Um dos temas discutidos no workshop “Produção Sustentável de Biopolímeros e Outros Produtos de Base Biológica” (Sustainable Production of Biopolymers and Other Biobased Products), realizado na sede da FAPESP nesta quarta-feira, 25, foi a associação da cadeia produtiva do etanol a fabricação de polihidroxialcanoato (PHA), um plástico biodegradável que pode ser produzido por bactérias a partir do bagaço da planta. A síntese do PHA seria uma alternativa de utilização para os subprodutos e resíduos da cana-de-açúcar.
Quando o bagaço é “quebrado”, há uma mistura de açúcares. A levedura que usa a glicose para fazer etanol não usa a xilose. Ainda que o bagaço seja quebrado e inserido na fermentação, para que a levedura produza o etanol ela utilizará só a glicose, mas não a xilose. A produção de PHA, que é a partir da xilose, seria uma alternativa para evitar essa "perda" de matéria prima. Embora vários pesquisadores estejam estudando como fazer para que a levedura que produz etanol utilize também a xilose, aproveitando o bagaço, por hora a síntese de outros produtos de base biológica a partir da xilose seria uma alternativa considerável.
Como explicado por Luiziana Ferreira da Silva, organizadora do evento e professora do ICB-USP, o PHA é um material sintetizado por certas bactérias a partir de material orgânico. Uma vez extraído das bactérias, gera um polímero que pode ser moldado da mesma forma que os plásticos de origem petroquímica, com a vantagem de ser biodegradável. Várias foram as aplicações citadas para o PHA, como a fabricação de filmes plásticos biodegradáveis; a aplicação sem rejeição no organismo de pessoas e animais, por poderem também ser biocompatíveis; fabricação de microcápsulas biocompatíveis contendo medicamentos, ou hormônios, ou a produção de implantes para liberação controlada de fármacos.
Fonte: Estadão
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