quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Plástico de cana-de-açúcar degrada-se no meio ambiente em um ano, graças à ação das bactérias usadas em sua produção

Até 2015 deverá entrar em operação a primeira fábrica do Brasil de plástico biodegradável feito a partir de cana-de-açúcar. O empreendimento é um desdobramento de um projeto financiado pelo Programa de Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe) da FAPESP, entre 2001 e 2004.

Batizado com o nome comercial de Biocycle, o plástico pode ser usado na fabricação de peças rígidas como painéis de carros, materiais esportivos, brinquedos e objetos descartáveis como barbeadores e escovas de dentes, além de canetas, réguas e cartões. Uma das vantagens desse produto é que ele se degrada no ambiente em um ano, enquanto os plásticos comuns podem durar até 200 anos.

Na verdade, trata-se do polihidroxibutirato que é um biopolímero da família dos polihidroxialcanoatos (PHA), que são um dos resultados do metabolismo natural de várias espécies de bactérias. Seu processo de produção começa no cultivo de bactérias da espécie Alcaligenes eutrophus em biorreatores, nos quais elas são alimentadas com açúcares de cana, principalmente sacarose. Em seu metabolismo, os micro-organismos ingerem os açúcares e os transformam em grânulos (bolinhas milimétricas) intracelulares que são, na verdade, poliésteres.

Em 1996, as primeiras quantidades produzidas começaram a ser enviadas a vários institutos de pesquisa e empresas, tanto no Brasil como na Europa, Estados Unidos e Japão. O objetivo era avaliar as propriedades do produto e possíveis aplicações. A partir desse ponto do desenvolvimento e em função dos resultados dos testes e aplicações dos institutos de pesquisa e empresas, vários ajustes foram feitos na fábrica-piloto. Em 2000, ela foi remodelada e adequada e sua capacidade de produção passou a ser de 50 toneladas por ano.

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