Para
o combate à dengue, o Brasil dará início à produção do mosquito transgênico,
supervisionada pelo Ministério da Saúde. No último sábado (7) foi inaugurada uma
fábrica na Bahia com a maior capacidade de produção mundial do mosquito da
dengue estéril. A unidade funcionará em Juazeiro, sede da empresa pública
Moscamed, biofábrica especializada na produção de insetos transgênicos para
controle biológico de pragas.
![]() |
Aedes aegypt: filhos do mosquito geneticamente alterado não conseguirão se desenvolver. |
Uma
primeira linhagem de mosquitos transgênicos foi desenvolvida pela empresa
britânica Oxitec e, em 2010, pesquisadores da USP adaptaram esta linhagem às
condições brasileiras. Para a produção em larga escala do mosquito, a USP
fechou uma parceria com a Moscamed.
Estes
mosquitos liberados no ambiente, em maior quantidade do que o existente na
natureza, vão copular com as fêmeas, mas sua prole nunca chegará a ultrapassar
a fase de larva, o que deve diminuir a população do mosquito até que controle a
transmissão da dengue.
O Aedes
aegypti transgênico
já foi testado em dois bairros de Juazeiro, Mandacaru e Itaberaba, entre 2011 e
2012, ambos com cerca de 3 mil habitantes e com um alto índice do mosquito. A população do mosquito foi reduzida em 90% com a adoção da técnica.
A ideia é a liberação dos insetos no município baiano de
Jacobina, com 79 mil habitantes e apresentou 1.647 casos de dengue em
2012. A ação é inédita mundialmente: é a maior liberação de insetos transgênicos de controle urbano do mosquito da dengue. O governo do estado da Bahia está investindo 1,7 milhões no projeto.
Conforme os resultados, o governo poderá expandir a
estratégia para todo o País e, dentro de alguns anos, incorporá-la ao Sistema
Único de Saúde (SUS) como um dos mecanismos de combate à doença.
![]() |
Produção e atuação do mosquito transgênico. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário