Filamentos microscópicos de
prata que só podem ser vistos em microscópios de alta resolução apresentaram
ação contra bactéria Staphylococcus
aureus, resistente ao antibiótico meticilina e conhecida como
Sarm, responsável por infecções hospitalares.
Elson Longo, responsável pela
pesquisa, do Instituto de Química da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em
Araraquara, no interior paulista afirma que a descoberta dessas estruturas foi
ao acaso e que elas representam uma nova geração de material bactericida.
Os testes
biológicos coordenados pelo professor Carlos Eduardo Vergani, da Faculdade de
Odontologia da Unesp em Araraquara, mostraram resultados promissores também
contra fungos. “Os fungos são compostos por moléculas maiores e muitos
apresentam resistência aos fungicidas convencionais. Conseguimos bons
resultados em experimentos com aCandida albicans e
estamos testando em outras espécies”, diz a professora Ana Machado, da equipe
coordenada por Vergani. “Evidenciamos ainda que o crescimento de filamentos de
prata no tungstato potencializou a capacidade do material de combater a
proliferação de Sarm, resultando na redução em quatro vezes da quantidade da
substância necessária para eliminar esse microrganismo”, diz Ana.
A explicação científica para esse uso antibiótico está relacionado às cargas elétricas ou radicais livres presentes no metal que alteram as moléculas de DNA e interagem com as membranas celulares levando a danos nos microrganismos.
O novo material, apresentado na edição de abril da edição Scientific Reports da revistaNature, também demonstra outra atividade: uso na decomposição de matéria orgânica em efluentes industriais ou águas de rios e riachos. “Testamos os filamentos com rodamina B, um composto químico vermelho que não perde a cor facilmente e é usado em testes internacionais em experimentos de produtos usados em tratamento de água”, diz Longo.
Outra vantagem nesse processo é que os bastões de prata do tungstato podem ser reutilizáveis. Agora os pesquisadores, além de entender melhor o fenômeno, estão escrevendo patentes sobre os usos dos bastões de prata do tungstato.
Nenhum comentário:
Postar um comentário