quinta-feira, 31 de julho de 2014

Entrevista: Professor Darío Palmieri

Darío Abel Palmieri, formado em genética na Universidad Nacional de Misiones, na Argentina, mestrado e doutorado na UNESP de Botucatu e pós-doutorado no Instituto Agronômico de Campinas. Atualmente leciona Biologia Molecular, Biotecnologia Ambiental, Administração de Empresas e Planejamento de Projetos Biotecnológicos para o curso de Engenharia Biotecnológica no campus de Assis.



Descomplicando a biotec: Qual a sua formação, professor?

Darío: Fiz minha licenciatura em genética na Argentina. Já meu mestrado e doutorado, ambos também em genética, fiz na UNESP de Botucatu. Ainda complementei essa formação no instituto agronômico de Campinas fazendo o pós-doutorado em genômica comparativa e bioinformática.


DB: Qual sua linha de pesquisa no campus da UNESP de Assis?

D: Minha linha de pesquisa aqui começou com biologia molecular de plantas, e, ao longo dos anos, me interessei pela área de sustentabilidade, focando mais nas tecnologias que a biotecnologia fornece, que é o caso do biodigestor anaeróbio. O tratamento de resíduos sólidos utilizando as ferramentas da biotecnologia é o maior exemplo disso.


DB: Como você começou a dar aulas?

D: Não foi uma escolha voluntária. Foi um conjunto de coincidências e oportunidades. Até o final do doutorado eu acreditava que continuaria exclusivamente na área de pesquisa. Meu interesse sempre foi trabalhar numa indústria ou empresa da área de transgênicos e melhoramento genético, mas as oportunidades começaram a surgir na área do ensino superior e acabei prestando concurso e por fim vindo lecionar aqui na UNESP de Assis.


DB: Qual sua opinião sobre o curso de Engenharia Biotecnológica, e o que você espera para ele futuramente?

D:Eu sou um apaixonado pelo curso desde que ele foi criado, sendo, na época, bacharelado em biotecnologia. Sempre tive interesse no mesmo, e quando consegui entrar aqui como professor foi a realização de um sonho. Eu gosto do que a gente conseguiu aqui e do que estamos construindo. Dou muito valor a tudo que temos, para os nossos docentes e, fundamentalmente, para nossos alunos. Então, eu vejo no curso de Engenharia Biotecnológica um dos melhores que nós temos no país nessa área. E temos feito de tudo para não continuar sozinhos nessa área, como o que vinha acontecendo, nos juntando aos dois novos cursos da própria UNESP de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia e construindo juntos uma base sólida para que os nossos alunos tenham cada vez mais oportunidades, não somente saindo para o exterior através dos intercâmbios cada vez mais frequentes, mas trocando experiências e aumentando nossa base de conhecimento entre esses três cursos de Assis, Araraquara e Botucatu.


DB: Qual você julga ser uma área de atuação interessante para quem está cursando ou tem interesse no curso.

D: Sugerir áreas de atuação para um profissional de biotecnologia seria algo um pouco tendencioso, até porque uma das coisas que sempre falo em minhas aulas é que a biotecnologia hoje oferece oportunidade em todas as áreas, desde pesquisas mais básicas, como a identificação e exploração de resistência bacteriana a antibióticos, à descoberta e manipulação de novas moléculas. Na área industrial, por exemplo, o impacto da formação dos nossos alunos é fabuloso, tanto nas indústrias suco-alcooleiras quanto em indústrias alimentícias, têxtil e por aí vai. A biotecnologia aplicada ao agronegócio também é um dos caminhos mais clássicos que a gente pode enxergar, com o melhoramento genético vegetal e animal, além da clonagem. Uma área que tem me interessado muito é a de biotecnologia ambiental. Da mesma forma que as pessoas não podem passar sua vida sem comer, sendo necessária a produção cada vez mais eficiente de alimentos nutritivos, temos que cuidar do ambiente porque o que temos feito é degradado muito o mesmo, e todas as tecnologias da biotecnologia ambiental têm sido importantíssimas para amenizar isso.


DB: O que você acha que o curso na UNESP de Assis tem de diferencial?

D: Muitos dos nossos alunos são vindos de grandes centros como São Paulo e Campinas e, para estudantes de tais cidades, um curso localizado em Assis poderia perder o brilho devido à distância. A partir disso, acredito que nós temos que reforçar o que temos de bom. Como já comentei, nosso curso abrange uma área muito interessante, inovadora e cheia de oportunidades. Além disso, até que saia uma nova avaliação, nós podemos falar que somos um curso cinco estrelas segundo a editora Abril e isso é muito importante para quem está ingressando na universidade. E é claro que pretendemos continuar melhorando, procurando aprimorar nossa infraestrutura e promover o curso ao máximo possível, destacando suas vantagens para quem quiser nos conhecer.


DB: Qual sua opinião sobre a Biotec Júnior?

D: Sou suspeito para falar sobre a Biotec Júnior. Quando entrei na UNESP de Assis, me deparei com a empresa numa fase de início e afirmação, com a orientação do Prof. Pedro. E desde então tenho achado muito interessante o envolvimento dos membros não só no desenvolvimento do curso como em sua própria formação. Então, a Biotec Júnior tem procurado, ao longo de suas gestões, mostrar isso para os alunos, tanto da empresa em si, como aos demais colegas do próprio curso e demais cursos da nossa unidade. E uma coisa fundamental é ver, além do trabalho interno que fazem em nosso campus, promovendo cursos e eventos, o trabalho externo que fazem com a comunidade. Muitas coisas que a empresa faz beneficiando a comunidade assisense eu acompanho através de redes sociais, onde são postadas fotos de entrega de alimentos de alguma campanha que fizeram, o que é espetacular, trazendo um ensinamento para todos nós, não somente aos alunos como aos docentes e demais pessoas. Isso eu admiro e valorizo muito. Sempre que posso apoio e vou continuar apoiando e incentivando todos os alunos a participarem também.

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