Darío Abel Palmieri, formado em genética na Universidad Nacional de Misiones, na Argentina, mestrado e doutorado na UNESP de Botucatu e pós-doutorado no Instituto Agronômico de Campinas. Atualmente leciona Biologia Molecular, Biotecnologia Ambiental, Administração de Empresas e Planejamento de Projetos Biotecnológicos para o curso de Engenharia Biotecnológica no campus de Assis.
Descomplicando a biotec: Qual a sua formação, professor?
Darío: Fiz minha licenciatura em genética na Argentina. Já
meu mestrado e doutorado, ambos também em genética, fiz na UNESP de Botucatu.
Ainda complementei essa formação no instituto agronômico de Campinas fazendo o
pós-doutorado em genômica comparativa e bioinformática.
DB: Qual sua linha de pesquisa no campus da UNESP de Assis?
D: Minha linha de pesquisa aqui começou com biologia molecular de
plantas, e, ao longo dos anos, me interessei pela área de sustentabilidade, focando mais
nas tecnologias que a biotecnologia fornece, que é o caso do biodigestor anaeróbio.
O tratamento de resíduos sólidos utilizando as ferramentas da biotecnologia é o
maior exemplo disso.
DB: Como você começou a dar aulas?
D: Não foi uma escolha voluntária. Foi um conjunto de coincidências
e oportunidades. Até o final do doutorado eu acreditava que continuaria
exclusivamente na área de pesquisa. Meu interesse sempre foi trabalhar numa
indústria ou empresa da área de transgênicos e melhoramento genético, mas as oportunidades
começaram a surgir na área do ensino superior e acabei prestando concurso e por
fim vindo lecionar aqui na UNESP de Assis.
DB: Qual sua opinião sobre o curso de Engenharia Biotecnológica,
e o que você espera para ele futuramente?
D:Eu sou um apaixonado pelo curso desde que ele foi criado, sendo,
na época, bacharelado em biotecnologia. Sempre tive interesse no mesmo, e
quando consegui entrar aqui como professor foi a realização de um sonho. Eu
gosto do que a gente conseguiu aqui e do que estamos construindo. Dou muito
valor a tudo que temos, para os nossos docentes e, fundamentalmente, para
nossos alunos. Então, eu vejo no curso de Engenharia Biotecnológica um dos
melhores que nós temos no país nessa área. E temos feito de tudo para não
continuar sozinhos nessa área, como o que vinha acontecendo, nos juntando aos
dois novos cursos da própria UNESP de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia e construindo juntos uma base sólida para que os nossos alunos tenham cada vez
mais oportunidades, não somente saindo para o exterior através dos intercâmbios
cada vez mais frequentes, mas trocando experiências e aumentando nossa base de
conhecimento entre esses três cursos de Assis, Araraquara e Botucatu.
DB: Qual você julga ser uma área de atuação interessante
para quem está cursando ou tem interesse no curso.
D: Sugerir áreas de atuação para um profissional de
biotecnologia seria algo um pouco tendencioso, até porque uma das coisas que
sempre falo em minhas aulas é que a biotecnologia hoje oferece oportunidade em
todas as áreas, desde pesquisas mais básicas, como a identificação e exploração
de resistência bacteriana a antibióticos, à descoberta e manipulação de novas
moléculas. Na área industrial, por exemplo, o impacto da formação dos nossos
alunos é fabuloso, tanto nas indústrias suco-alcooleiras quanto em indústrias
alimentícias, têxtil e por aí vai. A biotecnologia aplicada ao agronegócio
também é um dos caminhos mais clássicos que a gente pode enxergar, com o
melhoramento genético vegetal e animal, além da clonagem. Uma área que tem me
interessado muito é a de biotecnologia ambiental. Da mesma forma que as pessoas
não podem passar sua vida sem comer, sendo necessária a produção cada vez mais
eficiente de alimentos nutritivos, temos que cuidar do ambiente porque o
que temos feito é degradado muito o mesmo, e todas as tecnologias da
biotecnologia ambiental têm sido importantíssimas para amenizar isso.
DB: O que você acha que o curso na UNESP de Assis tem de diferencial?
D: Muitos dos nossos alunos são vindos de grandes centros como São Paulo e Campinas e, para estudantes de tais cidades, um curso localizado em Assis poderia perder o brilho devido à distância. A partir disso, acredito que nós temos que reforçar o que temos de bom. Como já comentei, nosso curso abrange uma área muito interessante, inovadora e cheia de oportunidades. Além disso, até que saia uma nova avaliação, nós podemos falar que somos um curso cinco estrelas segundo a editora Abril e isso é muito importante para quem está ingressando na universidade. E é claro que pretendemos continuar melhorando, procurando aprimorar nossa infraestrutura e promover o curso ao máximo possível, destacando suas vantagens para quem quiser nos conhecer.
DB: Qual sua opinião sobre a Biotec Júnior?
D: Sou suspeito para falar sobre a Biotec Júnior. Quando
entrei na UNESP de Assis, me deparei com a empresa numa fase de início e afirmação,
com a orientação do Prof. Pedro. E desde então tenho achado muito interessante
o envolvimento dos membros não só no desenvolvimento do curso como em
sua própria formação. Então, a Biotec Júnior tem procurado, ao longo de suas
gestões, mostrar isso para os alunos, tanto da empresa em si, como aos demais
colegas do próprio curso e demais cursos da nossa unidade. E uma coisa
fundamental é ver, além do trabalho interno que fazem em nosso campus,
promovendo cursos e eventos, o trabalho externo que fazem com a comunidade.
Muitas coisas que a empresa faz beneficiando a comunidade assisense eu
acompanho através de redes sociais, onde são postadas fotos de entrega de
alimentos de alguma campanha que fizeram, o que é espetacular, trazendo um
ensinamento para todos nós, não somente aos alunos como aos docentes e demais
pessoas. Isso eu admiro e valorizo muito. Sempre que posso apoio e vou
continuar apoiando e incentivando todos os alunos a participarem também.
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