sábado, 18 de maio de 2013

USP testa droga usada contra hipertensão para controlar sintomas de esquizofrenia


Uma nova droga contra a esquizofrenia se mostrou mais eficaz ante os tratamentos atuais, em pesquisa conjunta da FMRP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto), da USP, e da Universidade de Alberta, no Canadá.

Os testes com a substância, o nitroprussiato de sódio, resultaram em ação mais rápida, sem efeitos colaterais e maior controle dos sintomas do transtorno mental. Os resultados foram publicados on-line no periódico médico "JAMA Psychiatry" .

A esquizofrenia, segundo estimativas da OMS (Organização Mundial da Saúde), acomete 1% da população. Os principais sintomas são desorganizações psíquicas, como delírios e alucinações, mas também cognitivas --falta de atenção e redução no contato social, por exemplo.

De acordo com o professor da FMRP Jaime Hallak, que coordenou os estudos, os medicamentos usados atualmente contra a esquizofrenia mostram eficácia só em parte dos sintomas, como delírios e alucinações. Nos demais sintomas, chamados de "negativos", como os que atingem a cognição, os remédios atuais deixam a desejar. "Por isso, boa parte dos pacientes não consegue retomar a vida normal."

Com o uso do nitroprussiato de sódio, segundo Hallak, houve "melhora global e muito rápida". As pesquisas começaram em 2000, primeiro com animais, e evoluíram para testes com humanos nos últimos cinco anos.

DESCOBERTAS
As drogas atuais contra a esquizofrenia agem bloqueando um receptor cerebral da dopamina, um tipo de neurotransmissor --substância química que é produzida pelos neurônios.

Vários estudos, segundo ele, conseguiram identificar que, em pessoas com esquizofrenia, existe diminuição na função de um receptor cerebral chamado de NMDA (N-Metil D-Aspartato).

Uma das funções desse receptor no cérebro é produzir óxido nítrico. "Se você tem uma diminuição na função dele [NMDA], é lógico imaginar que há uma diminuição na produção de óxido nítrico", afirma o professor.

Estudos já vinham tentando, com o uso de diferentes drogas, melhorar a função do NMDA, mas sem eficácia.

O nitroprussiato produz o óxido nítrico, componente que dá mais "elasticidade" aos vasos sanguíneos. "Em vez de o receptor [NMDA] oferecer o óxido nítrico, nós fomos atrás de um medicamento que faz isso."

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