domingo, 22 de janeiro de 2012

Novos reforços para vacinas


Produção da vacina Influenza no Instituo Butantan

Adjuvantes de vacinas são compostos que permitem o uso de doses menores de vacinas e ampliam as respostas do organismo contra microrganismos causadores de doenças e tem sido testados por pesquisadores do Instituto Butantan. Dois destes estão apresentando resultados promissores.
O monofosforil lipídico A (MPL) é um componente da parede celular da bactéria Bordetella pertussis, causadora da coqueluche, e foi extraído para a produção da vacina. No teste duplo realizado com a vacina contra o vírus H1N1 em adultos, o MPL mostrou-se seguro, mantendo o mesmo efeito da vacina, porém com ¼ da dose. A realização do teste diretamente em seres humanos foi possível devido ao fato de que os fabricantes da vacina temiam não conseguir produzir o número suficiente de doses caso o surto espalhasse, segundo Alexander Precioso, diretor da divisão de ensaios clínicos do Instituto Butantan.
Caso precisássemos”, diz Precioso, pensando em uma possível calamidade pública, “teríamos como atender um número maior de pessoas, usando os adjuvantes”. Esse composto também poderá ser testado com vacinas contra influenza sazonal e contra hepatite B, desta vez regularmente, em animais de laboratório.
Desde 2002, o Instituto Butantan e a Universidade de São Paulo tem realizado estudos (em colaboração) sobre a capacidade da sílica porosa nanoestruturada (SBA-15) como adjuvante ou veículo de vacinas. A partir de 2005, o Laboratório Cristália também passou a colaborar com tais estudos.
Uma equipe coordenada por Osvaldo Augusto Sant'Anna mostrou que a sílica promovia respostas imunes desejáveis em camundongos. Estudos internacionais mostraram a capacidade da sílica de abrigar e transportar antígenos usados como vacinas. Um outro estudo indicou que a sílica nanoporosa poderia ser usada como veículo para vacinas administradas por via oral – o que, segundo Sant'Anna, permitiria uma grande economia, já que dispensaria o uso de agulhas e seringas, além de ampliar o número de pessoas vacinadas e permitir a aplicação de doses menores que as atuais.

Para mais informações, acesse a notícia no site da Revista Pesquisa Fapesp.

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