, presentes entre muitos outros mamíferos, reduziu a sensibilidade tátil do pênis, e poderia aumentar a duração da cópula no homem, em relação a outras espécies, explicam.

            A sequência de DNA perdida pelo homem desempenhava igualmente um papel no desenvolvimento de pêlos. Uma outra região do DNA desaparecida no homem estaria próxima a um gene (dito supressor de tumor) que impede o crescimento de neurônios numa região particular do cérebro. Sem poder mais se expressar (produzir a molécula prevista), esse gene pôde contribuir para o desenvolvimento de um cérebro maior nos humanos.

            A equipe de Gill Bejerano identificou 510 sequências de DNA ausentes no homem, mas amplamente conservadas entre os chimpanzés e outras espécies. Trata-se, essencialmente, de DNA que não fornece o programa de síntese de uma proteína. Este DNA perdido servia para controlar a expressão de genes próximos envolvidos nos sinais hormonais e nas funções do cérebro.


            A perda de pequenas sequências regulatórias, mais do que os genes que elas controlam, pode acarretar mudanças muito sutis. "A maior parte, não a totalidade, destas regiões estão igualmente ausentes no genoma do Neandertal, o que indica que estas supressões de DNA aconteceram há mais de 500 mil anos", precisa David Kingsley, um dos autores do estudo.

Fonte: Nature

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Pílula diária pode prevenir homens e mulheres de contrair HIV

Um comprimido diário que custa apenas 25¢ pode prevenir homens e mulheres de contrair o HIV de parceiros que possuem o virus.
Os resultados de dois estudos na Africa fornecem oportunidades sem precedentes de prevenir a propagação do HIV. O primeiro estudo, chamado Partners PrEP,envolveu mais de 9000 homens e mulheres e ocorreu em nove centros separados no  Kenya e Uganda.Connie Celum  na Universidade de Washington em Seattle e colegas recrutaram 4758 casais onde um parceiro de cada casal já era infectado com HIV. O parceiro não infectado tomou um comprimido diário da droga anti-HIV e tenofovir, uma combinação de tenofovir e emtricitabina – outra droga anti-HIV – ou um placebo.
Apenas 13 participantes que tomaram a droga combinada, mais conhecida como Truvada, foram infectados, comparado com 78 que tomaram o placebo – uma redução de 73% do risco.Apenas 18 infecções aconteceram no grupo que estava tomando tenofovir , uma redução de 62% do risco.Ingeridos juntos,os destinatários da droga reduziram seus riscos de infecção em 68% comparado com os que ingeriram o placebo.
“É muito empolgante, simplesmente demais!",  Cate Hankins, assessor chefe científico da UNAIDS.
Os resultados são similares àqueles de outro procedimento, realizado conjuntamente pelo US Centers for Disease Control e pelo Botswana Ministry of Health. Nesse estudo, 1200 HIV-negativos, pessoas sexualmente ativas de Botswana tomaram tanto Truvada ou um placebo diariamente.Depois de dois anos, apenas nove pessoas tomando Truvada se tornaram infectados, comparado com 24 pessoas no grupo do placebo – uma redução de  63 % no risco.Ambos os ensaios foram interrompidos prematuramente porque os resultados foram tão impressionantes, tornando-se anti ético não oferecer o tratamento para os que receberam placebos.Os resultados de ambos os estudos devem ser apresentados em Roma, Itália,  na Conferência International  da Sociedade de AIDS sobre Patogêneses do HIV.

Boas notícias para mulheres
Em cada procedimento, homens e mulheres foram igualmente protegidos, fazendo destes os primeiros estudos a mostrar que uma pílula diária pode proteger de maneira tão bem sucedida tanto às mulheres quanto aos homens.Um estudo, ano passado, mostrou que um gel vaginal contendo tenofovir reduziu o risco de infecção  em 3% em mulheres, comparado com um gel inativo.Mas, um estudo no qual mulheres quenianas receberam uma pílula de tenofovir diariamente foi interrompido mais cedo, no mesmo ano, depois de os destinatários aparentarem não estar mais protegidos do que aqueles que ingeriram os placebos.Hankins  disse que os novos estudos revivem a esperança de que as pílulas podem proteger mulheres, apesar de todas as barreiras.
Medicamentos para todos
Na semana da Conferencia, representantes da UNAIDS, da Organização Mundial de Saúde e CDC irão também debater possíveis mudanças na orientação atual sobre para quem devem ser oferecidas as drogas antiretrovirais.Nas últimas semanas, pesquisadores têm discutido sobre o acesso aos medicamentos através de programas internacionais de ajuda para ser rapidamente expandido nos países com os fardos mais pesados de HIV, e sobre o foco, para que este esteja em prevenir a propagação do vírus, em vez de simplesmente tratar os que já o têm.Um estudo estimou que a expansão do tratamento poderia salvar 7, 4 milhões de vidas até 2020.

  Fonte: New scientist

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Imunização: a multiplicação das vacinas

Duas tecnologias desenvolvidas por pesquisadores do Instituto Butantan prometem ampliar a produção de vacinas contra a gripe, devendo garantir ao Brasil autossuficiência na prevenção contra o vírus influenza para idosos já em 2012 e podendo tornar o país em exportador de vacinas contra a gripe em um futuro próximo.



Cada dose da vacina requer o uso de um ovo de galinha fecundado para a reprodução do vírus, sendo que uma das tecnologias permite o isolamento desse vírus com todas as suas proteínas para que seja aproveitada somente uma proteína na fabricação, a hemoaglutinina A.  A partir dessa tecnologia descobriu-se que era possível aumentar a produção por ovo.
Já na segunda tecnologia obteve-se o isolamento de uma substância adjuvante chamada monofosforil lipídeo (MPLA), capaz de intensificar a reação imunológica do organismo ao estimular a produção adequada de anticorpos. O MPLA, além de mais acessível e barato que outras substâncias, ainda permite a proteção contra o vírus usando uma dose bem menor que a atual.
A substância está sendo testada contra outras doenças, como a leishmaniose para cães, tuberculose e até mesmo câncer de ovário, podendo ainda ser avaliada em breve contra a hepatite B. Essa segunda tecnologia de baixo custo protege o Brasil contra a pressão de grandes empresas que querem vender a vacina pronta.

Ambas as tecnologias têm potencial para aumentar a produção de doses de vacina, é o que acredita o Butantan. Tal crescimento dependerá da realização de ensaios clínicos e das condições de mercado e, mesmo antes da aplicação dessas novas tecnologias, o Butantan já esperava a chance de exportar vacinas contra a gripe para países do hemisfério Norte, como Venezuela, Colômbia e Guianas, onde a imunização chega atrasada e não é realmente eficaz.
A fábrica de vacinas do Butantan precisou superar muitos obstáculos antes do seu funcionamento, como por exemplo, a elaboração de uma técnica para descartar o produto não utilizado na fabricação, isto é, o desenvolvimento de uma máquina que reduz a pó a sobra dos ovos, para que não haja contaminação em outros ambientes. Sua capacidade produtiva, juntamente com outras instituições brasileiras produtoras de vacinas, acabou por chamar a atenção de fundações internacionais, que tiveram interesse em conhecê-las e realizar parcerias, como é o caso da Fundação Bill e Melinda Gates.


A matéria pode ser lida na íntegra acessando o site:

terça-feira, 19 de julho de 2011

Plantas transgênicas que sintetizam toxinas de Bacillus thuringiensis


Hoje em dia, medidas alternativas têm sido criadas para reduzir ou ao menos amenizar os danos ambientais proporcionados homem. Um exemplo disso é a utilização da biotecnologia a fim de reduzir a utilização de substâncias nocivas ao meio ambiente.
            O presente estudo cita algumas maneiras de se utilizar dessa nova realidade no ramo agrícola, onde plantas geneticamente modificadas podem reduzir potencialmente a utilização de agrotóxicos e defensivos agrícolas, minimizando expressivamente os prejuízos ecológicos.
            A técnica consta da utilização de um fragmento genético de uma bactéria que, ao ser inserido no DNA da planta de interesse, repassa a esta a resistência ao inseto-praga em questão. O nome dado à técnica é transgenia e esta é realizada através da transformação genética.


            A transformação genética tem se mostrado uma técnica altamente viável visto que a inserção de genes de interesse tem permitido a geração de plantas transgênicas com características específicas, sem o rompimento de combinações genéticas já selecionadas pelos programas convencionais de melhoramento genético.
            A transgenia vem ganhando cada vez mais espaço no âmbito da agricultura e agregando, portanto, maiores valores comerciais para as plantas provenientes da técnica, como é o caso das plantas-Bt, plantas com genes do Bacillus thuringiensis, que as deixam resistentes a diversas ordens de insetos, principalmente coleópteros (besouros) e lepidópteros (borboletas).
            Essas bactérias, também conhecidas como Bt., possuem genes (genes cry) que codificam proteínas de caráter entomopatogênico, ou seja, proteínas tóxicas somente para os insetos. Desta forma, a inserção destes genes específicos nas plantas hospedeiras, permite a estas a expressão contínua destas proteínas tóxicas em todos os tecidos da planta, o que a protege dos insetos que se alimentarem de qualquer região do vegetal. 

Atualmente estão registradas mais de 300 seqüências de genes cry, indicando que a próxima geração de plantas-Bt deverá apresentar múltiplos genes cry, oferecendo aos produtores um maior espectro de proteção contra diferentes insetos-praga e reduzindo a probabilidade dos mesmos desenvolverem resistência.
A aplicação integrada das plantas transgênicas na agricultura convencional, já ultrapassou a aceitação pública da tecnologia dos transgênicos e atualmente representa uma realidade no incremento da produção de alimentos de origem vegetal, com baixo custo e menor impacto ambiental.




A matéria pode ser lida na íntegra na revista: Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento (nº 38).

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Técnica permite reescrever DNA em ser vivo

Experimento feito com bactérias indica um possível caminho para o desenvolvimento de terapias genéticas para doenças que atingem humanos
Uma nova tecnologia desenvolvida nos Estados Unidos permite editar o DNA em seres vivos, alterando o genoma das células sem danos ao organismo. A tecnologia, que pode ser usada para reescrever o código genético de um ser vivo, foi realizada em conjunto pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e pela Universidade de Harvard, e obteve sucesso em linhagens da bactéria Escherichia coli, podendo abrir caminho para uma série de novos experimentos.
 Sabe-se que a parte funcional do DNA é formada por longas cadeias onde se alternam quatro bases nitrogenadas, representadas por A,T, C e G. A combinação dessas diferentes letras é como uma receita que a célula segue na hora de produzir uma proteína. Cada sequência diz ao corpo que ele deve unir aminoácidos específicos que, juntos, formam uma proteína. Essa receita funciona com trechos de 3 letras, os códons, e há, ao todo, 64 códons. Embora a maioria dos códons represente aminoácidos, alguns são responsáveis por dizer à célula para parar de adicionar aminoácidos na cadeia de proteína.
O que os pesquisadores de MIT e de Harvard fizeram foi focar os esforços em um desses códons de “parada”. Ele consiste nas letras TAG. No DNA da Escherichia coli, essa sequencia TAG se repete apenas 314 vezes, o que a torna essa bactéria uma boa cobaia para testes de substituições.
Primeiro, os cientistas usaram uma tecnologia que permite localizar sequencias de DNA específicas e as substituir por outra sequencia. Isso é feito no momento em que a célula duplica seu DNA para reprodução. No caso, eles substituíram o códon TAG por outro, o TAA.
Eles criaram 32 linhagens de Escherichia coli, cada uma com 10 sequências TAG já substituídas por TAA. Para chegar às 314 substituições, eles desenvolveram uma técnica que os permite controlar o processo que as bactérias usam para trocar material genético, na qual uma bactéria constrói uma extensão sua até sua célula vizinha e passa parte do material genético. No caso, a linhagem modificada passa o códon TAA.
Uma vez que a etapa de substituição estiver concluída, a equipe pode partir para o próximo passo, que é pensar em criar células capazes de produzir uma nova proteína. A técnica também permite que as bactérias criadas em laboratório tenham algum tipo de mecanismo que as impeça de trocar material genético com as bactérias comuns.
No momento, os pesquisadores estão a caminho de produzir uma linhagem com todas as 314 substituições. Uma das partes mais importantes do trabalho é o fato de a substituição ter sido feita em células vivas, que continuaram funcionando e se reproduzindo normalmente.

domingo, 17 de julho de 2011

Ciclo Sustentável: Resíduos degradam Resíduos

   O laboratório de Ecologia Aplicada do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), da USP em Piracicaba,  estuda a produção de enzimas na vinhaça para clarear efluentes provenientes da indústria têxtil. A degradação de produtos químicos que poluem a água por intermédio do metabolismo de organismos vivos já é uma tecnologia conhecida. O estudo do Cena testa a utilização da vinhaça, resíduo da produção de álcool de cana-de-açúcar.

     O processo é baseado no método de reciclagem de materiais orgânicos contidos na vinhaça, os quais são transformados em enzimas e biomassa (testada para produção de ração animal). As enzimas, produzidas pelos fungos crescidos no restilo, agem de forma a eliminar diversas substâncias poluentes contidas nos efluentes têxteis.
Tempo de incubação e a linhagem do fungo
 influenciam atividade das enzimas
     As enzimas são um tipo especial de proteína que aceleram as reações químicas. Além de serem encontradas em todos os organismos vivos, são totalmente biodegradáveis, o que confere ao seu uso uma produção segura e ambientalmente correta. “As enzimas podem substituir muitos produtos nocivos ou perigosos, uma vez que são decorrentes de uma tecnologia limpa”, afirma o engenheiro ambiental e mestrando Gleison de Souza, bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
A pesquisa no Cena utiliza a vinhaça, subproduto resultante da produção de álcool de cana-de-açúcar, para produzir enzimas que estão sendo aplicadas na degradação do corante índigo (o mais utilizado na indústria têxtil). Outra vantagem é que esse procedimento resulta no clareamento e na diminuição do odor do restilo.


     As pesquisas são promissoras e vêm mostrando que a matéria-prima extraída da vinhaça pelo desenvolvimento de fungos, quando combinada com resíduos têxteis, é capaz de descolorir e retirar as substâncias tóxicas desse tipo de efluente. “A eficiência dessas enzimas foi testada na descoloração e degradação do índigo com resultados promissores”, enfatiza Regina ao lembrar que esse corante, apesar de ser muito utilizado pela indústria têxtil, é difícil de ser tratado, estando presente em efluentes e lodo.

(Com informações da Assessoria de Imprensa do Cena)

Mais informações:  (19) 3429-4761 ou email  monteiro@cena.usp.br, com a professora Regina Teresa Rosim Monteiro