A ferrugem asiática da soja é uma doença que ataca as folhas das plantas e causa o definhamento dos grãos e por consequência acarreta na queda da produtividade. É causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, e segunda a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), os prejuízos causados por essa doença foram de aproximadamente 25 bilhões de dólares no período de 2003 à 2013. Seu controle é difícil e necessita de constantes aplicações de fungicidas, no estágio inicial da doença o fungo só pode ser detectado por análises visuais através de lupas "O problema é que, como ele só é detectado depois que a plantação está infestada, nunca se sabe exatamente quando se deve aplicar o fungicida”, explica o biólogo Luís Antônio Peroni, sócio-diretor da Rheabiotech. “Por conta dessa incerteza são feitas várias aplicações, o que aumenta os custos.”
Uma pequena empresa de biotecnologia de Campinas, Rheabiotech, está desenvolvendo dois projetos para ajudar no controle da doença. Estão sendo produzidos "kits" contendo anticorpos para diagnosticar a ferrugem asiática da soja antes que a infecção ocorra, o que poderá diminuir os gastos com fungicidas e consequentemente a queda do preço da soja no mercado.
A produção dos anticorpos começa com a inoculação do antígeno, no caso são os micélios dos fungos (talo, constituídos por filamentos) em coelhos, a inoculação ocorre quatro vezes em intervalos de 15 dias entre uma dose e outra. Assim o organismo do coelho produz os anticorpos necessários para combater o antígeno. “O sangue do coelho, com esses anticorpos, é retirado e dele extraído o soro imune”, explica a bioquímica argentina radicada no Brasil Fernanda Alvarez Rojas, sócia-diretora da Rheabiotech. “Depois, os anticorpos do soro são purificados.”
Para a detecção dos fungos nas plantas é utilizado o método Elisa, que é uma técnica para avaliações imunológicas capaz de detectar um antígeno ou anticorpo em uma amostra, através da interação entre eles, se a amostra apresentar algum deles, um sinal visível é produzido (como por exemplo a mudança de cor), e detectado por um espectrofotômetro.
Mais informações em http://revistapesquisa.fapesp.br/2014/08/21/anticorpos-combatem-pragas-campo/
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