A célula é a menor unidade funcional do corpo, capaz de
desempenhar funções básicas, como crescimento e multiplicação. Cada uma carrega
em seu núcleo as informações básicas à vida: o ácido desoxirribonucléico (DNA,
sigla em inglês). Este contém espécies de códigos para que a célula produza
suas proteínas e outras moléculas, a fim de exercer suas funções. A esses
códigos damos o nome de genes, que representam apenas uma parcela de todo
material genético da célula, cerca de 1%. Os outros 99% tem função estrutural,
de manutenção e proteção do DNA.
Quando uma célula se divide, ela duplica todo seu material
genético. A cada divisão, pode haver erros na duplicação de seu DNA, o que chamamos
de mutação. As mutações ocorrem também por fatores ambientais, como tabaco,
álcool, poluição ou radiação solar. O estresse acumulado pode causar alteração
no material genético, através da formação de radicais livres, grandes vilões
desse processo, uma vez que esses elementos são altamente reativos e entram
facilmente em contato com o DNA da célula. Uma dieta com excesso de ferro, rica
em agrotóxicos e gorduras trans resulta também na formação desses mesmos
radicais.
Os ácidos desoxirribonucléicos são feitos de uma seqüência
de nucleotídeos que darão a receita certa para as proteínas a serem formadas.
Quando existe um erro nessa seqüência, uma mutação, o produto final não é
formado ou é modificado (de maneira que ele não exerça a função adequada), como
se faltasse um ingrediente no bolo. Esse produto final pode ser essencial pra
vida da célula, assim ela morre ou é eliminada por processos de defesa do
corpo. No câncer, porém, a mutação não ocorre em um gene vital, mas sim em
genes “dormentes”, que sendo estimulados, tornam a célula inimiga do corpo,
pois vai nutrir-se para se multiplicar e não irá exercer nenhuma função em
tecido ou órgão. Esses genes são chamados de protooncogenes (genes que podem
originar o câncer), que, quando estimulados, se tornam oncogenes, responsáveis
pela cancerização da célula.
Em uma seqüência de eventos, a formação do câncer acontece
em três etapas. Primeiramente, a célula entra em contato com agentes
cancerígenos, que causarão mutações em alguns genes (protooncogenes), de
maneira que a célula fique propensa ao desenvolvimento de um tumor. Na segunda
etapa, um processo prolongado de ação de outros agentes, agora oncopromotores
(que promovem o câncer), levando a malignização das células atingidas. Essas
células, agora, não reconhecem o sinal de quando é hora de parar de crescer ou de
morrer, passando para a última fase. Nesta haverá formação de vasos sanguíneos,
os quais irão nutrir o crescimento descontrolado do tumor, além de promover a
disseminação pelo corpo.
Rafaela Herrera Silva - membro do Departamento de Gestão de Pessoas
– BiotecJr.
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