Microscopia eletrônica da bactéria A. ferrooxidans em plena atividade. |
Recentemente a mídia mostrou
o drama de trabalhadores chilenos que ficaram soterrados, devido ao desabamento
de uma mina no deserto do Atacama. Além disso, a mineração também traz inúmeros
problemas ao meio ambiente, devido à liberação de gases poluentes. Nessa
direção, caminham os esforços de cientistas que pretendem substituir os métodos
tradicionais da atividade mineradora por outros, que se aproveitam do trabalho
silencioso e invisível dos micro-organismos, particularmente bactérias,
conhecido como biomineração.
“A grande vantagem é que na
biomineração, a liberação do material de interesse não exige queima, como nos
métodos tradicionais (pirometalurgia), o que elimina a emissão de gases, como o
monóxido de carbono, altamente tóxico, e o óxido sulfuroso, responsável pela
chuva ácida.”, afirma a pesquisadora Denise Bevilaqua, do Instituto de Química
da Unesp de Araraquara.
Os micro-organismos
mineradores trabalham de outro modo: consomem substâncias conhecidas como
sulfetos, normalmente associadas às rochas, e as convertem em ácido sulfúrico,
que acaba tornando solúveis os minérios de interesse econômico. Estes, por sua
vez, são recuperados posteriormente, na forma sólida.
Os micróbios mineradores
podem ser usados em materiais com baixo teor do metal de interesse, quando o
custo de empregar as tecnologias atuais não compensa, explica a pesquisadora.
Usar a mão de obra invisível também é conveniente quando o substrato é
complexo, porque aglutina diferentes tipos de minerais, o que hoje representa
um desafio para a mineração tradicional.
Mas o melhor de se colocar
as bactérias para trabalhar como mineiras é que elas conseguem retirar metais
de resíduos e dejetos da indústria mineradora, fazendo ao mesmo tempo a
extração do material de interesse econômico e o tratamento dos efluentes.
Apesar de ainda estarem em
fase laboratorial, as pesquisas estão gerando resultados promissores.
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