Uma especialista em aproveitamento de resíduos sólidos, com foco nos restos de processamentos em curtumes, Joana D'Arc Félix de Sousa, da Etec de Franca, desenvolveu uma pesquisa inusitada para a produção de pele artificial. O material, produzido com base na derme de porcos, tem como objetivo final oferecer uma alternativa barata ao tecido menos ofertado em bancos de órgãos: a pele humana.
A pele de porco, que tem 78% de semelhança com a humana, já é usada em enxertos temporários em humanos, mas não de modo definitivo porque causa rejeição. A ideia foi tentar eliminar esse impedimento. Para isso, a derme suína foi utilizada como uma espécie de matriz para criar um modelo mais adequado ao ser humano.
"É o animal que traz mais semelhanças com a gente em relação aos órgãos. Já se trabalhou com macacos, por exemplo, sem sucesso. Mas, mesmo com porcos, ocorre rejeição. Além disso, a pele de porco tem muita gordura e era preciso retirá-la."
A saída foi eliminar todo o material genético suíno, por meio de um processo de purificação da pele que eliminou gordura, proteínas e as células suínas. Com o material limpo, a etapa seguinte foi preenchê-lo com colágeno de boi, a fim de manter as características estruturais da pele humana.
Para reduzir o gasto de dinheiro, a pesquisadora utilizou resíduos de couro curtido, o qual é produzido cerca de 80 toneladas em Franca. Tudo isso tornou a produção muito barata. Segundo a pesquisadora, 1,5 metro da pele obtida com base na derme de porco sai por, no máximo, R$ 60, enquanto uma pele artificial pode custar R$ 5 mil a mesma metragem.
Para reduzir o gasto de dinheiro, a pesquisadora utilizou resíduos de couro curtido, o qual é produzido cerca de 80 toneladas em Franca. Tudo isso tornou a produção muito barata. Segundo a pesquisadora, 1,5 metro da pele obtida com base na derme de porco sai por, no máximo, R$ 60, enquanto uma pele artificial pode custar R$ 5 mil a mesma metragem.
Amostras do material estão sendo enviadas para análise na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), que também desenvolve peles artificiais e vai testar a compatibilidade com a humana. Testes clínicos serão realizados após a confirmação.
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