Publicado na "Science", o resultado faz parte de uma análise do DNA de cerca de 50 espécies de aves, da qual participaram pesquisadores brasileiros que trabalham no Pará, no Rio e nos EUA.
Após desvendar o genoma destas aves, os cientistas têm um retrato mais claro não só das origens do canto como também das relações de parentesco entre as aves atuais.
Comparações feitas entre o cérebro das aves e o de humanos já haviam mostrado semelhanças entre as áreas que controlam a fala na nossa espécie e as que regulam o canto nas espécies que precisam aprender essa prática. Muitas aves já "nascem sabendo" emitir os sons de sua espécie. Já formas mais complexas de canto são produzidas apenas pelas aves que possuem aprendizado vocal.
"Tanto esse tipo de canto quanto a fala requerem que os indivíduos jovens ouçam as vocalizações do adulto e modifiquem suas próprias vocalizações para imitar o que ouviram", explica Claudio Mello, brasileiro que trabalha na Universidade de Saúde e Ciência do Oregon (EUA) e assina dois dos estudos sobre o tema na "Science".
Mello e seus colegas compararam a expressão de genes do DNA de várias espécies de aves, de pessoas e de macacos resos (os quais não têm aprendizado vocal). Essa análise de expressão foi feita a partir de amostras de células de vários locais do cérebro de cada espécie.
Como resultado, dezenas dos mesmos genes ficam ativos no cérebro das aves "cantoras" e no cérebro humano, como esse paralelo envolve regiões específicas -- são conjuntos de genes que ficam "ligados" nas áreas ligadas ao controle da laringe (ou da siringe, o equivalente desse órgão nos animais penosos).
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