Um novo tipo de enzima para branqueamento de
celulose, mais eficiente e barata e que não causa problemas ambientais, poderá
chegar em breve ao mercado. Ela foi desenvolvida pela empresa Verdartis
Desenvolvimento Biotecnológico. Entre as vantagens do novo produto estão a
redução do volume de água usada no processamento da madeira para a obtenção da
celulose e da quantidade de dióxido de cloro, o agente químico empregado no seu
branqueamento. Além disso, a enzima pode ser personalizada, de acordo com as
características e necessidade de cada indústria de papel.
A celulose é composta de elementos fibrosos
que são individualizados no processamento industrial da madeira e adquirem uma
coloração marrom devido à presença de lignocompostos. Para tornar essas
fibras adequadas para a fabricação de papéis, o branqueamento é uma etapa
fundamental em que são necessários compostos químicos de custo alto e
exigentes em cuidados específicos durante o descarte na forma de efluentes
industriais.
O dióxido de cloro reage com a lignina,
quebrando-a em moléculas menores, que são solúveis e extraídas no processo.
Muito dessa lignina fica encapsulada pela polpa, o que exige maiores
quantidades de dióxido de cloro e outros reagentes para acessá-la. No caso das
enzimas, elas são específicas para atuar na quebra do substrato e de outros
componentes da celulose, como a lignina residual. Isso proporciona a criação de
poros na polpa e possibilita que o dióxido de cloro acesse mais facilmente a
lignina. Com isso, é necessária uma quantidade menor de químicos para alcançar
o mesmo efeito.
Além de reduzir os custos do
branqueamento, as enzimas podem fazer o mesmo em relação ao gasto com a energia
elétrica necessária para o refino da celulose. Nessa etapa, a celulose é
diluída em água, passando por refinadores para provocar desfibrilamento de
macrofibrilas consumindo energia elétrica em processo mecânico. A ação das
enzimas quebra grupos de celulose, facilitando a ação de refino e,
consequentemente, diminuindo o consumo de energia elétrica.
Por meio de engenharia molecular (ou
engenharia genética), a empresa produz, a partir de microrganismos como a
bactéria Escherichia coli, catalisadores personalizados para cada
processo industrial ou cada fábrica de seus clientes. Ou seja, criam a enzima
para o processo em vez de modificar o processo para a enzima.
Leia mais em Revista Fapesp.
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