segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Cientistas convertem arquivo de computador em DNA sintético


Pesquisadores europeus acabam de provar que é possível armazenar arquivos digitais em DNA. Hoje, com o aumento exponencial do mundo digital, há uma necessidade crescente de memória para armazenar o conteúdo produzido.

Em comparação, moléculas de DNA são extremamente estáveis. "Já sabíamos que o DNA é uma forma robusta de armazenar informação porque podemos extraí-la de ossos de mamutes, com dezenas de milhares de anos, e ainda assim compreendê-la", diz Nick Goldman, do Instituto Europeu de Bioinformática, autor do novo estudo.
O fator mais complicado na hora de guardar informações em moléculas de DNA é escrevê-las de modo a conseguir recuperá-las mais tarde.
O DNA é composto por quatro bases nitrogenadas: C (citosina), G (guanina), T (timina) e A (adenina).

Porém, os computadores, que só trabalham com 0 e 1. e o problema é "soletrar" o conteúdo. As técnicas de produção de DNA acabam levando a erros de "digitação", principalmente quando duas letras iguais vêm em seguida, além disso, só se consegue hoje produzir sequências pequenas. Partindo de um arquivo de texto, um MP3, uma foto, um PDF e um arquivo de código (que explica como a conversão de arquivos é feita), a empresa californiana Agilent Technologies sintetizou uma amostra de DNA que mais lembrava um grão de poeira.
A pesquisa foi levada à Alemanha, Goldman e sua equipe "leram" o conteúdo do DNA e remontaram a sequência no computador.

O sucesso abre caminho para o uso prático da técnica, mas ainda é preciso melhorar a codificação e as técnicas de escrita e leitura do DNA para que isso se torne comercialmente viável. Como o custo da síntese de DNA vem caindo, dizem os pesquisadores, esse esquema deve ser comercialmente praticável em uma década.
A técnica seria útil para preservação a longo prazo das cópias digitais definitivas que os grandes estúdios de cinema fazem de seus filmes.

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