Para encontrá-los, os cientistas fizeram perfurações nas placas geladas no gelo e usaram câmeras de filmagem. E os autores do estudo não sabem ao certo quando e de que forma essa grande massa de fitoplâncton se proliferou debaixo das plataformas de gelo, mas eles acreditam que ela pode estar sendo ampliada pelo aquecimento global. O aumento da temperatura faz com que as placas de gelo derretam e sofram redução na espessura, permitindo maior passagem de luz.
A surpresa pela descoberta deve-se ao fato de que os cientistas acreditavam, até então, que o clima frio do Ártico não oferecia condições para o florescimento desses organismos. "Como os tomates em uma horta, todo fitoplâncton requer luz e nutrientes para crescer", explicou Kevin Arrigo, principal autor da pesquisa. "Supunha-se que havia pouca luz debaixo do gelo e não esperávamos ver muitas destas algas".
Arrigo disse que a descoberta provocou uma mudança fundamental na compreensão do ecossistema do Ártico, que era considerado frio e desolado. "Esta pode ser a maior concentração de fitoplâncton do mundo", afirmou. Ele se surpreendeu com o fato de que esses fitoplânctons cresceram sob uma camada de gelo marinho tão grossa quanto a altura de uma criança de cinco anos. Esta descoberta sugere que o Oceano Ártico é mais produtivo do que se acreditava: os autores chegam a falar em uma produção biológica dez vezes maior do que se pensava.
Próximos passos — Entre as questões que os autores deixaram sem resposta, está o impacto que o aumento dos fitoplânctons provoca no ecossistema local, já que aqueles organismos são a base da cadeia alimentar marinha. Os cientistas esperam também conseguir medir a absorção de gás carbônico (CO2) na região, já que os fitoplânctons utilizam esse gás no processo de fotossíntese.
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