terça-feira, 6 de agosto de 2013

Curiosidades: falsa memória



Uma equipe internacional de pesquisadores conseguiu criar, pela primeira vez, falsas lembranças no cérebro de ratos, abrindo caminho para entender este misterioso processo neurológico entre os humanos. Segundo Susumu Tonegawa, do Massachusetts Institute of Technology, o método supõe reconhecer as células do cérebro que se alteram, física e quimicamente, durante a formação da lembrança, o que se conhece como 'engrama'.

"O mecanismo neuronal do cérebro para recuperar estas lembranças é o mesmo, não importa se a recordação é falsa ou verdadeira", explica Tonegawa. Os cientistas conseguiram identificar as células para lembranças específicas no hipocampo cerebral de ratos modificados geneticamente e programar o engrama para responder a impulsos de luz, com uma técnica conhecida como optogenética.

No experimento, os pesquisadores estimularam a criação de uma memória negativa nos camundongos. Eles foram colocados em uma câmara onde foram atingidos por eletrochoques leves. Dessa forma, passaram a associar o local com a sensação de medo. No momento da formação dessa memória ruim, as células envolvidas no processo puderam ser identificadas e ‘marcadas’ na presença de luz, graças às proteínas sensíveis à luz introduzidas pelo procedimento de engenharia genética.

Os camundongos foram então colocados em outra câmara, totalmente diferente da primeira e que, por isso, não provocou a sensação de medo. Tempos depois, os cientistas jogaram luz sobre o hipocampo dos animais, ativando aquelas células envolvidas no processo de formação da memória de medo. Nesse momento, os camundongos “congelaram” de medo, reação que teriam caso entrassem na câmara onde receberam os choques.

Foi possível perceber que a lembrança dessa falsa memória atingiu os mesmos centros de medo que a memória real havia atingido anteriormente.

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