Novas evidências sugerem que algumas pessoas têm predisposição à perda de memória causada pela ingestão de bebida
Pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, descobriram que algumas pessoas que bebem são mais suscetíveis a terem lapsos de memória, não devido à quantidade de bebida, mas sim por diferenças na atividade cerebral.
Os resultados mostram que as respostas cerebrais de pessoas que costumam ter "blackouts" ao beberem eram menores na região relacionada à memória e à atenção, quando comparadas às de pessoas que não tem amnésia alcoólica.
A equipe, liderada pela pesquisadora Reagan Wetherill, avaliou 24 estudantes universitários que tomavam cinco drinques por noite, pelo menos de duas a três vezes na semana.
Os participantes foram separados em dois grupos, sendo que um apresenta perda de memória recorrente quando bebe, e o outro não.
Os cérebros dos estudantes foram observados enquanto eles realizavam testes de memória, sóbrios e também depois de terem ingerido bebida alcoólica.
Em relação aos sóbrios, o resultado do teste foi similar para os dois grupos. No entanto, após o consumo de duas cervejas os resultados foram bem diferentes.
O mapeamento de imagens do cérebro mostrou que as pessoas mais propensas aos apagões têm padrões diferentes no fluxo sanguíneo e na atividade dos neurônios quando consomem o álcool. Nesse grupo, que sofre amnésia alcoólica, a atividade era diminuída na área do cérebro responsável por transformar as vivências em memórias.
Segundo os autores, esses resultados significam que há pessoas que têm predisposição às falhas de memória causadas pela bebida. "As descobertas sugerem claramente que algumas pessoas são mais propensas a experimentar apagões induzidos pelo álcool do que outras em função da forma como o álcool afeta a atividade do cérebro em áreas envolvidas no auto-monitoramento, atenção e memória de trabalho", afirma Wetherill.
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