quarta-feira, 20 de julho de 2011

Imunização: a multiplicação das vacinas

Duas tecnologias desenvolvidas por pesquisadores do Instituto Butantan prometem ampliar a produção de vacinas contra a gripe, devendo garantir ao Brasil autossuficiência na prevenção contra o vírus influenza para idosos já em 2012 e podendo tornar o país em exportador de vacinas contra a gripe em um futuro próximo.



Cada dose da vacina requer o uso de um ovo de galinha fecundado para a reprodução do vírus, sendo que uma das tecnologias permite o isolamento desse vírus com todas as suas proteínas para que seja aproveitada somente uma proteína na fabricação, a hemoaglutinina A.  A partir dessa tecnologia descobriu-se que era possível aumentar a produção por ovo.
Já na segunda tecnologia obteve-se o isolamento de uma substância adjuvante chamada monofosforil lipídeo (MPLA), capaz de intensificar a reação imunológica do organismo ao estimular a produção adequada de anticorpos. O MPLA, além de mais acessível e barato que outras substâncias, ainda permite a proteção contra o vírus usando uma dose bem menor que a atual.
A substância está sendo testada contra outras doenças, como a leishmaniose para cães, tuberculose e até mesmo câncer de ovário, podendo ainda ser avaliada em breve contra a hepatite B. Essa segunda tecnologia de baixo custo protege o Brasil contra a pressão de grandes empresas que querem vender a vacina pronta.

Ambas as tecnologias têm potencial para aumentar a produção de doses de vacina, é o que acredita o Butantan. Tal crescimento dependerá da realização de ensaios clínicos e das condições de mercado e, mesmo antes da aplicação dessas novas tecnologias, o Butantan já esperava a chance de exportar vacinas contra a gripe para países do hemisfério Norte, como Venezuela, Colômbia e Guianas, onde a imunização chega atrasada e não é realmente eficaz.
A fábrica de vacinas do Butantan precisou superar muitos obstáculos antes do seu funcionamento, como por exemplo, a elaboração de uma técnica para descartar o produto não utilizado na fabricação, isto é, o desenvolvimento de uma máquina que reduz a pó a sobra dos ovos, para que não haja contaminação em outros ambientes. Sua capacidade produtiva, juntamente com outras instituições brasileiras produtoras de vacinas, acabou por chamar a atenção de fundações internacionais, que tiveram interesse em conhecê-las e realizar parcerias, como é o caso da Fundação Bill e Melinda Gates.


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