segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Estudo em animais mostra que medicamento dado ao nascer impede diabetes

Foram realizadas pesquisas com a aplicação de medicamento humano para adultos diabéticos em animais recém nascidos. O resultado surpreendente é que a droga quando ministrada muito cedo na vida, impede a possibilidade posterior de se desenvolver a doença.
Se o estudo for feito em humanos o medicamento poderá impedir que crianças venham a desenvolver diabetes do tipo 2 ao longo da vida. Portanto, existe um intervalo de tempo na infância em que se pode proteger permanentemente as células responsáveis pela produção de insulina e, consequentemente, evitar a doença.
O hormônio utilizado na pesquisa foi o hormônio Exendin-4 recentemente aprovado para a utilização em pessoas que apresentam diabete 2 e não conseguem processar a insulina naturalmente, ou sua produção é insuficiente. Apesar de o mecanismo de ação da droga não ser conhecido, sabe-se que ele aumenta a secreção de insulina em adultos.
Pesquisas anteriores revelaram que a falta de disponibilidade da quantidade necessária de hormônios e nutrientes para o o desenvolvimento fetal está relacionada a crianças que passaram por complicações no crescimento intra-uterino durante a gestação. Esse problema altera irreversivelmente a expressão gênica e danifica as células produtoras de insulina presentes no pâncreas.
Durante o estudo foram recriados problemas intra-uterinos em ratos e analisada a atuação do medicamento quando ministrado nestes ratos recém-nascidos. Foi observado que ele aumentou a expressão de um gene essencial às células beta produtoras de insulina a fim de que funcionem corretamente.

domingo, 6 de novembro de 2011

Cientistas conseguem reverter o processo de envelhecimento celular

Trabalhos sobre a possibilidade de reverter o envelhecimento celular foram publicados na revista "Genes & Development", marcando uma nova etapa na medicina regenerativa e com possibilidades de corrigir uma patologia, segundo Jean-Marc Lemaitre, do Inserm (Instituto de Genômica Funcional), encarregado das pesquisas.
Cientistas franceses foram capazes de reprogramar células idosas in vitro em células tronco pluripotentes iPSC (células-tronco pluripotentes induzidas), recuperando assim a juventude e as características das células-tronco embrionárias. 
Essas células reprogramadas podem se diferenciar dando origem a células de todos os tipos após a terapia com células tronco. Desde 2007 cientistas são capazes de reprogramar células adultas, mas o limita era a última etapa do envelhecimento celular, que eram incapazes de alterá-lo até agora.
Os cientistas primeiro multiplicam as células da epiderme de um doador de 74 anos, até atingir a senescência, caracterizada pela suspensão da proliferação celular. Após isso, é feita a reprogramação celular. Assim, elas recuperam as características das células-tronco pluripotentes de tipo embrionário, sem conservar vestígios de seu envelhecimento anterior.



"Os marcadores de idade das células foram apagados e as células-tronco iPSC que nós obtivemos podem produzir células funcionais, de todos os tipos, com capacidade de proliferação e longevidade aumentadas", explicou Jean-Marc Lemaitre.
O processo foi testado com sucesso células mais envelhecidas, de 92, 94, 96 até 101 anos, demonstrando que a idade das células não é uma barreira para a reprogramação.
Dessa forma, o uso de células reprogramadas como fonte de células adultas toleradas pelo sistema imunológico para reparar órgãos e tecidos em pacientes idosos é bastante viável.


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Cientistas testam terapia genética inédita para salvar visão de britânico

O advogado, Jonathan Wyatt, sofre de uma condição genética onde as células que captam luz, localizadas no fundo do olho, morrem. Cientistas da Grã-Bretanha para evitar que o paciente perca a visão, utilizaram-se de uma técnica é uma versão avançada de um tratamento desenvolvido há quatro anos em Londes, onde cópias de genes saudáveis são injetadas na localidade do problema.
O paciente foi o primeiroa ser submetido a esta técnica, que deve durar dois anos. Acredita-se que apenas no prazo de dois anos pode-se ter a certeza de que a degeneração da visão do paciente parou de avançar. Se isto acontecer, ele terá a visão salva.
"Se isto funcionar então vamos querer tratar pacientes muito mais cedo, na infância, quando eles ainda tem visão normal (...) para evitar que eles percam a visão", afirmou o médico de Wyatt, professor Robert MacLaren. O médico afirma também que se o tratamento funcionar, poderá ser aplicado também patra outras doenças da visão.

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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Desvendando os “truques” do parasita


             Pesquisadores da universidade de Maryland, em conjunto com pesquisadores brasileiros, estão estudando os mecanismos segundos os quais funciona o parasita Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas. O trabalho procurou detalhadamente os meios pelos quais o protozoário invade e ocupa as células humanas.
            As conclusões foram as de que o Trypanosoma cruzi tem a habilidade de colocar os sistemas de reparo da célula para funcionarem a seu benefício, fato que explica a afinidade deste parasita por células musculares, causando a expansão do coração(órgão muscular), sintoma característico da fase crônica desta doença. As estatísticas mostram que houve uma redução dos casos de indivíduos acometidos com tal enfermidade, mas ainda estima-se que 3 a 5 milhões tenham a forma crônica do mal de Chagas.
            Para esse estudo, os pesquisadores estudaram e filmaram todos os passos da invasão do Trypanosoma cruzi a célula. A movimentação do parasita junto a célula lesiona a membrana externa, possibilitando a entrada de íons. Com a entrada desses íons, a célula aciona alguns mecanismos, que porventura acabam por formar uma curavatura quando tentando reparar a parte lesionada, assim tornando mais fácil a invasão do T. cruzi a célula.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Aviões movidos a biocombustível


FAPESP, Boeing e Embraer assinaram dia 26/10, em São Paulo, uma carta de intenção para colaboração em pesquisa e desenvolvimento de biocombustíveis para aviação comercial.
A cerimônia de assinatura da carta de intenção teve a participação de representantes das três instituições: a conselheira da FAPESP, Suely Vilela, o diretor-administrativo da Fundação, Joaquim José de Camargo Engler, a presidente da Boeing Brasil, Donna Hrinak, o vice-presidente executivo de engenharia e tecnologia da Embraer, Mauro Kern, e o presidente da Boeing International, Shepard Hill.
O acordo prevê a construção no Estado de São Paulo de um centro de pesquisa focado no desenvolvimento de biocombustível sustentável para aviação, que será baseado no modelo dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs), da FAPESP, voltados para desenvolver pesquisas na fronteira do conhecimento.
Para criar o centro, inicialmente será realizado um estudo, com duração prevista entre 9 a 12 meses, para o levantamento das possibilidades e dos principais desafios sociais, econômicos, científicos e tecnológicos de diferentes rotas tecnológicas para o desenvolvimento de um biocombustível para aviação no Brasil, e para definir os investimentos que deverão ser realizados pelos participantes do projeto.
“O ambiente favorável à participação privada em ciência e tecnologia e o entendimento que estamos estabelecendo com essas empresas, que compreende uma definição temática para as pesquisas e para aplicação de seus resultados, reforçam a tendência crescente da participação da iniciativa privada na pesquisa em São Paulo e necessidade de internacionalizar seus resultados”, disse Vilela.
O projeto se valerá de diversas pesquisas já realizadas no Brasil e no exterior para utilização de biocombustíveis, como as desenvolvidas no âmbito do Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN).
Lançado em 2008, o programa visa fomentar pesquisas na área de bioenergia, incluindo os biocombustíveis gerados por diferentes espécies, em cinco diferentes abordagens: melhoramento de cultivares para produção de biomassa de cana e de outras plantas; pesquisa sobre processos de produção de bioetanol e de outros compostos de interesse da indústria; aplicações do etanol para motores automotivos (motores de combustão interna e células-combustível); biorrefinarias e alcoolquímica; e pesquisas sobre os impactos sociais, econômicos e ambientais do uso e da produção de biocombustíveis.
“Todos os estudos relacionados à produção de matéria-prima, análise do ciclo de vida e novas tecnologias de produção e transformação de matéria-prima para obtenção de biocombustíveis para utilização em veículos automotores, por exemplo, serão úteis para o projeto”.
A Associação de Transporte Aéreo Internacional (Iata, na sigla em inglês) estabeleceu que as companhias do setor devem interromper o crescimento da emissão de carbono até 2020 e reduzir em 50% as emissões de CO2 até em 2050, em comparação com os níveis de 2005.
“Contando que ainda não existem tecnologias que possibilitem eliminar os combustíveis líquidos para aviões, os biocombustíveis têm um papel absolutamente preponderante para atingirmos essa meta”, disse Mauro Kern, vice-presidente executivo de engenharia e tecnologia da Embraer.
Para a presidente da Boeing Brasil, Donna Hrinak, o projeto representa o primeiro passo no sentido de estabelecer uma indústria de biocombustível para aviação no Brasil.
Agência Fapesp

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Glicose é alternativa para produção de polímeros

Uma pesquisa sobre a produção de polímeros epóxi de fontes renováveis, como a glicose, poderá contribuir para a criação de produtos que possam, no futuro, substituir os derivados de petróleo. O trabalho, realizado no New Jersey Institute of Technology (NJIT), dos Estados Unidos, contou com a participação do professor Luiz Henrique Catalani, do Instituto de Química (IQ) da USP, e dos pesquisadores do NJIT, Michael Jaffe, Antony East e Yi Zhang.
O bisfenol A (BPA) é um composto usado na fabricação de polímeros utilizados em embalagens plásticas de alimentos, em mamadeiras e no revestimento interno de latas. O uso do BPA é proibido em diversos países, pois há estudos mostrando que o composto age no organismo como o hormônio estrogênio, podendo causar diversos problemas de saúde, como câncer, além de alterações nas funções endócrinas. 18102011glicoseagenusp004.jpg (230×130)
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou que, a partir de janeiro de 2012, fica proibido o uso de BPA na fabricação de mamadeiras, pois os bebês seriam os mais afetados pela ação do bisfenol A no organismo. Como as moléculas de BPA são instáveis, sob aquecimento do material, haveria a possibilidade de uma maior liberação da substância.
A pesquisa, intitulada Polímeros de epóxi termofixos de recursos renováveis (Patente dos EUA 7.619.056), foi agraciada com o prêmio Thomas Alva Edison Patent 2011, nos Estados Unidos, na categoria Química de Produtos Renováveis. A patente pertence às duas instituições, USP e NJIT.






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Fonte: Agência USP de Notícias

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Vacina pode transformar ameaça de HIV em 'infecção menor'

Representação artística de partícula do vírus da Aids (SPL)
Várias vacinas contra o HIV estão sendo estudadas atualmente
Pesquisadores do Centro Nacional de Biotecnologia da Espanha desenvolveram a vacina chamada MVA-B contra o HIV e a testaram em 30 voluntários saudáveis, sendo que 24 receberam o tratamento com a vacina e os outros 6 receberam um placebo.
Os testes clínicos estão no início, mas já foi possível notar que 90% dos voluntários desenvolveram resposta imune ao vírus, sendo que 85% deles mantiveram esta resposta imune durante, pelo menos, um ano.
O sucesso do tratamento é explicado pelo fato de que o sistema imunológico pode ser treinado para responder a partículas do vírus e células infectadas. No caso desta vacina, é como se estivesse mostrando uma foto do HIV para que o sistema imunológico seja capaz de reconhecê-lo se o encontrá-lo no futuro.
Nosso organismo está repleto de linfócitos, cada um programado para lutar contra uma patogenia diferente”, disse Mariano Esteban, pesquisador responsável pelo desenvolvimento da vacina. Porém, existem patogenias as quais os linfócitos não são capazes de vencer naturalmente, como é o caso do HIV. Dessa forma, os linfócitos B estão sendo treinados a produzir anticorpos que ataquem o vírus antes que eles infectem as células, enquanto os linfócitos T estão sendo encarregados de detectar e destruir as células infectadas.


Os resultados obtidos até agora foram positivos, não tendo ocorrido nenhum efeito adverso, mantendo a saúde dos voluntários constante. Porém, segundo o médico Felipe García, responsável pela equipe de pesquisa da vacina no Hospital Clínic, em Barcelona, “os resultados precisam ser encarados com cautela, já que o tratamento só foi feito em 30 voluntários e, ainda que estimulem uma resposta potente na maioria dos casos, é cedo para prever se as defesas induzidas (pela vacina) vão evitar a infecção”.
O próximo passo da pesquisa é verificar a eficácia da vacina MVA-B em pessoas infectadas com o HIV para verificar se ela realmente reduz a contagem viral.
A vacina MVA-B provou ser tão potente como qualquer outra vacina em estudo atualmente, ou ainda mais”, afirmou, de forma otimista, Mariano Esteban.

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