quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Cientistas tentam adaptar acelerador de partículas para uso contra o câncer

   O desafio atual dos cientistas para melhorar os tratamentos contra o câncer é conseguir construir pequenos aceleradores de partículas para produzir feixes de prótons capazes de eliminar células cancerígenas de forma mais eficiente do que a radioterapia.
   Durante os últimos anos, os tratamentos contra o câncer que usavam raios X foram substituídos em alguns hospitais por outros que utilizam feixes de prótons, o mesmo tipo de partículas usadas nas colisões no Grande Acelerador de Hádrons (LHC) do Cern. O LHC é usado em várias experiências da física, e tem como um de seus objetivos encontrar o bóson de Higgs, apelidado de "partícula de Deus".
   Esses feixes de prótons se transformam em um bisturi mais preciso e eficaz do que os raios X, mas têm inconvenientes. Quando entra no corpo, a radiação dessas partículas afeta tanto as células cancerígenas quanto as saudáveis.
   O Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern, na sigla em francês) está tentando desenvolver novos tratamentos usando antiprótons para minimizar o efeito da radiação sobre as células não afetadas. Se esses tratamentos forem validados para uso clínico contra o câncer, a primeira aplicação demorará ao menos uma década. 
"Agora o importante é construir aceleradores menores e mais baratos para que cada hospital possa tê-los em uma sala de tratamento. Nós podemos produzir os prótons, mas não vamos nos dedicar a gerar essas partículas para hospitais", acrescentou o diretor do Cern, Rolf-Dieter Heuer.


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