quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Cientistas descobrem que um único gene pode realizar funções diferentes em uma planta

          Um estudo publicado na revista 'The Plant Cell', apontou que o gene ZIFL1 desempenha diferentes funções em uma planta. Uma equipe de cientistas, liderados por Paula Duque do Instituto de Gulbenkian de Ciência (Portugal), fizeram testes em plantas Arabidopsis thaliana e notaram que o gene produzia proteínas que agiam de maneiras diferentes, dependendo do local em que estava na planta. Os estudos constaram essas diferenças nas folhas e raízes.

            Nas raízes, o gene ZIFL1 produzia uma proteína de cadeia longa de aminoácidos, cuja função era de transportar o hormônio auxina, responsável pelo crescimento e diferenciação das plantas. Já nas folhas, o gene produzia uma proteína de cadeia curta, cuja região de funcionamento era nas folhas. A função que desempenhavam era de resistência a seca, evitando que o órgão perca água significativamente.

         Também, foram realizadas experiencias com as mesmas plantas na ausência do gene ZIFL1. Os resultados puderam comprovar que o gene era o responsável pela síntese dos dois tipos de proteínas, já que na ausência do gene as proteínas não eram produzidas pela planta. Além disso, notou-se que a ausência do gene prejudicou o crescimento da planta, ocorrendo de forma irregular. Nas folhas, a falta da proteína gerou ressecamento do órgão, percebendo que os estômatos permaneciam abertos independentes das condições ambientais. Desta maneira, foi comprovado que o ZIFL1 tem ação direta no fechamento dos estômatos das plantas.

       Essa característica de um gene poder realizar diferentes funções em locais distintos do corpo é conhecido como splicing. É uma técnica bastante estudada para o reconhecimento de um gene específico, podendo quantificar o número de proteínas que ele sintetiza, as regiões do corpo que elas atuam e suas funções. Acreditam-se que 90% dos 20 a 25 mil genes, que codificam proteínas do corpo humano, sofrem splicing. Sendo assim, os cientistas acreditam que possam existir 500 mil ou mais proteínas diferentes em humanos.


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