Pesquisadores
do Centro de Estudos do Genoma Humano da Universidade de São Paulo
(USP) descobriram, em 2004, a causa de uma forma atípica de
esclerose lateral amiotrófica (ELA). Batizada de ELA do tipo 8, a
doença é causada por uma mutação no gene VAP-B presente no
cromossomo 20 e provoca a morte dos neurônios motores, tornando os
músculos dos pacientes rígidos e frágeis. Esta doença se
manifesta por volta dos 40 anos de idade do paciente e, após o
aparecimento dos primeiros sintomas, sua sobrevida varia de 5 a 25
anos.
Esse
mesmo grupo de pesquisadores da USP, em colaboração com
pesquisadores brasileiros e estrangeiros de centro de estudos
norte-americanos, gerou neurônios motores de pacientes de ELA8 e
constatou que os níveis da proteína VAP-B, produzida pelo gene de
mesmo nome, se encontram mais reduzidos nesse tipo de célula. Os
neurônios motores foram derivados in vitro de células-tronco de
pluripotência induzida (iPSC) que foram geradas a partir de um tipo
de fibroblastos, células da pele, de pacientes com a doença.
Esta
etapa da pesquisa foi realizada no laboratório do brasileiro Alysson
Muotri, na Universidade da Califórnia, em San Diego (UCSD). “Como
geramos iPSC a partir de um modelo genético de ELA, pudemos seguir o
comportamento do gene relacionado à doença”, afirma Muotri.
Segundo
Miguel Mitne-Neto, outro pesquisador envolvido, antes mesmo de se
diferenciar em neurônios, as células-tronco de pluripotência
induzida dos doentes já apresentavam níveis até 50% menores do que
o normal da proteína.
Estes
cientistas vêm trabalhando com a hipótese de que os organismos dos
pacientes consigam funcionar normalmente por um tempo, apesar de
apresentar um déficit precoce na produção da proteína VAP-B, e
que, por algum motivo, após a quarta década de vida seus neurônios
motores começam a morrer e a falta da proteína se torna fatal. Para
eles, a tecnologia das iPSC pode ser importante para gerar modelos in
vitro desse tipo de esclerose e, assim, descobrir um meio de intervir
nesse processo neurodegenerativo.
Para mais informações, acesse a notícia na íntegra em: http://www.revistapesquisa.fapesp.br/index.php?art=71596&bd=2&pg=1&lg=
Nenhum comentário:
Postar um comentário