Cientistas conseguiram reproduzir
artificialmente a resistência e a versatilidade de uma das substâncias mais
extraordinárias da natureza: a carapaça dos insetos. O material biomimético foi criado por Javier Fernandez
e Donald Ingber, da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Os dois
pesquisadores afirmam que seu novo material, que é biocompatível e
biodegradável, tem o potencial para substituir os plásticos em materiais de
consumo e em equipamentos médicos.
Os
cientistas sintetizaram o material usando quitina, extraída da carapaça de
camarões, e a proteína fibroína, extraída da seda das aranhas. Foi por conta
dessa origem que eles batizaram o material de shrilk,
uma junção de shrimp (camarão) e silk (seda). O compósito shrilk tem a resistência e a dureza de uma
liga de alumínio, mas com apenas metade do peso, e pode ser fabricada fina o
suficiente para se tornar transparente. Segundo os pesquisadores, o material é
também facilmente moldável
em formatos complexos, incluindo tubos, e pode ser fabricado a custo baixo, uma
vez que as matérias-primas são largamente disponíveis - a casca de camarão é um
rejeito que é jogado fora. Assim, variando o conteúdo de água no processo de
fabricação, os dois pesquisadores conseguiram reproduzir as largas variações
nas propriedades do material, da elasticidade à rigidez completa.
Portanto,
na prática, as aplicações da nova descoberta incluem a substituição dos
plásticos por um material biodegradável na fabricação de sacos de lixo, fraldas
e embalagens menos agressivas ao meio ambiente, sem colocar em risco a
resistência ou a integridade do produto. Os pesquisadores também vêem a Shrilk
como um material
biocompatível resistente a ser utilizado na prática médica em
diversas vertentes, como em suturas e terapias regenerativas do tecido. Isso
significa que, algum dia, em breve, os seres humanos poderão reparar seus
corpos com o material da cutícula de insetos. Já imaginou?
Nenhum comentário:
Postar um comentário