quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Brasil vai testar em macacos vacina contra aids

Pesquisadores brasileiros do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor/HC-USP) vão começar a testar em macacos uma vacina contra o HIV totalmente desenvolvida no Brasil. O teste piloto será realizado em parceria com o Instituto Butantã.
Segundo o pesquisador Edécio Cunha Neto, líder do estudo, a ideia é encontrar um método de imunização eficaz para, futuramente, ser testado em humanos. Agora, serão avaliados os resultados do HIVBr18, imunizante que foi desenvolvido e patenteado pelos brasileiros.

Ao menos 20 pesquisadores estão envolvidos no projeto, que começou em 2001. Para isso, eles isolaram pequenos pedaços do vírus HIV que variavam pouco e se mantinham estáveis em quase todas as cepas.
A primeira fase da pesquisa, que deve durar por volta de 8 meses, que será feita em macacos da espécie rhesus por causa da semelhança com o sistema imunológico humano. Em seguida, o teste será estendido para 4 grupos de 6 macacos cada. Nessa fase, serão testadas várias fórmulas da vacina, todas com o mesmo princípio ativo básico.
A segunda etapa da pesquisa foi pegar essas partes preservadas do vírus e passar por um algoritmo de computador, para identificar quais dessas regiões tinham mais chances de ser reconhecidas pelo sistema imune dos pacientes. Assim, os pesquisadores conseguiram selecionar 18 fragmentos do HIV que seriam reconhecidos pela maioria das pessoas.
Os pesquisadores selecionaram quatro grupos de pacientes com HIV - desde os que estavam com a doença controlada até os que estavam mal - e aplicaram os 18 fragmentos do HIV. Os testes mostraram que em 90% dos casos pelo menos um dos fragmentos foi reconhecido. Na média, o sistema imune reconheceu ao menos cinco dos 18 fragmentos. "Foi aí que pensamos: vamos fazer uma vacina com base nesses 18 fragmentos, pois eles são reconhecidos pela maioria das pessoas, podendo provocar uma resposta imune", disse Cunha Neto.
A ideia é que a vacina seja aplicada em pessoas sem vírus. Ela não vai evitar que a pessoa se contamine com o HIV, mas vai criar resposta imune prévia e, se um dia ela se contaminar, seu sistema imunológico já estará preparado para combater o vírus. Isso prolongaria o tempo para início do tratamento com o coquetel anti-HIV e reduziria drasticamente as chances de essa pessoa transmitir o vírus.
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