Tecnologias de imagens, como o sistema criado pela Philips, dependem de contrastes injetados |
No meio século desde que o filme "Viagem Fantástica" retratou um submarino em miniatura navegando pelo corpo humano para encontrar e destruir um coágulo sanguíneo, pesquisadores contaram com técnicas de imagens ópticas, magnéticas e de raios X para espiar o interior do corpo com precisão cada vez maior.
Hoje, uma nova onda de tecnologias de imagem está novamente transformando a medicina. As novidades incluem sistemas baratos, muitas vezes baseados em smartphones, que podem estender as tecnologias de imagens avançadas ao mundo todo, e novos instrumentos de patologia que dão aos médicos um diagnóstico instantâneo --como aqueles que o microbiólogo Christopher Contag está criando na Universidade Stanford.
Contag criou endoscópios que viajam pelo esôfago, estômago e intestino, permitindo que os patologistas observem em três dimensões abaixo da superfície da pele. Os dispositivos usam técnicas ópticas e acústicas para virtualmente "cavar buracos" nas células mais profundas do corpo.
No futuro, será possível uma tecnologia de imagens magnéticas que combinará a velocidade da tomografia computadorizada (TC), baseada em raios X, com a capacidade do sistema de ressonância magnética.
Os avanços estão sendo impelidos, principalmente, pela queda dos custos da computação, assim como a crescente disponibilidade de outras tecnologias de miniaturização, incluindo a nanotecnologia.
Contag diz que a comunidade médica ainda precisa ser convencida de que as imagens computadorizadas podem se equiparar à precisão de práticas de laboratório, em que um patologista realiza uma série de testes.
Mas isso poderá mudar em breve. Contag está buscando uma nova geração de biomarcadores moleculares que podem ser injetados e depois ligar-se às lesões, dando aos médicos uma resposta direta sobre a doença em uma base célula a célula.
"Você não precisa de aprendizado por máquina, você não precisa de visão por máquina", disse Contag. Em uma tela de computador, ele mostrou uma imagem de uma amostra digital com áreas que eram visivelmente mais claras. "Isto é um câncer, isto é normal", disse, apontando para as áreas mais claras e escuras.
Avanços nas imagens digitais também estão transformando os equipamentos convencionais.
Em um laboratório de neurologia no Centro Médico da Universidade Columbia, em Nova York, fatias de um cérebro de rato com a espessura de uma única célula são colocadas em placas de microscópio.
"As pessoas aqui se debruçam sobre os microscópios, encontram o hipocampo e tiram imagens dele", disse Matthew Putman, especializado no projeto de polímeros avançados. "Fazer uma fatia pode levar um dia inteiro." Em comparação, seu software de reconhecimento de padrão nSPEC pode escanear automaticamente 12 placas e gerar os mesmos resultados em apenas 15 minutos.
A empresa dE Putman, a Nanotronics Imaging, em Cuyahoga Falls, Ohio, está colaborando com o Centro Médico Hospital Jamaica, em Nova York, em um teste que usa o software para identificar automaticamente anomalias de células escamosas tipicamente encontradas em um exame de papanicolau. Geralmente, o teste exige que um laboratório examine pelo menos 5.000 células.
"Nossa ideia é trazê-lo para o paciente ", disse. "Você faz automaticamente o teste papanicolau, faz o rastreamento e tem os resultados ali."
Nesse caso, o sistema não vai substituir o patologista, mas sim os sistemas de milhões de dólares que hoje fazem o rastreamento preliminar em busca de anomalias.
Outras tecnologias tradicionais de imagens estão rapidamente sendo transformadas pela computação. Por exemplo, a empresa de eletrônicos Philips desenvolveu um sistema de ultrassom avançado que é inserido pela boca do paciente.
Conhecido como ecocardiografia transesofágica tridimensional, ou 3D TEE, a técnica produz uma imagem do coração por dentro da caixa torácica do paciente. O processamento por computador dos dados cria vídeos incríveis em 3D de alta resolução do coração batendo.
A Philips usou extensamente a computação em seu sistema Heart Navigator, que fornece um mapa em 3D para o cardiologista.
Só recentemente certificado nos EUA pelo Departamento de Alimentos e Drogas, ele transformou em rotina o implante de válvulas cardíacas por cateter na Europa.
Bert van Meurs, vice-presidente sênior e diretor geral do grupo Interventional X-Ray da Philips, disse: "O paciente pode sair do hospital imediatamente depois do procedimento".
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