Um equipamento de diagnóstico capaz de detectar até 20 doenças em apenas
alguns minutos está sendo desenvolvido por um consórcio liderado por
três instituições de pesquisa do Paraná. Chamado de plataforma para
diagnósticos multiplex, o kit será produzido industrialmente, a
partir de 2014, pela empresa Lifemed, com sede em Pelotas (RS). No
início, o aparelho será utilizado para diagnóstico de HIV,
citomegalovirose, rubéola, sífilis, toxoplasmose e hepatite A, B e C em
exames de pré-natal na Rede Cegonha, programa do Ministério da Saúde de
assistência a mães e bebês.
O equipamento é composto basicamente de três partes: micropartículas de
poliestireno (o mesmo material usado para fabricar isopor); um disco de
polímero, semelhante a um CD, chamado pelos pesquisadores de chip;
e o equipamento que o faz rodar. Quem desenvolveu as partículas foi a
equipe do físico Cyro Ketzer Saul, do Departamento de Física da UFPR.
Cada uma delas tem cerca de 10 micrômetros de diâmetro (um micrômetro
equivale à milionésima parte do metro). “Por meio de reações químicas,
envolvemos as partículas com antígenos de um determinado patógeno, como
vírus ou outros microrganismos causadores de doenças”, explica Krieger. O
antígeno é uma proteína ou pedaço de proteína estranha ao organismo que
provoca uma resposta imunológica com formação de anticorpos.
Até agora, o projeto já passou pela fase de bancada de laboratório, que
comprovou sua viabilidade. “Já temos o que se chama uma prova de
conceito”, explica Saul. “Sabemos que funciona e como funciona. Agora
queremos produzir o equipamento industrialmente.” Para isso foi assinado
em janeiro um convênio entre a Financiadora de Estudos e Projetos
(Finep), a Fiocruz e o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP),
que prevê a liberação de R$ 8 milhões para as próximas fases de
desenvolvimento, validação e registro do kit. O ICC vai
coordenar esta nova etapa, que será desenvolvida com participação de
duas outras unidades da Fiocruz, Instituto Aggeu Magalhães, de
Pernambuco, e Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos
(Bio-Manguinhos), do Rio de Janeiro, além da UFPR, da UTFPR e do IBMP.
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