O açaí é uma das frutas mais vendidas e apreciadas do Brasil, conhecida por seu potencial energético e ações anti-oxidantes e anti-inflamatórias e, recentemente, um núcleo de pesquisas liderado pelo engenheiro químico Rubens Maciel Filho, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), descobriu uma nova utilização para a fruta.
A pesquisa foi conduzida para a dissertação de mestrado da química Laís Pellizzer Gabriel, apresentada à Faculdade de Engenharia Química da Unicamp (FEQ), e descobriu uma substância retirada da semente da fruta e seu despolpado, chamada poliol, que serviu de origem para o desenvolvimento de um polímero que pode ser usado como prótese óssea, principalmente na região do crânio e face, que exigem menos esforço mecânico.
O material obtido foi uma espuma rígida e porosa, que facilita o crescimento ósseo e possibilitaria o tratamento personalizado para os diferentes tipos de casos e lesões, além de ser compatível com tecidos vivos e não liberar qualquer tipo de substância tóxica ao corpo humano quando implantada.
Um outro ponto positivo é a customização da prótese para cada caso. São tiradas imagens da área lesionada, que são processadas por um software específico que gera uma imagem tridimensional do tecido que está faltando. Em seguida, o modelo é enviado para um equipamento de prototipagem rápida que fará uma réplica anatômica fiel, a nível milimétrico, do osso inexistente.
O polímero está sendo chamado de biopoliuretol, pois se assemelha muito com o poliuretol já fabricado e usado em próteses, feito a partir de petróleo. A grande vantagem dessa técnica é que, como a matéria-prima é de origem vegetal, os custos são muito reduzidos. Como por exemplo, uma prótese craniana de biocerâmica que custa, em média, R$120 mil, com o biopoliuretol pode custar até cinco vezes menos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário