sexta-feira, 22 de julho de 2011

Perda de DNA simplificou pênis humano favorecendo monogamia

Na reprodução da notícia no site da "Nature", fotos comparam estátua de Davi e um primata; 
a legenda, bem-humorada, explica que falta algo da imagem da esquerda

O cérebro do homem é maior e seu pênis não tem mais as protuberâncias presentes entre os chimpanzés e outros mamíferos. Isso ocorreu devido à perda de sequências do DNA durante a evolução, segundo estudo publicado no site da revista Nature. Tais mudanças poderiam, segundo os cientistas, ter favorecido a formação d e casais monogâmicos e a emergência de estruturas sociais complexas permitindo criar os frágeis bebês humanos.

            Como aconteceu isto? É o que procura descrever Gill Bejerano (Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford, Estados Unidos) e sua equipe. "A morfologia simplificada do pênis" no homem teria favorecido "estratégias monogâmicas de reprodução entre os primatas", revelam os pesquisadores na revista científica britânica.

            A ausência na glande de protuberâncias de queratina, presentes entre muitos outros mamíferos, reduziu a sensibilidade tátil do pênis, e poderia aumentar a duração da cópula no homem, em relação a outras espécies, explicam.

            A sequência de DNA perdida pelo homem desempenhava igualmente um papel no desenvolvimento de pêlos. Uma outra região do DNA desaparecida no homem estaria próxima a um gene (dito supressor de tumor) que impede o crescimento de neurônios numa região particular do cérebro. Sem poder mais se expressar (produzir a molécula prevista), esse gene pôde contribuir para o desenvolvimento de um cérebro maior nos humanos.

            A equipe de Gill Bejerano identificou 510 sequências de DNA ausentes no homem, mas amplamente conservadas entre os chimpanzés e outras espécies. Trata-se, essencialmente, de DNA que não fornece o programa de síntese de uma proteína. Este DNA perdido servia para controlar a expressão de genes próximos envolvidos nos sinais hormonais e nas funções do cérebro.


            A perda de pequenas sequências regulatórias, mais do que os genes que elas controlam, pode acarretar mudanças muito sutis. "A maior parte, não a totalidade, destas regiões estão igualmente ausentes no genoma do Neandertal, o que indica que estas supressões de DNA aconteceram há mais de 500 mil anos", precisa David Kingsley, um dos autores do estudo.

Fonte: Nature

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