Há
cerca de 50 anos, uma experiência clássica realizada pelo biólogo
Leonard Hayflick levou à descoberta do fato de que células humanas
cultivadas em recipientes de vidro não se multiplicam
indefinidamente, ao contrário do que se pensava até então. Essas
células, que podem se dividir apenas 50 vezes, aproximadamente,
foram chamadas de senescentes.
Tal descoberta não foi valorizada
por outros pesquisadores que acreditavam que a experiência era algo
que ocorria somente em laboratórios ou que, mesmo que elas
existissem no corpo humano, não havia quantidade suficiente delas
para fazer qualquer diferença.
Porém, nos últimos anos,
pesquisadores chegaram à conclusão de que as células senescentes
aparecem naturalmente no corpo e que exercem um papel central tanto
no câncer quanto no envelhecimento.
O câncer é um preço que pagamos por termos um organismo complexo, constituído por tecidos renováveis: se as células conseguem se dividir, qualquer dano ao seu sistema de controle pode levar a um crescimento descontrolado. Então, o corpo desenvolveu dois sistemas principais para reduzir o risco de câncer: a senescência e morte celular.
O câncer é um preço que pagamos por termos um organismo complexo, constituído por tecidos renováveis: se as células conseguem se dividir, qualquer dano ao seu sistema de controle pode levar a um crescimento descontrolado. Então, o corpo desenvolveu dois sistemas principais para reduzir o risco de câncer: a senescência e morte celular.
Assim, as
células que passam a ser senescentes não se dividem de novo, mas
permanecem nos tecidos até serem eliminadas pelo sistema imunológico
(processo chamado de morte celular). Essa é a possível explicação
da razão pela qual elas se acumulam no organismo ao longo da vida,
quando o sistema imunológico passa a “varrê-las” de forma menos
eficiente.
Em 2 de novembro, pesquisadores da Clínica Mayo, nos
Estados Unidos, divulgaram que os tecidos permanecem jovens e
vigorosos quando estas células sem capacidade de divisão são
removidas do corpo. O estudo foi realizado apenas em camundongos,
utilizando uma técnica genética que não pode ser aplicada em
pessoas para a remoção das células senescentes.
O resultado
obtido é surpreendente e levanta a possibilidade de que atacar as
células possa postergar doenças ligadas ao envelhecimento e fazer
com que as pessoas vivam mais tempo de sua vida útil com boa saúde.
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