sexta-feira, 30 de agosto de 2013

"Minicérebro humano" criado em laboratório

Cientistas austríacos desenvolvem "minicérebros humanos", que segundo especialistas, podem transformar a compreensão de males neurológicos. 



Essas estruturas alcançaram o mesmo nível de desenvolvimento de um feto de nove semanas, são do tamanho de ervilhas e não conseguem pensar. 

Para a produção foram utilizadas células-tronco embrionárias ou células de pele adultas, os tecidos atingiram seu tamanho máximo, cerca de 4 mm em aproximadamente dois meses. Esses "minicérebros" sobreviveram por quase um ano, porém não cresceram além disso, pois os nutrientes não podiam penetrar nas estruturas.

Segundo os cientistas, o objetivo é ampliar o conhecimento acerca dos distúrbios mais comuns, como a esquizofrenia e autismo, pois estes podem surgir na fase de desenvolvimento do cérebro.

A descoberta já esta sendo utilizada para pesquisar uma doença chamada microencefalia, doença cujos portadores possuem cérebros menores que o normal. Quando criado um minicérebro utilizando células de pacientes de microencefalia, descobriu-se que as células adiantavam sua transformação em neurônios.

Para os pesquisadores e estudiosos da área, não há problemas éticos envolvidos, além disso, os minicérebros irão ajudar no desenvolvimento de novos medicamentos, uma vez que não há problemas em testar medicamentos nesses minicérebros, pois não sentem dor, mudanças de humor e comportamento, percepção, entre outros.


 Mais informações: BBC

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Equipamento desenvolvido pela Embrapa poderá testar qualidade de alimentos

A tecnologia de ressonância magnética que permite o diagnóstico de diversos tipos de traumas e doenças também já possibilita identificar a quantidade de açúcar em uma fruta ou se um alimento, como o leite, foi adulterado. A partir da inovação, o consumidor poderá saber se uma fruta está doce ou azeda sem precisar experimentar o produto antes de levar para casa.

O equipamento foi desenvolvido por pesquisadores da Embrapa Instrumentação, em São Carlos, e permite analisar de forma rápida e sem destruir ou estragar os alimentos e até mesmo identificar se sucos de frutas, leite e azeite estão adulterados.

Segundo o criador do aparelho, o bioquímico Luiz Alberto Colnago, a ressonância magnética nuclear pode ser usada em supermercados para garantir a qualidade do produto ao consumidor, da mesma forma que atualmente se utilizam balanças para verificar o peso.



“Se a gente for em um supermercado, frutas, nozes, queijos, qualquer material desses pode ser analisado. E também aqueles [alimentos] embalados em plástico ou vidro. Por exemplo, a maionese, é possível saber o teor de gordura. Em molhos de saladas também, que muitas vezes têm até 50% de gordura”, explicou Colnago.



O aparelho funciona como um sistema que mede a composição química de um alimento. Além de medir a quantidade de açúcar em uma fruta, o equipamento também pode ser ajustado para avaliar o teor de álcool no vinho ou o de gordura em sementes de amendoim ou carnes e embutidos.



“A ideia nossa é que ele seja um aparelho de uso bem geral, que se possa analisar todos os alimentos que estão à disposição do consumidor: carnes, frutas e verduras. Carne, consigo saber o teor de gordura, isso é algo que os consumidores estão sempre preocupados”, diz o pesquisador.



A limitação da tecnologia são os pacotes metálicos, latas e embalagens tetra pak, que impedem a leitura do conteúdo do alimento. A análise dos alimentos é feita de forma contínua, em um equipamento semelhante a uma esteira, o que possibilita certificar a qualidade de uma grande quantidade de produtos ao mesmo tempo.



No leite, em embalagem tetra pak, não conseguimos que a onda de rádio penetre nessa embalagem. Mas no caso de vidro ou mesmo saquinhos plásticos, posso dizer dentro dessa embalagem o estado de fermentação do leite – se foi recém colhido, se tem um sistema de higienização não muito bom. Temos até como prever quando o leite vai estragar”.



Uma empresa argentina, parceira da Embrapa, patenteou parte da invenção do equipamento. De acordo com o pesquisador, em até dois anos a tecnologia pode estar disponível diretamente ao consumidor e, assim, evitar que produtos falsificados ou sem qualidade sejam comercializados.



“O nosso objetivo é chegar em um centro de distribuição de frutas, onde o atacadista vai poder selecionar a sua fruta pelo teor de açúcar. Quanto mais ácido ou mais doce está a fruta que ele está vendendo”, destacou Colgano.



Reprodução: EBC



sábado, 24 de agosto de 2013

Pesquisadores criam biossensor para detectar pesticida

  Pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da Universidade de São Paulo (USP), em colaboração com colegas da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), criaram um sensor biológico (biossensor) que detecta em minutos, na água, no solo e em alimentos, a presença de um pesticida altamente tóxico que está sendo banido no Brasil, mas que ainda é usado em diversas lavouras no país: o metamidofós.
  O sensor pode ser adaptado para detecção de outros tipos de pesticidas, afirmam os pesquisadores. O princípio básico do dispositivo também deu origem a um possível novo teste rápido para detecção de infecção pelo vírus da dengue.
  “Escolhemos o metamidofós para ser detectado pelo sensor porque, apesar de já ter sido banido em diversos países, há indícios do uso desse pesticida, extremamente tóxico, sobretudo no Estado do Mato Grosso”, disse Nirton Cristi Silva Vieira, pós-doutorando no IFSC e um dos orientadores do projeto do biossensor de pesticida e do teste rápido de dengue.
  Vieira conta que o metamidofós é utilizado principalmente em lavouras de soja para matar lagartas e percevejos que atacam a oleaginosa. O pesticida penetra facilmente o solo e os lençóis freáticos e, ao contaminar a água e os alimentos, atua no sistema nervoso central dos seres vivos, inibindo a ação da acetilcolinesterase – enzima que promove as ligações (sinapses) dos neurônios.
  Nos humanos, além de ser prejudicial para as funções neurológicas, o metamidofós também pode causar danos nos sistemas imunológico, reprodutor e endócrino e levar à morte.
  Em conjunto com Francisco Eduardo Gontijo Guimarães, professor do IFSC e orientador de sua pesquisa de doutorado, Vieira orientou Izabela Gutierrez de Arruda, durante o seu mestrado na UFMT, a desenvolver um teste rápido e portátil para detectar a presença de metamidofós utilizando a própria enzima acetilcolinesterase.
  Para isso, os pesquisadores desenvolveram um sensor de pH, que mede prótons (íons H+), constituído por uma lâmina de vidro – composta por camadas de óxido de silício em escala nanométrica (da bilionésima parte do metro) –, na qual a acetilcolinesterase é imobilizada, mantendo alta atividade.
 Ao colocar o sensor em uma solução – como extrato de soja ou de tomate – contendo pequenas concentrações de metamidofós –, a atividade da acetilcolinesterase é inibida e a enzima produz menos prótons do que produziria se não estivesse na presença do pesticida.
  Essa diferença da quantidade de prótons produzidos pela enzima presente no sensor, quando exposta a diferentes concentrações do pesticida, é medida por meio de um pequeno aparelho, também desenvolvido pelos pesquisadores, no qual a película sensora é introduzida.

  Semelhante a um medidor de glicose utilizado por diabéticos, o aparelho indica o nível de atividade da enzima e, consequentemente, o índice de contaminação por metamidofós da amostra analisada, com base em padrões de tensão medidos pelos pesquisadores com diferentes concentrações de acetilcolina – substância que atua como neurotransmissor e com a qual o pesticida se assemelha muito.
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sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Fármaco brasileiro mostra bons resultados contra anemia falciforme

  Um fármaco desenvolvido por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) para aliviar os sintomas da anemia falciforme une  os benefícios da talidomida  e do quimioterápico hidroxiureia – já usado no tratamento crônico da doença – sem apresentar os efeitos tóxicos das drogas originais.
   A molécula, patenteada com o nome Lapdesf1, mostrou bons resultados em ensaios com camundongos feitos na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Os cientistas das duas instituições buscam agora parceria com a indústria farmacêutica para a realização dos primeiros testes em humanos.
 “A pesquisa representa um avanço para o tratamento da anemia falciforme, considerada uma doença extremamente negligenciada, e ajudará a diminuir vários sintomas presentes nos pacientes, como dor e inflamação”, disse o pesquisador da Unesp de Araraquara Jean Leandro dos Santos, que atualmente trabalha no aperfeiçoamento da molécula em projeto de pesquisa ("Otimização, síntese e avaliação farmacológica de novos candidatos a fármacos para tratamento dos sintomas da anemia falciforme") apoiado pela FAPESP.
  A anemia falciforme é uma das doenças hereditárias mais prevalentes no Brasil e estima-se que existam mais de 50 mil afetados. Comum em populações afrodescendentes, é causada por uma alteração genética na hemoglobina, proteína presente nas hemácias – glóbulos vermelhos do sangue – que ajuda no transporte do oxigênio.
  A mutação faz com que as hemácias assumam a forma de foice depois que o oxigênio é liberado aos tecidos. Em baixas tensões de oxigênio, as células se tornam deformadas, rígidas e propensas a se agregarem, ou seja, a formar uma massa celular que adere ao endotélio e dificulta a circulação sanguínea – processo conhecido como vaso-oclusão.. A doença também compromete os ossos, as articulações e tende a se agravar com o passar dos anos, reduzindo a expectativa de vida dos portadores.
  A hidroxiureia é hoje uma das drogas mais usadas no tratamento da anemia falciforme por ser capaz de aumentar a produção de um outro tipo de hemoglobina, conhecida como hemoglobina fetal (mais presente no período de vida uterina). Altos níveis de hemoglobina fetal diminuem a polimerização das hemácias defeituosas e reduzem o risco de vaso-oclusão.
  Como qualquer quimioterápico, porém, a hidroxiureia apresenta efeitos adversos. Além de causar náuseas, dores abdominais e de cabeça, tonturas, sonolência e convulsões, pode ainda diminuir a produção de células da medula óssea. Também pode afetar as células reprodutivas e levar à infertilidade.
  Já a talidomida, inicialmente usada como sedativo e antiemético (contra náuseas), foi retirada do mercado em todo o mundo nos anos 1960 depois de provocar uma epidemia de recém-nascidos com malformações. Foi posteriormente reintroduzida nos anos 1990 para tratamento de câncer, hanseníase, lúpus e Aids. No Brasil, o uso da talidomida é controlado e a droga é produzida por laboratórios públicos e fornecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
  De acordo com Santos, no caso da anemia falciforme, a talidomida é interessante por seus efeitos anti-inflamatórios. “Nós aproveitamos da talidomida a subunidade responsável pelos efeitos anti-inflamatórios benéficos e acrescentamos à molécula o mecanismo de ação da hidroxiureia, relacionado à capacidade de doar óxido nítrico – mediador responsável pelo aumento da hemoglobina fetal. Nos ensaios de toxicidade feitos até o momento, o Lapdesf1 não apresentou nenhum dos efeitos negativos dos fármacos originais”, disse.
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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Entrevista: Fernando Cesar Barbosa

Fernando Cesar Barbosa, graduando do 8º semestre de Engenharia Biotecnológica na UNESP Assis e ex-presidente da Biotec Júnior, conta da sua experiência no intercâmbio nos Estados Unidos pelo Ciência sem Fronteiras logo após o seu retorno ao Brasil. Confira as oportunidades que se pode obter com essa experiência e algumas dicas!






Descomplicando: Quais atividades você participou durante a graduação na UNESP Assis, tanto dentro do campus quanto fora? O quão importante elas estão sendo na sua vida e/ou ainda podem ser?

Fernando: Primeiramente, fiz e ainda faço parte do grupo de pesquisa do Professor Regildo, no laboratório de Fitofarmacologia, desde 2010. Além disso, entrei na Biotec Jr. em 2009, ano em que fui membro de P&D. Em 2010, fui vice-diretor de P&D; 2011, vice-presidente da empresa e, no comecinho de 2012, presidente até a troca da gestão. Em julho de 2010, 2011 e 2012, também fiz estágio na UNIFESP, complementando meu trabalho no laboratório do professor Regildo. Ainda em 2012, fiz 2 meses de estágio em uma farmácia de manipulação de Assis e ainda estudei nos EUA por um ano (agosto 2012 a agosto 2013) pelo Ciência sem Fronteiras. Todas as atividades foram importantes. Trabalhos em laboratório me ensinaram a vida dentro de um laboratório, como fazer pesquisa, apresentar relatórios, analisar resultados, escrever artigos, etc. A Biotec Júnior também foi muito importante, principalmente ao fato de me ensinar a trabalhar em equipe, o modo de expor minhas opiniões e respeitar as opiniões dos meus amigos, a cultura de viver a realidade dentro de uma empresa. Em relação ao intercâmbio, foi uma experiência indescritível, onde pude, além de aprender nova cultura e língua, aprender inovações referentes à biotecnologia que eu provavelmente não veria aqui no Brasil.

D.: Como você fez a escolha do país em que iria estudar? Quais principais fatores vocês levou em consideração?

F.: Na verdade, à priori, eu me candidatei para o Reino Unido, inclusive tinha concedido uma carta de aceite de um professor da UCL. Entretanto, eu tive uns problemas relacionados ao CNPq e, então, a CAPES me indicou para me inscrever para os EUA. Tendo em vista esse problema, me inscrevi para os EUA, também na certeza de que seria uma grande oportunidade, não só devido ao aprendizado do inglês em si, mas ao fato de que os EUA é uma das maiores potências referentes à biotecnologia.

D.: Em qual universidade você estudou?

F.: Eu estudei o Fall de 2012 e o Spring de 2013 (agosto até maio) na Kent State University, em Kent, OH. E, no Summer (maio até agosto de 2013), fiz estágio no WPI Bioengineering Institute, em Worcester, MA.

D.: Nessas universidades, quais atividades, além das aulas de graduação, você participou?

F.: Além das aulas de graduação na KSU, fiz estágio no Liquid Crystal Institute. Já em Worcester, eu não tive aulas, fiz só estágio no Instituto mesmo.

D.: Quais foram suas experiências mais marcantes durante o intercâmbio?

F.: Tirando as infraestruturas das universidades em si, que são inexplicáveis, o mais marcante foi a estrutura dos laboratórios. Eles possuem muito incentivo para pesquisa, muita verba, tanto do governo quanto de empresas privadas, que vão até as universidades em busca de parceria para inovação. Fato esse ainda muito pouco incentivado no Brasil, infelizmente.

D.: O que você ainda pretende fazer antes de terminar a graduação?

F.: O que eu ainda gostaria de fazer é conseguir algum estágio em empresa no nosso período de férias, entre dezembro e fevereiro, mas nossas empresas não possuem essa cultura como as norte-americanas. De qualquer forma, pretendo conseguir estágio na área de P&D em uma indústria de farmacologia.

D.: As experiências no intercâmbio o fizeram mudar seus planos de carreira? Quais são eles?

F.: Não. Não fizeram, mas acredito que abriram minha mente para novas áreas. Eu pretendo trabalhar na área de P&D em indústrias farmacêuticas, no desenvolvimento de novos fármacos, ou em industrias de engenharia de tecido. São áreas bem aplicadas ao desenvolvimento da qualidade de vida das pessoas.

D.: Você tem alguma dica ou recado para aqueles que pretendem candidatar-se ao Ciência Sem Fronteiras - Estados Unidos ou para que aqueles que pretendem se candidatar ao Reino Unido não tenham problemas relacionados a CNPq?

F.: Na realidade, acredito que meu problema relacionado ao CNPq foi devido ao fato de ainda estar no início do programa e, querendo ou não, todos estávamos meio perdidos em relação aos procedimentos. Acredito que, hoje, eles já tenham solucionado isso. Acho que muitos se candidatam ao CsF pensando em viajar, lugares para conhecer, mas seria uma boa também pensar um pouco em relação à língua que vão aprender, nas oportunidades de estágios no pais de destino e se o país de destino é ou não uma potência na sua área de atuação.

D.: Muito legal você passar essa sua experiência para os interessados no programa de intercâmbio! Muito obrigada pela entrevista! Em nome da Biotec Júnior, desejo que você tenha muito sucesso e que faça muito proveito dessa sua bagagem de conhecimentos que você conseguiu adquirir com tantas experiências!

F.: Muito obrigado e muito sucesso para nossa Biotec Jr. também. Parabéns pela iniciativa!

Para quem quiser ter mais informações sobre esse programa de intercâmbio, oferecido pelo governo federal, acesse o site: http://www.cienciasemfronteiras.gov.br/web/csf

domingo, 18 de agosto de 2013

Cientistas argentinos conseguem estender em 50% a vida útil dos morangos

Os morangos - e seu sabor, frescor, vitamina C e demais características - podem durar até 50% a mais graças a um conservante natural desenvolvido por pesquisadores do Instituto Nacional de Tecnologia Industrial (Inti) da província de Buenos Aires. "Conseguimos estender a vida útil pós-colheita dos morangos por meio de um recobrimento de quitosana, um conservante natural que obtivemos da casca dos camarões", disse Fernando Bollini, engenheiro químico e um dos responsáveis pelo estudo.

A quitosana é um biopolímero — um polímero produzido por seres vivos, como a celulose e o amido — sem toxicidade, biocompatível e naturalmente degradável com atividade antimicrobiana, antiviral e antifúngica. Ela tem a capacidade de diminuir a deterioração dos frutos, permitindo assim um maior tempo de armazenamento.

No caso dos morangos, o recobrimento líquido foi aplicado por meio de imersão e pulverização. Os cientistas, no entanto, acreditam na possibilidade de incluir a quitosana ainda antes da colheita. Assim, seria possível estender mais a vida útil das frutas e verduras.

O estudo da quitosana para conservação dos morangos pode ser útil à agricultura e à saúde humana. Isso porque, atualmente, um dos métodos usados para evitar a deterioração do fruto é a radiação gama, proibido em vários países.


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sábado, 17 de agosto de 2013

Estudo identifica mutações que dão origem a câncer

Divulgado na revista Nature, cientistas identificaram mutações, as quais dão origem à mais de 97% dos canceres conhecidos. Essas mutações, que são modificações do código genético, que foram descobertas produzem um enorme leque nas pesquisas, e prometem trazer grandes avanços na área de tratamento do câncer.

Foram identificadas 21 mutações dentro de 7.042 amostras tiradas dos 30 tipos mais comuns de câncer que deixam uma "assinatura" no DNA e são causadas por diversos fatores. Muitos desses fatores são conhecidos, como a superexposição à raios UV e o hábito de fumar que levam à uma maior chance de ocorrer o descontrole das mitoses das células e assim levando ao câncer.

Ainda nesse mesmo estudo foram identificadas marcas no genoma que se referem ao processo de envelhecimento e ao sistema imunológico que também podem causar câncer, como por exemplo, quando uma célula inicia um processo de infecção afim de modificar um vírus até que ele se torne inativo, ela ativa uma enorme classe de enzimas que podem modificar o seu próprio DNA, sendo então uma "faca de dois gumes", pois as células afetadas se tornam muito mais propensas a se tornarem cancerígenas.

Mesmo identificando várias dessas marcas, doze ainda estão não identificadas e espera-se que elas estejam envolvidas com fatores ambientais e que então novas formas de prevenir a doença sejam encontradas.

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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Coração artificial transplantável mais econômico

Cientistas da Universidade de São Paulo e do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia desenvolveram um coração artificial implantável, o produto já está sendo testado em bezerros e aguarda os resultados para uma possível utilização no homem. A insuficiência cardíaca acomete cerca de 6,5 milhões de pessoas no país, e a utilização desde equipamento poderia auxiliar as vítimas dessa doença.


O dispositivo não substitui o coração, mas auxilia o bombeamento do sangue diminuindo os sintomas da doença. O coração artificial transplantável já é realidade no mundo, mas a importação tem um preço muito elevado, e o desenvolvimento da tecnologia brasileira diminuiria os custo do aparelho, pois enquanto o importado custa em torno de 200 mil reais , o objetivo do dispositivo é custar cerca de 10 mil reais.

Os pesquisadores preveem que o implante do equipamento deve ser realizado em uma cavidade próxima ao coração. Segundo um dos realizadores, a próxima etapa do projeto é tornar o produto competitivo com os modelos do exterior.

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quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Brasil vai testar em macacos vacina contra aids

Pesquisadores brasileiros do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor/HC-USP) vão começar a testar em macacos uma vacina contra o HIV totalmente desenvolvida no Brasil. O teste piloto será realizado em parceria com o Instituto Butantã.
Segundo o pesquisador Edécio Cunha Neto, líder do estudo, a ideia é encontrar um método de imunização eficaz para, futuramente, ser testado em humanos. Agora, serão avaliados os resultados do HIVBr18, imunizante que foi desenvolvido e patenteado pelos brasileiros.

Ao menos 20 pesquisadores estão envolvidos no projeto, que começou em 2001. Para isso, eles isolaram pequenos pedaços do vírus HIV que variavam pouco e se mantinham estáveis em quase todas as cepas.
A primeira fase da pesquisa, que deve durar por volta de 8 meses, que será feita em macacos da espécie rhesus por causa da semelhança com o sistema imunológico humano. Em seguida, o teste será estendido para 4 grupos de 6 macacos cada. Nessa fase, serão testadas várias fórmulas da vacina, todas com o mesmo princípio ativo básico.
A segunda etapa da pesquisa foi pegar essas partes preservadas do vírus e passar por um algoritmo de computador, para identificar quais dessas regiões tinham mais chances de ser reconhecidas pelo sistema imune dos pacientes. Assim, os pesquisadores conseguiram selecionar 18 fragmentos do HIV que seriam reconhecidos pela maioria das pessoas.
Os pesquisadores selecionaram quatro grupos de pacientes com HIV - desde os que estavam com a doença controlada até os que estavam mal - e aplicaram os 18 fragmentos do HIV. Os testes mostraram que em 90% dos casos pelo menos um dos fragmentos foi reconhecido. Na média, o sistema imune reconheceu ao menos cinco dos 18 fragmentos. "Foi aí que pensamos: vamos fazer uma vacina com base nesses 18 fragmentos, pois eles são reconhecidos pela maioria das pessoas, podendo provocar uma resposta imune", disse Cunha Neto.
A ideia é que a vacina seja aplicada em pessoas sem vírus. Ela não vai evitar que a pessoa se contamine com o HIV, mas vai criar resposta imune prévia e, se um dia ela se contaminar, seu sistema imunológico já estará preparado para combater o vírus. Isso prolongaria o tempo para início do tratamento com o coquetel anti-HIV e reduziria drasticamente as chances de essa pessoa transmitir o vírus.
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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Cientistas decifram a 'capa protetora' do vírus HIV

 Pesquisadores conseguiram decifrar com detalhes a estrutura de proteína que serve como uma capa protetora ao material genético do HIV. A estrutura, chamada capsídeo, também facilita a proliferação do vírus. É justamente por isso que o feito é relevante: conhecer a fundo a estrutura que protege o HIV pode revelar suas vulnerabilidades e, assim, ajudar a desenvolver formas de combater a infecção, o que nenhuma droga conseguiu fazer até hoje. Esse estudo, feito na Universidade de Pittsburgh, Estados Unidos, foi publicado na revista Nature.

 “Essa abordagem tem o potencial de ser uma alternativa poderosa às nossas terapias atuais contra o HIV, as quais agem tendo como alvo certas enzimas. Porém, a resistência a essas drogas devido à elevada taxa de mutação do vírus continua sendo um enorme desafio”, diz Peijun Zhang, coordenadora do estudo, em um comunicado divulgado pela universidade.

 O capsídeo do HIV fica sob a membrana externa do vírus e, em formato de cone, envolve o seu material genético. Até agora, era difícil estudar com precisão essa estrutura devido à sua forma irregular. A equipe de Peijun Zhang conseguiu analisar o capsídeo com a ajuda de um supercomputador e microscópios potentes.

 "Os capsídeos precisam permanecer intactos para proteger o genoma do HIV e garantir que o vírus entre em células humanas. Mas, uma vez dentro delas, o capsídeo precisa se separar para poder liberar seu conteúdo (o material genético do vírus) e permitir que o HIV se replique. Desenvolver medicamentos que causem a disfunção dos capsídeos, impedindo que eles se formem, ou então que eles se separem, pode interromper a replicação do HIV”, diz a pesquisadora.

sábado, 10 de agosto de 2013

Conhecimento no mercado


Inovações concebidas em universidades têm chegado com mais frequência ao mercado brasileiro. Essa é uma alternativa para as empresas agregarem tecnologia em produtos e processos como tem demonstrado o crescente aumento de licenciamentos de propriedade intelectual de universidades e a transformação desse conhecimento em produtos inovadores. Um exemplo de tecnologia promissora que entrou no mercado no final de 2012 é um fotômetro analisador de combustível desenvolvido no Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e licenciado para a Tech Chrom, empresa gestada na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da universidade (Incamp).

O licenciamento de uma gordura com baixo teor de ácidos graxos saturados e isenta de ácidos graxos trans, desenvolvida na Faculdade de Engenharia de Alimentos em parceria com a Cargill Agrícola e utilizada como recheio de biscoitos e outras aplicações, garantiu à Unicamp uma arrecadação recorde de royalties de R$ 724 mil em 2011. As pesquisas que resultaram na nova gordura foram iniciadas na universidade ainda na década de 1990, mas somente em 2008 os resultados efetivos começaram a aparecer e chamaram a atenção da indústria.

As empresas no Brasil também têm procurado as universidades em busca de tecnologia. Uma roupa especial que corrige a postura corporal, criada na Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) a pedido do fisioterapeuta Renato Loffi, dono da empresa Treini Biotecnologia, tem previsão de lançamento em 12 meses. “Uma teia de fitas elásticas interconectadas promove a tensão da roupa, o que resulta na correção da postura e prevenção de lesões”, diz o professor Pedro Vidigal, diretor da Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT), agência de inovação da universidade mineira. Após trabalhar mais de oito anos no Sistema Único de Saúde (SUS), Loffi decidiu procurar o professor Sérgio Fonseca, da EEFFTO, especialista em estudos sobre movimentos humanos, para criar uma vestimenta que pudesse ser usada tanto por pessoas com comprometimentos funcionais como por atletas. A Treini, que licenciou a tecnologia, estuda o lançamento da roupa em quatro versões: terapêutica, ocupacional, esportiva e militar.

Para saber de mais inovações biotecnológicas, acesse: Revista Fapesp

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Arroz resistente à seca

O arroz é um dos alimentos mais importantes do mundo. Atualmente é a base alimentar de três bilhões de pessoas e as estimativas demográficas mostram uma necessidade de aumento de 40% da produção atual.


A planta possui um enraizamento superficial, o que a torna sensível a falta de água e consequentemente limita a sua produção a determinadas regiões do globo.

Pensando nisso, cientistas identificaram um gene que favorece o crescimento das raízes,denominado DRO. Esse gene foi transferido para a variedade mais comum de arroz cultivado, que é a IR64. A nova planta apresentou raízes duas vezes mais profundas que a espécie geneticamente não modificada, permitindo que as plantas possam captar água em camadas mais profundas do solo e sobrevivam à seca.


Os pesquisadores ainda estudaram o impacto do gene na resistência à seca, comparando a variedade geneticamente modificada (Dro1-NIL) e a planta com enraizamento superficial (IR64), em diferentes condições de cultivo.

Em condições de seca moderada, verificou-se que a variedade IR64 teve um rendimento da plantação de apenas 42%, enquanto que a planta geneticamente modificada não foi afetada. Em condições de seca extrema, a variedade IR26 apresentou rendimento nulo, em contrapartida o arroz geneticamente modificado teve uma queda de seu rendimento de aproximadamente 30%.

"Nossos resultados abrem portas para novas estratégias de seleção, usando genes influentes no sistema de raízes para desenvolver variedades com uma forte capacidade de adaptação à seca", disse o coordenador da pesquisa, Yusaku UgaP.



terça-feira, 6 de agosto de 2013

Curiosidades: falsa memória



Uma equipe internacional de pesquisadores conseguiu criar, pela primeira vez, falsas lembranças no cérebro de ratos, abrindo caminho para entender este misterioso processo neurológico entre os humanos. Segundo Susumu Tonegawa, do Massachusetts Institute of Technology, o método supõe reconhecer as células do cérebro que se alteram, física e quimicamente, durante a formação da lembrança, o que se conhece como 'engrama'.

"O mecanismo neuronal do cérebro para recuperar estas lembranças é o mesmo, não importa se a recordação é falsa ou verdadeira", explica Tonegawa. Os cientistas conseguiram identificar as células para lembranças específicas no hipocampo cerebral de ratos modificados geneticamente e programar o engrama para responder a impulsos de luz, com uma técnica conhecida como optogenética.

No experimento, os pesquisadores estimularam a criação de uma memória negativa nos camundongos. Eles foram colocados em uma câmara onde foram atingidos por eletrochoques leves. Dessa forma, passaram a associar o local com a sensação de medo. No momento da formação dessa memória ruim, as células envolvidas no processo puderam ser identificadas e ‘marcadas’ na presença de luz, graças às proteínas sensíveis à luz introduzidas pelo procedimento de engenharia genética.

Os camundongos foram então colocados em outra câmara, totalmente diferente da primeira e que, por isso, não provocou a sensação de medo. Tempos depois, os cientistas jogaram luz sobre o hipocampo dos animais, ativando aquelas células envolvidas no processo de formação da memória de medo. Nesse momento, os camundongos “congelaram” de medo, reação que teriam caso entrassem na câmara onde receberam os choques.

Foi possível perceber que a lembrança dessa falsa memória atingiu os mesmos centros de medo que a memória real havia atingido anteriormente.

sábado, 3 de agosto de 2013

Pesquisa pode originar a cura para alergia a gatos

Gatos: a principal causa da alergia a esses animais é uma proteína denominada Fel d 1, encontrada em partículas de pele e saliva Uma equipe de pesquisadores da Inglaterra, Suécia e Estados Unidos identificou o receptor celular responsável por reconhecer as substâncias microscópicas que se desprendem da pele e saliva dos gatos, desencadeando uma reação alérgica em alguns organismos.

Os sintomas característicos da alergia – espirros, coceira e dificuldade para respirar – são causados por uma resposta exagerada do sistema imunológico a alguma substância externa ao corpo, que é identificada como perigosa.

A causa mais comum da alergia a gatos é a proteína denominada Fel d1, encontrada nas substâncias microscópicas que se desprendem desses animais, sendo uma espécie de caspa invisível a olho nu.

Os cientistas identificaram que um receptor chamado TLR4 é a parte do sistema imunológico responsável por reconhecer essa proteína. O organismo de algumas pessoas, porém, possui um sistema imunológico mais sensível à proteína do gato. Nesses casos, o corpo, depois de reconhecer a proteína, desencadeia uma resposta imunológica exagerada.

A partir desse achado, os autores da pesquisa utilizaram um medicamento que limita a resposta do TLR4 e, com isso, conseguiram bloquear os efeitos da proteína Fel d1 nas células, evitando uma reação do sistema imunológico. Para os pesquisadores, essa descoberta pode abrir caminho para novos tratamentos para pessoas alérgicas a gatos e, possivelmente, também a cachorros.