Na esperança de descobrir moléculas com potencial para se tornarem drogas imunossupressoras, anticancerígenas ou antibióticas, pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) têm se dedicado ao estudo de um grupo de microrganismos existente no solo conhecido como actinobactérias.
A pesquisa, intitulada “Explorando a biodiversidade brasileira para a obtenção de produtos naturais ‘não naturais’”, é coordenada por Luciana Gonzaga de Oliveira, professora do Instituto de Química, e tem apoio da FAPESP por meio do Programa Jovens Pesquisadores em Centros Emergentes.
Oliveira explica que as bactérias existentes no solo e os fungos são os maiores produtores de moléculas conhecidas como metabólitos secundários. Ao contrário do que o nome possa sugerir, essas moléculas são essenciais para a sobrevivência dos microrganismos, pois fazem parte dos processos de crescimento, desenvolvimento e reprodução. Além disso, muitos metabólitos secundários apresentam propriedades bioativas, ou seja, podem ser usados no desenvolvimento de fármacos.
A equipe coordenada por Oliveira está particularmente interessada em dois tipos de metabólitos: os policetídeos reduzidos e os peptídeos não ribossomais, que possuem inúmeras atividades farmacológicas. Essas moléculas são sintetizadas por um grupo de proteínas e complexos enzimáticos conhecidos como policetídeo sintase (PKS) e peptídeo não ribossomal sintetase (NRPS).
“Os estudos envolvem a identificação dos metabólitos produzidos em condições de cultivo em laboratório e também daqueles que não são produzidos, muitas vezes porque o sistema de expressão gênica não está sendo ativado nessas condições. Queremos, em um futuro próximo, sequenciar essas duas linhagens completamente. Essas informações trariam resultados de maior impacto e permitiriam um progresso notável nessa área de pesquisa, tornando o país competitivo internacionalmente”, contou Oliveira.
Fonte: INFO Online
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