domingo, 19 de fevereiro de 2012

Novo material é inspirado em cutícula de insetos


               Cientistas conseguiram reproduzir artificialmente a resistência e a versatilidade de uma das substâncias mais extraordinárias da natureza: a carapaça dos insetos. O material biomimético foi criado por Javier Fernandez e Donald Ingber, da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Os dois pesquisadores afirmam que seu novo material, que é biocompatível e biodegradável, tem o potencial para substituir os plásticos em materiais de consumo e em equipamentos médicos.
            Os cientistas sintetizaram o material usando quitina, extraída da carapaça de camarões, e a proteína fibroína, extraída da seda das aranhas. Foi por conta dessa origem que eles batizaram o material de shrilk, uma junção de shrimp (camarão) e silk (seda). O compósito shrilk tem a resistência e a dureza de uma liga de alumínio, mas com apenas metade do peso, e pode ser fabricada fina o suficiente para se tornar transparente. Segundo os pesquisadores, o material é também facilmente moldável em formatos complexos, incluindo tubos, e pode ser fabricado a custo baixo, uma vez que as matérias-primas são largamente disponíveis - a casca de camarão é um rejeito que é jogado fora. Assim, variando o conteúdo de água no processo de fabricação, os dois pesquisadores conseguiram reproduzir as largas variações nas propriedades do material, da elasticidade à rigidez completa.
            Portanto, na prática, as aplicações da nova descoberta incluem a substituição dos plásticos por um material biodegradável na fabricação de sacos de lixo, fraldas e embalagens menos agressivas ao meio ambiente, sem colocar em risco a resistência ou a integridade do produto. Os pesquisadores também vêem a Shrilk como um material biocompatível resistente a ser utilizado na prática médica em diversas vertentes, como em suturas e terapias regenerativas do tecido. Isso significa que, algum dia, em breve, os seres humanos poderão reparar seus corpos com o material da cutícula de insetos. Já imaginou?

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