quarta-feira, 9 de abril de 2014

Implante na coluna devolve movimentos a pacientes paralisados

Uma pesquisa recente mostrou que quatro homens tetraplégicos, sem perspectivas de recuperação puderam mexer novamente os membros graças a um dispositivo implantado na coluna cerebral. O sucesso, embora num número pequeno de pacientes, oferece a esperança de que um tratamento inovador possa ajudar pessoas com paralisias causadas por lesões medulares, segundo cientistas. Só nos EUA há 6 milhões de paraplégicos e tetraplégicos, sendo 1,3 milhão deles com lesões de coluna.
Os resultados também colocam em dúvida uma suposição importante sobre lesões da coluna: que o tratamento exigiria a reconstituição ou substituição de neurônios danificados, o que poderia ser possível com células-tronco, por exemplo -- um processo ainda complicado e polêmico.
A pesquisa se baseou no caso do ex-jogador de beisebol universitário Rob Summers, que ficou tetraplégico ao ser atropelado em 2006. No final de 2009, ele recebeu um implante epidural logo abaixo da área danificada. O aparelho de 72 gramas começou a emitir uma corrente elétrica em várias frequências e intensidades, estimulando densos feixes de neurônios na coluna. Três dias depois, ele ficou de pé sozinho, e em 2010 tentou dar seus primeiros passos. Este caso teve grande repercussão, mas os cientistas achavam que só pacientes com alguma sensibilidade nos membros --caso de Summers-- poderiam se beneficiar com os estímulos elétricos.
Por isso, a equipe comandada pela Susan Harkema, especialista em reabilitação neurológica do Centro de Pesquisas do Kentucky para Lesões de Coluna Vertebral, tinha menos esperanças em relação a dois dos pacientes seguintes, sem sensibilidade nos membros, sendo um deles vitimado por um acidente de moto e havia recebido o prognóstico de que não teria mais os movimentos das pernas. O terceiro paciente, tetraplégico, obteve ainda mais progressos, e consegue mexer a perna mesmo quando o aparelho não está emitindo sinais elétricos. Ele se orgulha de já ter conseguido passar 27 minutos em pé, mesmo sem o auxílio do aparelho. "E ainda estou progredindo", afirma. 
Para saber mais: Estadão

Nenhum comentário:

Postar um comentário