São Paulo - Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) que analisou o
nível de três substâncias encontradas no sangue pode ajudar a entender o
processo de envelhecimento do cérebro. Ao investigar os compostos envolvidos no
chamado estresse oxidativo, que desequilibra a presença de radicais livres no
organismo, os pesquisadores perceberam que essa desregulação ocorre de forma
mais intensa em pacientes com Alzheimer. Os resultados abrem caminho para que,
no futuro, possa ser feita a identificação precoce de doenças
neurodegenerativas por meio de exames de sangue.
Atualmente,
o diagnóstico definitivo do Alzheimer é feito somente após a morte do paciente
com a análise de partes do cérebro. "Fomos atrás de marcadores [da doença]
no sangue, porque trabalhos científicos recentes já consideram o Alzheimer como
uma doença sistêmica e não exclusiva do cérebro", explicou a professora
Tania Marcourakis, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP.
Em uma primeira etapa, foram estudados três compostos
presentes no sangue, cujos níveis variam de acordo com o envelhecimento:
monofosfato cíclico de guanosina (GMP cíclico), óxido nítrico sintase (NOS) e
substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (Tbars).
Com objetivo de identificar se o que foi percebido no
sangue também ocorre no cérebro, a pesquisa entrou em uma segunda fase com a
análise do cérebro de ratos. O trabalho foi feito em parceria com o professor
Cristóforo Scavone, do Departamento de Farmacologia. "Percebemos duas
coisas importantes: no envelhecimento do rato acontecia a mesma coisa que no
humano e a mesma coisa que a gente achava no sangue, também encontrava no
cérebro. Isso foi muito importante para validar o nosso modelo: o que você
analisa no sangue, está refletido no cérebro", disse a pesquisadora.
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