Os telômeros – a parte final dos cromossomos – têm uma relação importante quando se estuda os efeitos do envelhecimento e câncer, papel este com muito potencial a ser revelado.
Nos anos 70 uma cientista chamada Elizabeth Blackuburn começou a estudar os cromossomos (código responsável por todas as características que possuímos) e, nesses estudos notou fatores interessantes durante a duplicação do material genético. À medida que ocorria a duplicação e divisão dos cromossomos os telômeros encurtavam gradativamente.
Este detalhe chamou a atenção de Blackburn, que a partir deste momento começou a estudar mais a fundo os telômeros. Analisando a relação entre o comprimento dos telômeros entre indivíduos de diferentes faixas etárias, visualizou-se um padrão no qual a medida que uma pessoa envelhece, seus telômeros ficam mais curtos, indicando que a produção das enzimas para duplicar os telômeros perde sua eficiência com o tempo. Em contrapartida, observando-se os cromossomos de indivíduos de uma faixa etária acima da expectativa de vida média, o tamanho dos telômeros era maior que o esperado, correlacionando assim de alguma forma a longevidade com o comprimento dos telômeros.
Outro foco no estudo dos telômeros feito por Blackburn foi à análise de pacientes com câncer. As pessoas acometidas com tal enfermidade têm uma produção anormal da telomerase, enzima responsável pela duplicação dos telômeros, fazendo com que haja uma replicação desenfreada, formando a massa tumoral, que consequentemente pode levar a uma metástase.
Blackburn viu que aí poderia estar a chave nas pesquisas para o tratamento do câncer. Havendo uma maneira de controlar a produção dessa enzima, talvez fosse possível impedir que um determinado tumor se espalhasse.
Por seus esforços nas suas pesquisas, Blackburn recebeu o prêmio Nobel em 2009 pela relação entre os telômeros e a função de proteção que estes podem executar no nosso material cromossômico.
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