A toxicologia é uma ciência ampla e multidisciplinar voltada para o estudo das interações entre os agentes químicos e os organismos vivos visando o estabelecimento de doses seguras de determinados agentes, sejam esses fármacos, inseticidas, aditivos alimentares com o objetivo de aumentar o valor nutricional, tempo de vida, melhorar sabor e aroma, entre outros. É importante ressaltar que fora da dose recomendada qualquer um desses agentes pode causar alterações fisiológicas tornando-se tóxicos para o organismo, podendo gerar desde uma simples tontura até mesmo a morte.
Dentre as diversas maneiras com que os agentes químicos podem interagir com o organismo podemos citar a toxicidade ao DNA, esses agentes podem agir promovendo sua mutação e formação de tumores malignos. Desse modo, alguns aditivos alimentares acabam agindo como promotores do câncer, ou seja, eles são responsáveis por causar um dano na duplicação do DNA e promover a replicação desse dano.
Os aditivos podem ser classificados em diferentes classes de acordo com a sua finalidade podendo ser corantes, flavorizantes, aromatizantes, conservantes, espessantes ou edulcorantes. A classe dos edulcorantes não calóricos vem sofrendo um significativo aumento no seu consumo, pois está relacionada com questões de saúde, como é o caso da obesidade, e também com questões de estética.
De acordo com a ANVISA, os edulcorantes são substâncias diferentes dos açúcares, que também possuem sabor adoçante, sendo, em alguns casos, maior que o da própria sacarose. Dentre os edulcorantes pode-se citar o ciclamato de sódio, um edulcorante sintético com poder adoçante cerca de 40 vezes maior que a sacarose, sendo largamente utilizado na produção de adoçantes de mesa, bebidas dietéticas, sorvetes, gelatinas, entre outros.
Estudos revelaram que o ciclamato de sódio não é eliminado de forma invariável podendo ser biotransformado em ciclohexalamina, um agente promotor do câncer. A ciclohexalamina é uma intermediária facilmente metabolizada pelos rins. Entretanto, pessoas que possuem problemas renais, tais como, cálculo renal (pedra no rim) devem evitar o uso periódico do ciclamato, pois esse pode agravar o problema. Além do cálculo renal, pessoas que sofrem de hipertensão também devem usar o ciclamato de forma moderada, pois o sódio pode contribuir com o aumento da pressão arterial.
Por fim, vale ressaltar, que o efeito do ciclamato é potencializado quando administrado juntamente com a sacarina, sendo que essa interação pode levar ao desenvolvimento de câncer de bexiga.
Gabriela Tereza Chaboli Martins
Graduanda em Engenharia Biotecnológica
Referência Bibliográfica
ARRUDA, J. G. F.; MARTINS, A. T.; AZOUBEL, R. Ciclamato de sódio e rim fetal. Rev. Bras. Saude Mater. Infant. 2003, vol.3, n.2, pp. 147-150. ISSN 1519-3829.
Nenhum comentário:
Postar um comentário