Um colóide é uma substância espalhada uniformemente dentro de uma outra
substância. Exemplos incluem o leite, o isopor, sprays, tintas, espuma de
barbear, gel e até mesmo poeira, lama e neblina. Uma das propriedades mais
interessantes dos colóides é a sua capacidade de automontagem, a capacidade
para se agregarem espontaneamente em estruturas bem definidas, impulsionadas
por nada além de interações locais entre as próprias partículas que formam o colóide.
A automontagem tem atraído grande interesse na indústria, já que ela abre a
possibilidade de toda uma série de novas tecnologias. Cientistas da Escola
Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça, juntamente com colegas do Reino
Unido e da França, descobriram uma técnica para controlar e dirigir a
automontagem de dois colóides diferentes.
Com a automontagem, as partículas de um colóide podem formar espontaneamente
um arranjo estrutural estável como resultado do formato e da direção dessas
partículas conforme elas interagem com o meio de dispersão. Embora nenhuma
força externa seja necessária, a automontagem geralmente ocorre em resposta a
uma alteração em um fator ambiental como temperatura ou incidência de luz, por
exemplo.
Nos colóides biológicos, como DNA, proteínas e outras macromoléculas, a
automontagem é geralmente o primeiro passo para a auto-organização, que está na
base de muitas estruturas celulares. Tirando proveito da seletividade do
emparelhamento das bases do DNA, os cientistas descobriram ser possível
alcançar um nível de controle sem precedentes da morfologia dos colóides. De
tal maneira, guiados pelo emparelhamento das bases do DNA, os colóides
montam-se de forma programada e autônoma, sem qualquer intervenção a não ser o
aumento da temperatura da solução.
Os pesquisadores concluíram que esta abordagem não se restringe a objetos em
escala nano, como outros métodos de automontagem explorados até agora, podendo
ser aplicada a toda a gama de dimensões coloidais. Eles prevêem que esta
técnica poderá ter inúmeras aplicações, como por exemplo, criar tintas que
reagem à luz ou curativos inteligentes que respondem a alterações de
temperatura ou do pH do corpo, podendo então liberar um antibiótico ou
antipirético.
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