sábado, 7 de julho de 2012

Cabras transgênicas como biorreatores

   Há um ano você leu aqui no Descomplicando a Biotec sobre a possibilidade de usar animais - cabras, coelhos, vacas - geneticamente modificados para produzir e liberar algumas proteínas complexas em seu leite e, recentemente, mais um avanço foi feito na atividade.
    Sob a coordenação do professor e médico veterinário Vicente José Freitas, um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual do Ceará (Uece) em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Academia de Ciências da Rússia, em Fortaleza, obtiveram sucesso na produção de cabras e bodes geneticamente modificados para produzir a proteína hG-CSF, estimulante de colônia de granulócitos humanos - células de defesa do corpo -,  muito usada no tratamento de doenças imunológicas, principalmente relacionadas ao uso de quimioterapia.
      O medicamento é secretado no leite das cabras que, uma vez coletado, tem tal substância retirada e purificada para figurar o conteúdo de ampolas que, atualmente no mercado, custam cerca de 500 reais cada.
     Cada mililitro de leite possui cerca de 630 microgramas de hG-CSF, o equivalente a quase duas ampolas para o tratamento, que geralmente é feito com 14 ampolas. Isso significa que, extrapolando a taxa de recuperação de substância do leite para 100%, seriam necessários apenas 7 ml de leite para completar um tratamento. 
   A utilização de biorreatores, como são chamados tais animais, torna a produção do medicamento muito mais viável economicamente, o que possibilita o barateamento do produto. No entanto, o medicamento ainda está em fase de testes para seu lançamento no mercado.


Para mais informações, clique aqui.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Mineração Invisível

Microscopia eletrônica da bactéria A. ferrooxidans em plena atividade.

Recentemente a mídia mostrou o drama de trabalhadores chilenos que ficaram soterrados, devido ao desabamento de uma mina no deserto do Atacama. Além disso, a mineração também traz inúmeros problemas ao meio ambiente, devido à liberação de gases poluentes. Nessa direção, caminham os esforços de cientistas que pretendem substituir os métodos tradicionais da atividade mineradora por outros, que se aproveitam do trabalho silencioso e invisível dos micro-organismos, particularmente bactérias, conhecido como biomineração.

“A grande vantagem é que na biomineração, a liberação do material de interesse não exige queima, como nos métodos tradicionais (pirometalurgia), o que elimina a emissão de gases, como o monóxido de carbono, altamente tóxico, e o óxido sulfuroso, responsável pela chuva ácida.”, afirma a pesquisadora Denise Bevilaqua, do Instituto de Química da Unesp de Araraquara.

Os micro-organismos mineradores trabalham de outro modo: consomem substâncias conhecidas como sulfetos, normalmente associadas às rochas, e as convertem em ácido sulfúrico, que acaba tornando solúveis os minérios de interesse econômico. Estes, por sua vez, são recuperados posteriormente, na forma sólida.

Os micróbios mineradores podem ser usados em materiais com baixo teor do metal de interesse, quando o custo de empregar as tecnologias atuais não compensa, explica a pesquisadora. Usar a mão de obra invisível também é conveniente quando o substrato é complexo, porque aglutina diferentes tipos de minerais, o que hoje representa um desafio para a mineração tradicional.

Mas o melhor de se colocar as bactérias para trabalhar como mineiras é que elas conseguem retirar metais de resíduos e dejetos da indústria mineradora, fazendo ao mesmo tempo a extração do material de interesse econômico e o tratamento dos efluentes.

Apesar de ainda estarem em fase laboratorial, as pesquisas estão gerando resultados promissores. 

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Novo dispositivo permite que pessoas paralisadas se comuniquem com a mente




      Pesquisadores da universidade de Maastricht, na Holanda, desenvolveram um aparelho de ressonância magnética capaz de registrar a atividade cerebral, e pacientes 'digitam' mentalmente letras em uma tela de computador. Essa técnica permite que pessoas completamente conscientes, mas incapazes de falar, ou se mover se comuniquem.

     O processo consiste em ler a mente do paciente em busca de padrões cerebrais específicos que representem cada uma das letras do alfabeto. O paciente só precisa realizar uma atividade cerebral específica para cada um dos 26 caracteres enquanto um aparelho de ressonância magnética especial mede precisamente a atividade cerebral em diferentes partes do cérebro ao detectar a quantidade de fluxo sanguíneo.

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quarta-feira, 4 de julho de 2012

Descoberta de partícula subatômica inédita pode ser "partícula de Deus"

Cientistas anunciaram hoje a observação de uma partícula subatômica inédita até então. Eles veem fortes indícios de que se trate do “bóson de Higgs”, a “partícula de Deus”, única partícula prevista pela teoria vigente da física que ainda não tinha sido detectada em laboratórios, e que vinha sendo perseguida ao longo das últimas décadas.
 
Apesar de ter características “consistentes” com o bóson de Higgs, os físicos ainda não afirmam com certeza que se trate da “partícula de Deus”. Para isso, eles vão coletar novos dados para observar se a partícula se comporta com as características esperadas do bóson de Higgs.

O bóson de Higgs é a partícula de manifestação do campo de Higgs (assim a luz se manifesta pelos fótons). O campo de Higgs surgiu como teoria em 1964, o cientista Peter Higgs propôs que o fato de algumas partículas contem massa e outras não, só seria possível se existisse um campo de energia que desse massa a elas de acordo com sua interação. 

O anúncio foi feito em Genebra, na Suíça, sede do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern, na sigla em francês). As conclusões foram baseadas em dados obtidos no Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), acelerador de partículas construído pelo Cern debaixo da terra na fronteira entre a França e a Suíça, considerado a máquina mais poderosa do mundo.

“Eu não tenho muita dúvida de que, na física de partículas, é o evento mais importante dos últimos 30 anos”, afirmou Sérgio Novaes, pesquisador da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), que faz parte da colaboração CMS. "Eu acho que é um momento histórico que a gente está vivendo", completou.

Apesar do grande impacto na física teórica, a descoberta ainda não representa um avanço direcionado a nenhum campo específico da tecnologia.

Leia o artigo completo no G1

terça-feira, 3 de julho de 2012

Seringa a laser permite administrar fármacos através da pele de forma indolor


                  Pesquisadores de Portugal desenvolveram uma seringa a laser capaz de administrar fármacos através da pele de forma indolor e segura. A nova tecnologia desenvolvida na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra consiste em uma técnica ativa de permeação de pele, que por meio da utilização de luz laser de baixa intensidade, provoca a abertura reversível dos poros da pele, permitindo a passagem de medicamentos.
                   De acordo com o pesquisador envolvido no projeto Carlos Serpa, a maior vantagem da nova seringa em relação ao método convencional administração de fármacos por meio de injeções reside no fato de a nova tecnologia ser "indolor, segura e reversível e de fácil utilização".
                Por enquanto, ainda não se sabe em que procedimentos médicos a nova seringa poderá ser utilizada.
              "Nossos alvos prioritários são as aplicações dermatológicas. Nestes campos existem vários tratamentos em que é necessário assegurar que uma elevada concentração de medicamento atinja a derme em poucos minutos, algo que já provamos ser possível com a nossa metodologia", diz Serpa. O pesquisador destaca ainda que o objetivo da equipe é também aplicar a tecnologia na vacinação, onde é "particularmente importante, pois a vacinação de crianças é usualmente feita por intermédio de injeções, provocando dor e temor".
             Após uma fase de desenvolvimento tecnológico, de prova de conceito, da construção de um primeiro protótipo e da apresentação de uma patente, o grupo de investigadores busca parcerias para produção industrial da seringa a laser. Vencida esta fase, a tecnologia poderá ser testada em ensaios clínicos com humanos. Como forma de explorar comercialmente a tecnologia, os pesquisadores criaram a empresa Laser Leap. A expectativa é que a seringa a laser chegue ao mercado dentro de um ano.

 Fonte: ISaúde

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Neurônio derivado de células-tronco da pele auxilia estudo de doença neurológica

Modelo de células cerebrais humanas vai permitir testar, pela primeira vez, novos tratamentos  para a doença de Huntington


       Cientistas da University of California em Irvine, nos Estados Unidos, desenvolveram células neurais humanas da doença de Huntington, distúrbio neurológico hereditário raro.
Os neurônios, criados a partir de células-tronco da pele do próprio doente, vão ajudar os pesquisadores a entender melhor o que mata as células cerebrais durante a doença.
"Nossa descoberta vai permitir pela primeira vez testar terapias em neurônios humanos da doença de Huntington. Este é um momento marcante na pesquisa da condição. É emocionante fornecer esperança para pacientes com Huntington e suas famílias", afirma a líder da pesquisa Leslie Lock.
Segundo Thompson, os cientistas vão utilizar o novo modelo para estudar as mudanças de expressão de genes específicos em células cerebrais humanas que provocam o início da doença, ajudando-os a entender como essas mudanças acontecem e como corrigí-las.
A doença de Huntington atinge cerca de 30 mil pessoas nos EUA. Causada por uma mutação no gene de uma proteína chamada huntingtina, a doença danifica as células do cérebro de modo que os indivíduos com Huntington perdem progressivamente sua capacidade de andar, falar e raciocinar. Invariavelmente culmina na morte.
Embora rara, a doença de Huntington é a condição neurodegenerativa hereditária mais comum.


domingo, 1 de julho de 2012

Cientistas usam células-tronco para tratar a distrofia muscular


Nova técnica poderá ajudar pacientes com distrofia muscular de cinturas, um tipo raro da doença, e possivelmente outras variações
Nova técnica poderá ajudar pacientes com distrofia muscular de cinturas,
um tipo raro da doença, e possivelmente outras variações

Distrofia muscular é uma doença que ataca o músculo esquelético, prejudicando a mobilidade do paciente e podendo, em casos mais severos, causar disfunção respiratória e cardíaca. Até então, não há tratamento para esta doença, embora muitas abordagens estejam entrando na fase de testes clínicos, inclusive a terapia com células-tronco.
Em novo estudo realizado, cientistas primeiro modificaram geneticamente uma célula chamada mesoangioblasto, que são células tronco obtidas por meio de biópsias musculares de doadores vivos e se encontram associadas às paredes de grandes vasos sanguíneos, e que, em estudos anteriores, mostrou potencial para tratar a distrofia muscular. Porém, os cientistas descobriram que não era possível conseguir um número suficiente de mesoangioblastos de pacientes com distrofia muscular de cintura-membro, um tipo específico da doença.
Então, os cientistas reprogramaram células adultas de pacientes com distrofia muscular de cintura em células-tronco e as diferenciaram em mesoangioblastos, que posteriormente foram injetadas em camundongos com distrofia muscular. As células injetadas se acumularam nas fibras musculares dos animais e, em outro teste realizado pelos cientistas, percebeu-se que quando as células eram derivadas de camundongos, e não de humanos, as células transplantadas fortaleciam o músculo danificado.
Os pesquisadores avaliam agora o procedimento para iniciar testes clínicos com humanos. Segundo Francesco Tedesco, o chefe da pesquisa, "essa técnica pode ser útil para o tratamento futuro de distrofia muscular de cintura e possivelmente outros tipos".