segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Nanotecnologia Brasileira

Nanotecnologia é a ciência que abrange a escala nanométrica, materiais tão pequenos, que nem à luz do microscópio podem ser vistos. Para entender melhor, pensemos primeiro em um centímetro, que significa um centésimo de metro, ou seja cem vezes menor que um metro, já o milímetro, mil vezes menor, um micrômetro, milhão de vezes menor, no entanto, todos esses são grandes em relação a escala nanométrica, uma vez que um nanômetro é um bilhão de vezes menor que um metro. A grande novidade dessa ciência é sua aplicabilidade e eficiência, uma vez que pode estudar as combinações atômicas, a fim de montar algo novo ou aperfeiçoar o que já existe.

No Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP), o professor Henrique Eisi Toma estuda lidera uma linha de pesquisa da nanotecnologia ligada a mineração, indústria petroquímica, metalurgia e até para a geração de energia solar. Os pesquisadores estão trabalhando com nanopartículas feitas de magnetita, um material naturalmente magnético, mas que, quando na forma nanométrica, se torna um super-ímã. Isso pode ser utilizado na extração do cobre, por exemplo, que de várias etapas, pode tornar-se única. O processo é chamado "nanohidrometalurgia magnética" e pode, segundo Toma, representar uma economia de milhões de reais anualmente. Além disso, a preocupação ambiental também pode influenciar a adoção deste novo método na exploração de minerais: "No futuro, os processos envolvendo a queima de minérios será banida. Hoje buscam-se métodos brandos, em temperatura ambiente, que não poluam e que sejam cíclicos - e esse processo é perfeito."


Outra aplicação das nanopartículas no campo da mineração, e cujo estudo está se iniciando, é na área petrolífera. Hoje, apenas uma parte do petróleo existente nas rochas porosas dos depósitos petrolíferos pode ser extraída. "Mas com as nanopartículas pode ser possível tornar o petróleo magnético e movimentá-lo," prevê o pesquisador, que está estudando formas de literalmente puxar o petróleo para fora das rochas usando magnetismo.

Além disso, estas nanopartículas podem ser utilizadas para realizar separação de componentes químicos na indústria petrolífera. "Pode-se separar os gases saturados dos insaturados com uma membrana. Os insaturados interagem com as nanopartículas e passam por ela, os saturados, não", declara o professor, acrescentando que este método é mais limpo e econômico que o atual.
"O processo de separação utilizado hoje necessita de uma torre enorme, gasta uma quantidade absurda de energia e polui muito o ambiente," diz ele. A pesquisa, realizada em conjunto com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), está patenteada pela Petrobrás e encontra-se em fase de testes-piloto.
Também é possível facilitar a reciclagem de materiais, como por exemplo, circuitos eletrônicos. Outra linha desse laboratório é a geração de energia por células solares orgânicas.
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