A indústria química Lanxess, multinacional de origem alemã, anunciou ontem (5/10) que a partir de novembro começa a fabricar no Rio Grande do Sul uma borracha com base em um derivado da cana-de-açúcar – a primeira do mundo, conforme comunicado da empresa. Trata-se da versão verde de um tipo específico de borracha, descrito quimicamente como monômero de etileno propileno dieno (EPDM, na sigla em inglês), até agora derivada do petróleo. Neste caso, no entanto, a empresa vai utilizar o etileno obtido pela desidratação do etanol. Essa borracha é usada principalmente em mangueiras de motores e para vedar portas, porta-malas e limpadores de para-brisa de automóveis. Poderá também contribuir para a construção civil em fios elétricos e outros itens de borracha que precisem ficar expostos ao calor e às intempéries.
A iniciativa da empresa visa à diminuição de emissão de dióxido de carbono para a atmosfera em relação à borracha feita a partir do petróleo, tornando a fabricação do produto menos problemática do ponto de vista ambiental. O fornecimento do bioetileno será da Braskem, empresa brasileira que desenvolveu tecnologia para produção de insumos para a indústria de polímeros e plásticos baseados no etanol.
As duas empresas estão instaladas em Triunfo, no Rio Grande do Sul, e o etileno será transportado da Braskem à fábrica da Lanxess por meio de uma tubulação. A Lanxess já produz no Brasil 40 mil toneladas da borracha EPDM oriunda de petróleo por ano. Do total produzido, 40% são exportados principalmente para os Estados Unidos e países da América Latina. A empresa espera produzir 10 mil toneladas por ano da mesma borracha em versão “verde”. “Já temos cerca de 2 mil clientes mundiais que estão interessados no produto feito de cana”, disse Guenther Weymans, chefe da unidade de Negócios de Borrachas da Lanxess, no lançamento do produto em São Paulo. Quanto ao preço, os executivos da empresa disseram que o bioetileno é mais caro – não disseram o quanto – e estão negociando o custo com a Braskem. Os investimentos da Lanxess na preparação da fábrica somaram R$ 5 milhões.
Fonte: Pesquisa FAPESP online
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