Em 2012, pesquisadores do Instituto Butantan e da empresa Recepta Biopharma geraram uma linhagem de células que produz um anticorpo monoclonal chamado RebmAb 200 que possui um grande potencial para o combater o câncer. “Pela primeira vez no Brasil linhagens celulares com alta produtividade e estabilidade foram obtidas para anticorpos monoclonais recombinantes" diz Ana Maria Moro, professora que lidera a equipe de pesquisa.
Os anticorpos monoclonais são um produto biotecnológico que reconhecem e se ligam de forma seletiva a determinadas moléculas na superfície dos tumores, caracterizadas como antígenos. Com isso, podem agir diretamente na célula tumoral ou ativar o sistema imunológico dos pacientes que passa a combater os tumores, sendo assim mais eficiente que a químio e radioterapia, que atingem tanto células cancerígenas quanto sadias.
Os estudos com o RebmAb 200 iniciaram no Instituto Ludwig de Pesquisa contra o Câncer, de Nova York, onde foram feitos testes em camundongos. A empresa brasileira Recepta obteve os direitos e firmou um acordo com o Ludwig para pesquisar, desenvolver, realizar testes clínicos e comercializar quatro anticorpos. Depois formou-se uma parceria com o Instituto Butantan para que os anticorpos pudessem ser desenvolvidos em formato humanizado que é a adaptação às características dos anticorpos do homem, além de serem clonados em grande escala laboratorial. Após muitos testes, clonagens e seleções, foram escolhidos três que apresentaram potencial para tratamento de cânceres de ovário, rim e pulmão
“As células que geramos aqui foram enviadas para uma empresa na Holanda que realizou a produção em larga escala em condições de manufatura para uso clínico. O que se espera é que a citotoxicidade verificada em ensaios seja efetiva quando injetada em pacientes”, afirmou Moro. Mesmo que, identificar anticorpos monoclonais e reproduzi-los é uma tarefa difícil, cara e demorada, não é algo totalmente incomum, no mundo já existem 30 medicamentos com anticorpos monoclonais aprovados para uso comercial. Desses, 13 são para cânceres e os restantes estão relacionados principalmente a doenças autoimunes e à rejeição em transplantes.
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