terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Estudar célula do envelhecimento pode combater câncer


Há cerca de 50 anos, uma experiência clássica realizada pelo biólogo Leonard Hayflick levou à descoberta do fato de que células humanas cultivadas em recipientes de vidro não se multiplicam indefinidamente, ao contrário do que se pensava até então. Essas células, que podem se dividir apenas 50 vezes, aproximadamente, foram chamadas de senescentes.

Tal descoberta não foi valorizada por outros pesquisadores que acreditavam que a experiência era algo que ocorria somente em laboratórios ou que, mesmo que elas existissem no corpo humano, não havia quantidade suficiente delas para fazer qualquer diferença.

Porém, nos últimos anos, pesquisadores chegaram à conclusão de que as células senescentes aparecem naturalmente no corpo e que exercem um papel central tanto no câncer quanto no envelhecimento.
O câncer é um preço que pagamos por termos um organismo complexo, constituído por tecidos renováveis: se as células conseguem se dividir, qualquer dano ao seu sistema de controle pode levar a um crescimento descontrolado. Então, o corpo desenvolveu dois sistemas principais para reduzir o risco de câncer: a senescência e morte celular.

Assim, as células que passam a ser senescentes não se dividem de novo, mas permanecem nos tecidos até serem eliminadas pelo sistema imunológico (processo chamado de morte celular). Essa é a possível explicação da razão pela qual elas se acumulam no organismo ao longo da vida, quando o sistema imunológico passa a “varrê-las” de forma menos eficiente.

Em 2 de novembro, pesquisadores da Clínica Mayo, nos Estados Unidos, divulgaram que os tecidos permanecem jovens e vigorosos quando estas células sem capacidade de divisão são removidas do corpo. O estudo foi realizado apenas em camundongos, utilizando uma técnica genética que não pode ser aplicada em pessoas para a remoção das células senescentes.
O resultado obtido é surpreendente e levanta a possibilidade de que atacar as células possa postergar doenças ligadas ao envelhecimento e fazer com que as pessoas vivam mais tempo de sua vida útil com boa saúde.

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